A obra
Libertação,
de André
Luiz,
veio
trazer
mais
detalhes
sobre
regiões purgatoriais
ou
infernais
que já
haviam
sido
referidas
em
livros
anteriores,
como
Nosso
Lar
e No
Mundo
Maior.
Nela, o
Autor
descreve,
com
clareza
e
concisão,
o
panorama
onde se
organizam
forças
do mal,
como
agem
junto a
encarnados
e
desencarnados.
É um
trabalho
de
informação
e de alertamento,
pois que
revela a
existência
de
verdadeiras
organizações
constituídas
por
inteligências
poderosas,
infelizmente
voltadas
ao mal.
O
leitor,
ao final
da obra,
terá uma
visão
equilibrada
do mundo
espiritual
inferior,
em face
dos
ensinamentos
nobres
que
permeiam
as
descrições
e os
relatos
de
situações
negativas.
No livro
“O
Abismo”
temos
uma
exaustiva
exposição
de
quadros
e
panoramas
deprimentes,
uma
descrição
repetitiva
de
formas
monstruosas
adquiridas
por
criaturas
que
permanecem
no mal.
Não se
vê, ao
longo da
narrativa,
um aceno
de
esperança,
uma
palavra
de
misericórdia.
Apenas a
mensagem
mórbida,
que
parece
ter mais
o
objetivo
de
apavorar
do que
de
informar.
Além das
descrições
aterrorizantes,
a obra
contém
verdadeiros
absurdos,
facilmente
constatáveis:
Cap. 1 -
“Meu
pensamento
foi
assaltado
por
vibrações
vindas
do seio
da
Terra.
Senti
como se
um
poderoso
aparelho
detonador
me
atingisse
as
fibras
mais
íntimas
e me
precipitasse
em
sintonia
com a
morte.
(...)
Forças
desconhecidas
agiam no
meu
subconsciente
e me
atraíam
para
perigoso
abismo.”
Como
pode um
Espírito
que será
levado a
regiões
abismais
– por um
Benfeitor
– ser
atraído
dessa
forma
por
forças
emanadas
do mal?
“Meu ser
crescia,
crescia
sempre
como se
eu me
tornara
um
boneco
de
borracha
porosa
que se
dilatasse
indefinidamente.
(...)
Mergulhei
no
firmamento
e subi,
subi
sempre.
Lá
embaixo
começou
a ficar
a Terra,
perdida
no
oceano
do
universo.
Não
sabia a
que
alturas
haveria
de
atingir,
mas via
o mundo
fugir de
mim como
a
criança
que
contempla
a sua
bolinha
de vidro
perder-se
nas
águas do
mar.”
A que
distância
da Terra
teria
sido
levada
essa
criatura
para
vê-la
dessa
forma?
André
Luiz diz
que, de
Nosso
Lar,
contempla
a lua. O
Autor
deveria
ter ido
muito
além do
nosso
satélite
a fim de
que
pudesse
ver a
Terra
tão
pequena...
Cap. 2 -
Ao
descrever
o
Espírito
que
seria
seu guia
nessa
jornada,
o faz de
modo
singular:
“longos
cabelos
brancos,
ligeiramente
enrolados
como se
fossem
cordas,
desciam-lhe
pelos
ombros.
Rosto
enorme,
redondo
“aquadradado”
sobre um
pescoço
taurino
e peito
descomunal”.
Temos
aprendido
que o
Espírito,
à medida
que se
aprimora,
suas
formas
se
tornam
cada vez
mais
harmônicas
e
belas...
“Olhei a
Terra:
ainda
estava
lá
embaixo,
perdida
na
vastidão
do
universo.”
Depois o
guia o
esclarece
dizendo
que
estão
“Entre
as
esferas
do
Sistema
Solar,
porém a
uma
distância
de
325.000
quilômetros
da
Terra”.
Sabe-se
que a
distância
média
entre a
Terra e
a Lua é
de
384.000
quilômetros...
Não
teria
sido
mais
fácil
dizer
que
estavam
entre a
Lua e a
Terra,
se
estivessem
mesmo a
essa
distância.
Mas o
guia
disse-lhe
que
estavam
entre as
esferas
do
Sistema
Solar...
Cap. 3 -
“Contemplei
a Terra
que
semelhava
realmente
uma
laranja
de
formato
irregular
e
estranho.
Não era
a forma
redonda
que nos
é
representada
nas
escolas
e
ginásios
do orbe,
mas sim
um corpo
repleto
de
saliências
(...)”
Como
pôde ver
o relevo
da
Terra,
se a via
do
tamanho
de uma
laranja?
Onde o
senso de
proporção?
Cap.
4 -
Desse
ponto,
partiram
diretamente
para o
interior
da Terra
“em
demanda
das
profundidades
e dos
abismos
onde
habitam
os
Gênios
da
sombra e
do mal”.
O modo
de se
locomoverem
no
espaço é
inusitado,
completamente
diferente
dos
exemplos
apresentados
por
André
Luiz.
“Orcus
segurou-me
fortemente
e
compreendi
que
diminuíamos
a
velocidade
como
dois
torpedos
que
chegassem
ao
objetivo.
Em
seguida
pousamos
na ponta
de um
penhasco.”
Veja-se
em
Voltei
como
Bezerra
de
Menezes
conduziu
um grupo
de
Espíritos
a várias
colônias
espirituais;
e como
André
Luiz
descreve,
em
várias
obras, a
maneira
vagarosa
de se
deslocarem.
Em Os
Mensageiros,
conduzido
pelo
Benfeitor
Aniceto,
usam um
veículo
para
atingirem
a crosta
terrestre.
Em toda
a obra
psicografada
por F.
C.
Xavier
não há
exemplos
de
Espíritos
se
deslocando
no
espaço
como
torpedos
ou
foguetes...
Cap. 5 -
“À
nossa
frente,
numa
distância
indescritível
para o
pensamento
humano,
contemplei
uma
criatura
de
grandeza
excepcional
e de uma
perfeição
assombrosa.
Tão belo
que
produzia
na minha
alma
verdadeira
vertigem.
Acreditei
enlouquecer.
Pousado
no
penhasco
mais
elevado
e
pontiagudo,
com
longas
asas
descendo-lhe
sobre as
espáduas
cintilantes
um Anjo
de
sublime
beleza
dominava
o
abismo.
– Aquele
é
Gabriel,
que
assiste
diante
de Deus
–
declarou
Orcus
com
acento
carinhoso
e
profundo.”
É de
lamentar
que essa
obra,
bem como
Sexo
além da
Morte,
do mesmo
Autor,
tenha
recebido
não só
acolhida
de
leitores,
mas
também o
apoio de
um
escritor
que
escreveu
artigo
elogioso
publicado
em
periódico
espírita.
Segundo
o
Novo
Testamento,
Gabriel
foi o
Espírito
incumbido
de
anunciar
a Maria
que a
criança
que ela
trazia
no
ventre
era o
esperado
Messias,
e que,
segundo
Humberto
de
Campos,
desempenhou
também a
nobre
tarefa
de
protetor
do
casal. É
espantoso
que
agora se
tenha
transformado
numa
espécie
de
Cérbero,
ou
carcereiro
dos
abismos...
A fim de
não
perdermos
tempo,
deveríamos
parar a
leitura
por aí,
mas
vamos um
pouco
mais
adiante.
Para não
haver
dúvida
sobre a
condição
alada de
Gabriel,
temos
ainda a
seguinte
afirmativa,
logo
adiante:
“Gabriel
sobre o
abismo
parecia
amoroso
pássaro
de
dimensões
indescritíveis
alimentando
o abismo
como sol
que do
alto do
firmamento
alimenta
a
Terra.”
Cap. 9 -
Convém
observar,
com
cuidado,
o que o
Autor
fala
sobre
involução,
isso sem
contar a
confusão
absurda
que faz
ao
estabelecer
paralelo
entre
desagregação
intercelular
e
explosão
atômica:
“–
Realmente,
meu
caro, há
os que
precipitaram
nas
formas
vegetais
e vivem
agora
aprisionados
no que
se
poderia
chamar
de
inércia
aparente...
São
corações
aflitos
e
consciências
que
foram
caindo,
caindo,
e
atingindo
a
inconsciência
começaram
a
percorrer
para
trás a
escala
da
evolução...
Irão até
o
mineral
e
descerão
um pouco
mais.
Nessa
ocasião
poderão
sofrer
uma
espécie
de
explosão
atômica
que
desagregará
o
próprio
ser.
Dizemos
explosão
atômica
como
quem usa
expressão
já
inteligível
na
Terra.
Na
realidade
é uma
desagregação
intercelular
mas tão
distante
de uma
explosão
atômica
como a
velocidade
do som
para a
velocidade
da luz.”
Cap. 11
- Será
que o
Autor
esteve
perturbado
ou
simplesmente
está
brincando,
numa
obra que
pretende
seja uma
revelação?:
“Quem
éramos
nós?
Seria
ele o
Alighieri
ou seria
eu?
– És tu
Virgílio
e sou eu
o Dante
ou és o
Dante e
sou
Virgílio?
– As
palavras
e o
pensamento
de Dante
foram
truncados,
modificados,
alterados,
para
satisfazer
aqueles
que
vendem a
própria
alma se
preciso
for.
Retornamos
ao
Abismo
para
restabelecer
a
verdade.
Tens
medo?”
Note-se
que a 1ª
e a 2ª
partes
de A
Divina
Comédia,
ou seja,
o
Inferno
e o
Purgatório,
foram
publicadas
quando
Dante
ainda
estava
encarnado.
Só a 3ª
parte, o
Paraíso,
foi
publicada
depois
de sua
desencarnação.
Logo, a
afirmativa
sobre
adulteração
que
teriam
sofrido
essas
partes,
que se
referem
justamente
às zonas
inferiores,
não é
verídica.
O texto
que se
conhece
hoje é o
mesmo
que foi
dado a
público
no
século
XIV.
Cap. 14
– Neste
capítulo,
fica-se
sabendo
que há
uma lei
no
Abismo e
que o
seu
texto
encontra-se
grafado
em
pergaminho,
que se
encontra
encerrado
numa
caixa
metálica.
“Mas
quem faz
essa lei
é o ser
a quem
chamamos
Dragão e
que a
Igreja
denomina
Lúcifer.
No
momento,
está
prisioneiro,
acorrentado,
no
centro
da
praça.
Olhe lá
e veja
bem no
centro
mesmo
dessa
praça
onde se
observa
uma
espécie
de fonte
luminosa
existe
alguém
acorrentado.
Conquanto
a
fisionomia
lembrasse
a
fisionomia
de um
homem ou
de um
espírito
de forma
humana,
estava
tão
distanciado
de nossa
espécie
quanto
um
dinossauro
de um
homem.
Descomunal,
pernas
que
lembravam
colunas
de um
edifício,
pés que
mediam
muitos
metros
de
altura,
braços
cabeludos
(...)
rosto
enorme
de mais
de
quinze
metros
onde
dois
olhos
maus
lançavam
chamas.”
Realmente,
é até
difícil
de se
comentar...
O Autor
pergunta
ao seu
guia por
que
aquele
Dragão
não
arrebentava
as
correntes
que o
prendiam,
tendo
recebido
a
seguinte
resposta:
“– O
Senhor
não
permite.
Contudo
lhe foi
concedido
por Deus
certo
tempo de
liberdade
e em
breve
reinará
livre
das
amarras
com
permissão
divina.
Sim.
Deus na
Sua
Misericórdia
lhe dará
oportunidade
para
redimir-se.
Segundo
estamos
informados
terá
concessão
para
subir em
breve
tempo à
superfície
da Terra
e
estabelecerá
uma luta
contra o
Bem
durante
mil
dias.
Depois
será
vencido.
Os
homens
ficarão
nessa
época
entregues
ao seu
livre-arbítrio,
exclusivamente
a ele.
Os que
forem
verdadeiramente
bons
subirão
a
regiões
mais
altas de
consciência
e os que
somente
parecerem
bons
rolarão
nos
abismos
da
inconsciência.”
Isso não
é uma
réplica
da
tentação
pelo
Demônio,
agora
com
tempo
limitado?
Sabemos
que
estamos
sempre
de posse
do
livre-arbítrio,
e não
apenas
na dita
época.
Sabemos,
também,
que
sempre
temos a
assistência
espiritual
que
merecemos,
mas o
Autor
diz que
não
haverá
nenhuma
interferência
dos Bons
Espíritos
nesse
período.
Por que
Deus
iria
permitir
ao
Dragão
reinar
livre
das
amarras,
significando
com isso
oportunidade
de
redimir-se?
Como
pode
alguém
redimir-se
laborando
no mal?
O que
significa
rolar
nos
abismos
da
inconsciência
?
Ainda
falando
sobre o
Dragão,
o Guia
diz:
“Sua
consciência
culpada
terá
oportunidade
de
aproveitar
a
experiência
humana
assim
como
receberá
da Terra
vibrações
transformadoras
que há
milênios
o homem
lança na
superfície.
Os
dragões
também
fazem
parte da
criação
divina.
A parte
mais
embrutecida
da
Terra.
Lembram
os
mamutes,
os
brontossauros
e os
sáurios.
São a
natureza
primitiva
que
retém os
elementos
primários
e
embrionários
no nosso
sistema.”
Afinal o
que são
esses
dragões?
Já
teriam
sido
humanos?
Se não o
foram,
trata-se
de seres
que, por
não
terem
atingido
a
humanização,
não
teriam
condições
de
tentar
ninguém,
mesmo
porque o
Autor
diz que
eles “São
a
natureza
primitiva
que
retém os
elementos
primários
e
embrionários
no nosso
sistema”.
Além do
mais, se
o homem
lança
vibrações
transformadoras
capazes
de
transformar
um
dragão,
tornando-o
bom, por
que o
homem
não as
aproveitaria
em seu
próprio
benefício?
Cap. 21
– Aqui
vemos um
Espírito
que
tomou a
forma de
uma
árvore,
com suas
raízes
plantadas
no solo.
