Enfrentando os males da mentira
Em tempos de grande inquietação e aflição coletiva como
o que vivemos na atualidade, a verdade é geralmente
menosprezada pelos defensores contumazes da mentira. De
fato, indivíduos de alta envergadura nas estruturas do
poder contemporâneo no planeta têm abusado
sistematicamente deste aviltante recurso visando
confundir e desorientar as demais criaturas. Tomemos
como exemplo o que vem acontecendo especificamente nos
Estados Unidos.
Não é nenhum segredo que aquele país desempenha um papel
crucial na preservação da paz na Terra. A sua cultura,
conquistas e modo de vida exercem verdadeiro fascínio em
outros povos. Desse modo, espera-se que os seus líderes
sejam sempre íntegros e precisos na transmissão das suas
mensagens para as outras nações, bem como nas premissas
que sustentam as suas decisões.
Contudo, é embaraçoso, para dizer o mínimo, o que o seu
atual presidente vem fazendo nesse particular. O
insuspeito jornal americano The Washington Post informava,
em sua edição de 1º de maio, que, no período de 466 dias
no cargo de presidente do país, o Sr. Donald Trump, de
acordo com um minucioso levantamento, havia dado 3001
declarações falsas ou distorcidas, ou seja, a espantosa
média de 6,5 por dia. Aliás, esse comportamento
irregular tem sido uma das marcas da sua gestão. Quem
acompanha um pouco o dia a dia daquela nação deve se
perguntar, como vem fazendo, por sinal, boa parte da
imprensa americana: como pode acontecer tal coisa?
O fato é que tal aberração vem ocorrendo, e ele não é o
único a usar deste expediente obscuro. Outros líderes
mundiais adotam, lamentavelmente, o mesmo padrão. Como
os EUA exercem grande influência no planeta, ecoam por
toda parte a fala e as atitudes do seu polêmico líder,
assim como revela cada vez mais as nuances da sua
(doentia) personalidade. No geral, é deveras preocupante
observar pessoas – às vezes, dotadas de grande poder –
exibindo o comportamento de mentir habitualmente. Há aí
um claro problema psíquico requerendo vigoroso reparo.
Em termos bem simples, pessoas que mentem
sistematicamente carecem de saúde espiritual. Falta-lhes
equilíbrio, bom senso e consciência dos seus atos. Por
isso, elas caminham inexoravelmente para a queda sem se
dar conta disso. Ingenuamente elas subestimam os seus
interlocutores, pois creem que sempre passarão impunes.
De modo geral, são almas ainda infantilizadas, já que
não divisam as consequências das suas infelizes posturas
perante os outros.
O Espiritismo, como farol da humanidade, traz
importantes esclarecimentos sobre o assunto. Nesse
sentido, o Espírito Emmanuel, na obra O Consolador (psicografia
de Francisco Cândido Xavier), alerta: “A mentira é a
ação capciosa que visa o proveito imediato de si mesmo,
em detrimento dos interesses alheios em sua feição
legítima e sagrada; e essa atitude mental da criatura é
das que mais humilham a personalidade humana,
retardando, por todos os modos, a evolução divina do
Espírito”.
O seu alerta é altamente providencial. Afinal, muitos
indivíduos incumbidos de amparar os seus irmãos, através
do exercício de funções estratégicas nas instituições do
mundo, utilizam corriqueiramente o subterfúgio da
mentira para justificar os seus delitos. Ou ainda, como
explica o Espírito Joanna de Ângelis, no livro Luz da
Esperança (psicografia de Divaldo Pereira Franco),
“Acostumando-se a uma observação negativa ou exagerada,
o mentiroso avança no rumo da alienação, pois que sempre
lhe impõem novas ginásticas mentais, a fim de acobertar
os deslizes anteriores que se permitiu”.
Por essa razão, a sábia mentora recomenda-nos o dever de
sermos receptivos à verdade e à ação inspirada na
“inteireza moral”. Ela também incisivamente propõe:
“Acostuma-te a ser fiel à verdade e ela estará à tua
frente, abrindo-te os caminhos por onde palmilharás, sem
que receies ser por ela ser seguido, corrigindo as tuas
informações e dando a dimensão do teu comportamento,
como sucede ao mentiroso”.
Portanto, abracemos sempre a verdade – não importando a
circunstância e o contexto – e ela nos sustentará o
avanço.
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