Luiz Carlos de
Macedo Soares:
“A paciência e a
constante oração
têm sido nossos
principais
guias”
O reitor do
Centro
Universitário
Eurípides de
Marília, mantido
pela Fundação de
Ensino Eurípides
Soares da Rocha,
fala sobre a
origem e os
objetivos da
instituição
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Luiz Carlos de
Macedo Soares
(foto),
natural de
Pompeia e
residente em
Marília, ambos
municípios
paulistas, é
espírita desde
1970. Advogado e
Promotor de
Justiça
aposentado,
integra a equipe
de trabalhadores
dos Centros
Espíritas Chico
Xavier e Luz e
Verdade e
preside a
Fundação de
Ensino
"Eurípides
Soares da
Rocha", o
Educandário Dr.
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Bezerra de
Menezes, o
Instituto
Assistencial
Espírita de
Marília, além de
ocupar o cargo
de 2º tesoureiro
do Hospital
Espírita de
Marília e de
reitor do Centro
Universitário
Eurípides de
Marília, mantido
pela Fundação de
Ensino Eurípides
Soares da Rocha.
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O confrade
concedeu-nos a
entrevista
seguinte:
Quando e como
surgiu a
Fundação de
Ensino Eurípides
Soares da Rocha?
A Fundação
surgiu no ano de
1965, por
iniciativa de
membros da
comunidade
espírita de
Marília, que já
se dedicavam às
obras do
Educandário Dr.
Bezerra de
Menezes,
encabeçados pelo
Dr. Francisco
Benedito Luiz de
Anhaia Ferraz e
Hygino Muzzi
Filho, sendo que
o Educandário
veio a se tornar
o instituidor da
Fundação no ano
de 1967. O
grande trabalho
deste grupo foi
instalar em
Marília os
primeiros cursos
superiores
(Direito,
Administração e
Ciências
Contábeis) tendo
em vista que até
então era
preciso se
deslocar até
Bauru para
cursar uma
faculdade.
Ela é de
iniciativa
espírita?
Sim, todos os
pioneiros
fundadores da
instituição eram
espíritas, como
disse, ligados
ao Educandário
Dr. Bezerra de
Menezes e também
ao Hospital
Espírita de
Marília.
Considerando
seus objetivos
acadêmicos,
quantos cursos
existem
atualmente em
sua grade
curricular?
São 11 cursos
superiores de
graduação, sendo
o curso de
Direito com Nota
Máxima pelo MEC,
8 cursos de
pós-graduação
Lato Sensu e o
Mestrado em
Direito que é
Nota 3 pela
Capes.
Há algum vínculo
da instituição
com o movimento
espírita local?
A instituição
mantém vínculo
permanente com a
comunidade
espírita de
Marília e pode
ser considerada
a maior
instituição
espírita do
Brasil atuando
no ensino
superior
brasileiro. Os
membros da
mantenedora da
Fundação são
também membros
do Educandário
Dr. Bezerra de
Menezes, do
Hospital
Espírita de
Marília, do
Instituto
Assistencial
Espírita de
Marília e de
vários centros
espíritas de
Marília. Para
participar da
mantenedora da
Fundação é
necessário que o
companheiro seja
membro atuante
espírita. A
indicação dos
membros da
mantenedora da
Fundação é
encaminhada, por
meio de
assembleia
específica, pelo
Instituto
Assistencial
Espírita ou pelo
Educandário
Bezerra.
De seu histórico
à frente da
instituição,
qual o maior
aprendizado,
considerando seu
envolvimento
pessoal com a
Doutrina
Espírita?
Creio que posso
afirmar sem
dúvidas que o
principal
aprendizado é a
prática dos
ensinamentos da
doutrina na
administração da
Fundação. São
mais de 300
funcionários,
pessoas de
diferentes
grupos e níveis
sociais.
Contamos com
pessoal de nível
básico na
administração e
vários doutores
e mestres na
docência. Esse
grupo muito
heterogêneo,
mais as
responsabilidades
com as finanças
e o bem conduzir
a instituição
para que se
mantenha dentro
dos padrões
saudáveis da
economia, é um
desafio diário.
Vale ressaltar
ainda que a
principal missão
da Fundação é
oferecer
oportunidade aos
mais carentes de
cursar o ensino
superior,
conforme seus
estatutos
iniciais, e vejo
que aí é que
está o grande
aprendizado –
manter viva esta
chama da
caridade e da
fraternidade,
mesmo em tempos
mais duros da
economia. Manter
uma instituição
filantrópica na
atualidade, com
o governo
instável da
forma que está,
mudando regras
de financiamento
e bolsas de
estudo a todo
momento,
buscando
aumentar a
arrecadação por
meio de tributos
e impostos, é um
aprendizado
diário. A
paciência e a
constante oração
têm sido nossos
principais
guias.
Em termos de
influência
regional
acadêmica, qual
a sua avaliação?
Desde a sua
criação a
Fundação primou
pela qualidade
no ensino
superior. Foi
assim que atraiu
alunos de um
círculo regional
de até 150 km,
passando por
cidades como
Ourinhos,
Pedrinhas
Paulista, Assis,
Palmital,
Rancharia,
Tarumã, Garça,
Vera Cruz,
Pompeia, Tupã,
entre outras.
Com a instalação
dos cursos de
pós-graduação e
do mestrado,
esse universo se
ampliou e hoje
contamos com
alunos até de
Rondônia, Mato
Grosso, Goiás,
Paraná, Rio
Grande do Sul,
acadêmicos que
buscam a
qualidade
mantida pela
Fundação e
comprovada pelo
MEC.
Algo marcante
que gostaria de
destacar?
Desde o início
atendemos alunos
carentes com
bolsas de estudo
integrais ou
parciais. São
dois momentos
marcantes: o
primeiro quando
eles nos
procuram para
fazer o
vestibular e
posteriormente a
matrícula. Os
pais trazem os
sonhos, trazem a
esperança de ver
o filho, muitas
vezes o único
que no meio
familiar teve a
chance de chegar
até o ensino
superior.
Precisam da
bolsa de estudos
para ver esse
sonho realizado.
Passam pelo
Núcleo de
Assistência
Social, fazem a
entrevista e
quando se
enquadram no
perfil da
carência estão
aptos a integrar
o quadro
discente. É a
primeira parte
do sonho
realizado. A
segunda parte, a
mais feliz
ainda, é quando,
no dia da
formatura, a
família inteira
está presente,
trazendo
cartazes que
dizem: "você
venceu", "você
conseguiu",
"parabéns pela
conquista",
"você é
vencedor..." e
enchendo o
ambiente de
aplausos e de
uma alegria
contagiante. É
aí que vejo que
tudo valeu a
pena, valeu
acreditar no ser
humano, valeu
manter o ideal
dos nossos
pioneiros, valeu
cada minuto que
passamos aqui na
Fundação.
Suas palavras
finais.
Mesmo com todas
as dificuldades,
tenho um sonho
de ver um maior
número de
pessoas tendo
acesso a uma
melhor qualidade
de vida, a uma
mesa de
alimentos
saudável, que
não precisa ser
farta, mas que
tenha o
suficiente para
a família, que
todos possam
estudar e ajudar
os pais que
tanto
trabalharam para
fazer com que
seus filhos
tivessem o
melhor na vida.
Tenho um sonho
de que os homens
se conscientizem
de que a vida só
tem sentido
quando
praticamos o
amor ao próximo.
Uma alegria? Já
experimentei
algumas vezes a
alegria de ver
um ex-aluno que
foi bolsista
retornar à
Fundação e fazer
a doação de
livros para a
biblioteca como
forma de
agradecimento
por tudo que
recebeu. Já
experimentei
também a
felicidade de
encontrar um
desses
bolsistas,
depois de anos,
e ficar sabendo
que ele está
ajudando a
financiar os
estudos de
alguém mais
necessitado. Em
cada turma nova
que formamos,
todos os anos,
pelo menos 35%
dos alunos são
bolsistas ou
receberam alguma
ajuda para
concluir os seus
estudos. Tenho
um sonho de que,
num futuro não
muito distante,
esses mesmos
alunos possam
ajudar outras
pessoas carentes
a fazer o curso
superior que
lhes abriu a
porta para um
mundo melhor
para todos, um
mundo de justiça
social, de paz e
de profissionais
muito
competentes,
porém com o
diferencial da
formação com
visão humanista.
É para isso que
trabalhamos e
assim
acreditamos.
N.R.:
Para saber mais
sobre o Centro
Universitário
Eurípides de
Marília, acesse
o site da
instituição:
http://www.univem.edu.br/