Depois
de
recusar
a
manifestação
amorosa
de um
Espírito
Superior,
diz:
“Eu não
reconheço
nem
aceito
Deus! –
revidou
o
vegetal
humano.
Ele que
me
encarcerou
na
maldição
desta
forma
não pode
esperar
o meu
respeito
nem o
meu
amor! E
num
grito de
terrível
angústia
a árvore
desesperada
sacudiu-se
toda e
contraiu-se
enrodilhando-se
como uma
serpente”.
Sem
comentários!
Cap. 26
-
Intitula-se,
este
capítulo
Na
Gelatina.
Além das
formas
já
descritas
dessa
imensa
fauna e
flora
humana,
agora
aparecem
os
peixes
imersos
em
gelatina,
a
respeito
dos
quais o
Guia dá
a
seguinte
explicação:
“São
seres
que
voltam
na
escala
evolutiva.
Esta é a
fase que
na
superfície
poderíamos
considerar
aquática.
A
centelha
mental
aí está
quase
petrificada
(...)
Ultimamente
tem-se
lembrado
muito de
suas
derradeiras
experiências
na
Terra”.
Depois,
o Guia
diz que
essas
lembranças
datam de
vinte
mil
anos...
Cap. 29
– “E
a mente
desintegrar-se-á
algum
dia?”
– o
Autor
pergunta.
Ao que
responde
o Guia:
A
destruição
do ser
na sua
maior
intimidade
que é a
mente,
meu
filho,
reduto
sagrado
da
divindade,
também
pode
ocorrer
mas isso
só mais
tarde
poderemos
compreender”.
Aí,
pergunta-se:
Onde
fica a
imortalidade
da
alma?
Cap. 31
- Mais
um
contrassenso:
“Lembravam
formas
femininas
de
diafaneidade
inconcebível”.
Essas
criaturas
tinham
uma
tarefa
pouco
compatível
com a
sua
elevação,
qual
seja:
“São
nossas
irmãs
designadas
para
vigiar
um dos
desfiladeiros
do
abismo,
apresentou
alegremente
Atafon”.
Mais
adiante,
diz que
essas
irmãs,
Temp e
Tera,
oriundas
de
Vênus,
pertencem
a turnos
de
oitocentos
anos e
que
seriam
substituídas
por dois
homens,
Irus e
Urus, já
escolhidos,
pelo
Conselho
Venusiano,
após
entendimento
com o
Governador
da
Terra. A
presença
de
Espíritos
Superiores,
no
desempenho
dessa
tarefa,
contrapõe-se
o
argumento
do
Ministro
Flácus
(Libertação,
cap. 1),
quando
comenta
o poder
exercido
por
Espíritos
inferiores,
a título
precário,
nas
zonas de
sofrimento:
“seria
ilógico
e
absurdo
designar
um anjo
para
custodiar
criminosos”.
Cap. 34
-
Gabriel
novamente
apresentado
como
anjo
alado:
“Víamos,
agora,
Gabriel
perfeitamente.
Sobre
grandiosa
montanha,
de asas
espalmadas
como uma
águia,
mãos
abertas
voltadas
para
nós,
irradiava
luz,
força e
amor.
Era de
uma
beleza
indescritível
e o
rosto
iluminado
ofuscava-nos
o olhar.
Olhei-o
apenas
um
momento
e
escondi
os olhos
nas mãos
para não
ficar
cego”.
Como
pode a
luz de
um
Espírito
cegar
alguém?
Deve ser
lembrado
que o
Autor
declara,
tanto
nesta
obra,
quanto
noutra
de sua
autoria,
“Sexo
Além da
Morte” -
outra
aberração
doutrinária
- que
ambas
foram
escritas
sob a
orientação
de André
Luiz.
Comentar
todas as
infantilidades,
todos os
absurdos,
todas as
afirmativas
antidoutrinárias
contidas
nesse
livro
exigiria
que se
escrevesse
um outro
livro...
A partir
dessa
obra,
tem
chegado
uma
verdadeira
enxurrada
de
produções
mediúnicas,
não
apenas
discutíveis,
mas
altamente
perniciosas
ao
esclarecimento
do
Espírito
Humano.
São os
inimigos
do
Espiritismo
que,
cansados
de
combatê-lo
de fora,
agora
imiscuem-se
entre
nobres
trabalhadores
e, como
“lobos
com pele
de
ovelhas”,
atacam
tenazmente.
É
chegada
a hora
do
testemunho
daqueles
que
realmente
amam a
Verdade,
sem
alarde
nem
escândalo,
estudarem,
estudarem
o
Espiritismo
a fim de
terem
condições
de
separar
o joio
do
trigo,
os bodes
das
ovelhas!
Obs.:
As
transcrições
foram
feitas
exatamente
como
estão na
obra,
respeitando-se
grafia e
pontuação.