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por Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

 

O diálogo e o controle do outro e das coisas


Viver até encanecer os cabelos é o sonho da maioria aqui na Terra, aceitando e aproveitando cada etapa da vida, com oportunidade de estudos, trabalhos, dignidade e liberdade. Para tanto é necessário vencer a si mesmo e ter controle do emocional como chave para tornar leve e agradável a passagem do tempo e das escolhas, transformando-nos pela renovação da nossa mente.

O diálogo permanente é necessário para alcançarmos esta meta.

O Brasil é um país abençoado, terras férteis, água em abundância, povo alegre, praias belíssimas, somos agraciados por essa encarnação. Tivemos alguns líderes que desejaram se livrar das opressões do exterior, como os inconfidentes, os militares no poder para evitar que nossa terra se tornasse uma ditadura (lembra de quem assumiu Cuba e não mais a abandonou até a falência dos órgãos físicos e a morte?).

“As diretas já” trouxeram esperança, mas também a corrupção e a inflação. As criaturas tomadas pela ânsia do poder e enfurecidas no descontrole acabam por gerar os mais estranhos distúrbios e perturbações na população, nas cidades e no meio ambiente. No congelamento das contas e poupanças muitos se desesperaram e se suicidaram afoitamente.

Sabemos que, por falta de diálogo, Hitler fez o que fez, levando milhões de judeus à morte e à inanição. Da mesma forma os Estados Unidos, usando o máximo da inteligência e o mínimo de amor, destruíram o Japão, em 1945, com o uso, pela primeira vez na história da humanidade, de armas atômicas contra as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki.

Lembram-se das embarcações de Cuba para os Estados Unidos? Na Síria, pais e crianças se lançando ao mar e à morte; na Venezuela, os imigrantes buscando refúgio no Brasil e na Colômbia, por não terem o que comer, abandonando família e bens? Porque, como na Síria, os opositores eram silenciados com a morte.

E governos autoritários prendem e expulsam seus cidadãos, que vão sem nada, levando apenas seu preparo mental, porque tudo o que possuímos de conhecimento, experiência, espiritualidade, carregaremos conosco, nos pertence para sempre, e o que detemos em moedas ou joias, nos bancos ou em cartórios, são sempre temporários e inseguros.

Já sabemos pela ciência que os sentimentos reprimidos levam ao adoecimento das pessoas e populações. Essas emoções e sentimentos que são ocultados, reprimidos, acabam se transformando em diversas doenças, iniciando com irritação, angústia, raiva, traição, que geram gastrite, dores lombares e fibromialgia, por exemplo.

Buscar ajuda com especialistas é necessário, e também cultivar nossa fé e partilhar nossas dificuldades com alguém de confiança, contando nossa intimidade e nossos equívocos. Entendendo que todos erramos, devemos nos corrigir para não sofrer novamente as consequências, que podem até se transformar em cânceres.

O diálogo, a escuta, a escrita são uma confortável terapia!  Chico Xavier falou: “Melhore tudo, dentro de você, para que tudo melhore ao redor dos seus passos”. Porque, como dizia o sábio Demócrito: “Desejar violentamente uma coisa é tornar-se cego para o demais”.

 

Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é diretor da Editora EME.


 
 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita