Divino amparo
“... Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e
de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, este é
o maior e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante
a este, é: amarás ao teu próximo, como a ti mesmo...” –
Jesus (Mateus, cap. XXII: 34-40)
Nascidos para amar, o momento é de viver o amor. O mundo
sofre externamente. O mundo íntimo sofre, pois o
aprendizado do amor muitas vezes é doloroso. Necessita
das virtudes do bem. Essas vão moldando o amor aos
poucos.
A caridade é filha do amor. Essa vem crescendo em
solidariedade na Terra.
Há que vivenciar a fé. A fé, mãe da esperança e da
caridade, impulsiona o ser ao amor.
Joanna de Ângelis, através da psicografia de Divaldo
Pereira Franco, no livro Convites da Vida comenta
que a fé é a flama divina que aquece o espírito e dá-lhe
forças para superar tudo: mágoas, desaires, revoltas,
traições e até mesmo a morte.
No livro Boa Nova, de Humberto de Campos,
psicografado por Chico Xavier, vemos um diálogo entre
Jesus e Tomé, que era escasso de fé. Pergunta ele a
Jesus qual seria a senha deles, já que ele se recusava a
aliar-se aos poderosos da Terra, para que sua mensagem
de amor não fosse contaminada pelos desejos de poder e
das coisas temporais.
Jesus lhe explica que uma só lágrima que console e
esclareça um coração atormentado vale mais do que um
imenso sinal do céu, destinado tão somente a
impressionar os miseráveis sentidos da criatura. A nossa
senha – disse ele a Tomé – é a nossa própria
exemplificação na humildade e no trabalho. Quando quiser
esclarecer o espírito de alguém, chore com ele e colherá
resultados, explicou Jesus. A redenção consiste em amar
intensamente. O nosso sinal é o do amor que eleva e
santifica, porque só ele tem a luz que atravessa os
grandes abismos....
Quando Jesus surgiu em meio a seus discípulos e Tomé
encontrava-se presente, ele se aproximou e disse-lhe:
Tomé, põe a tua mão nas minhas chagas e não te esqueças
de que é o sinal...
O cálice do sacrifício por amor. Jesus tomou desse
cálice....
Humberto de Campos de modo muito belo completa: Então, a
razão fria do apóstolo notou que um clarão novo o
invadia e penetrava-lhe a alma. Compreendeu finalmente
que o martírio do coração que ama se reveste de
misterioso poder. Tocado pela humildade do Mestre
redivivo prosternou-se e chorou.
O coração triunfava do cérebro, o sentimento lhe
acrisolara a fé.
Somos envolvidos pela dor neste mundo e vagarosamente
desperta em nós o amor. A fé o acompanha muitas vezes.
Histórias de sacrifícios de amigos, para salvar amigos,
mãe por seus filhos, filhos socorrendo os pais, assim
caminha a humanidade. O amor e a fé vão crescendo em
nossos corações. Há que se aumentar os bons sentimentos
e ter amor no coração. Ele consegue vencer o frio do
raciocínio. Quem ama está à frente.
Os espíritos que já têm bondade no coração, mesmo
encarnados, são instrumentos de paz e socorro.
Precisamos de paz e que nossa conduta seja sempre a da
exemplificação do amor, mesmo que com muito sacrifício e
com lágrimas a jorrarem dos olhos tristes.
Um bondoso amigo, que sempre se dispõe ao trabalho de
amor e solidariedade, contou-nos um fato simples, que
ocorreu com ele e que foi para ele um aprendizado de fé.
Estava ele caminhando perto do Hospital Evangélico de
Londrina quando passou por um senhor de idade, que
recolhia recicláveis ali, com certa dificuldade até,
devido à idade, mas trabalhando e colocando o que
recolhia dentro de seu carro.
Esse amigo passou olhando e seguiu em frente. Andou uns
10 metros e parou. Pensou que ele bem que poderia
oferecer ajuda àquele senhor. Dar um dinheiro para ele
pôr gasolina no carro. E o fez. Pegou seu dinheiro,
aproximou-se do senhor e lhe perguntou se ele aceitaria
ajuda para o combustível.
Esse senhor abriu um sorriso e lhe disse:
– Como Deus é bom e nos atende em nossos pedidos, moço!
E contou-lhe: Ontem, estava com tanta fome! Me deu uma
vontade de comer mortadela! Pensei: oh, meu Deus que
vontade de comer mortadela! Bem que alguém podia me dar
uma mortadela! Pois você acredita, moço, que veio um
senhor e me deu quatro fatias de mortadela! Veja como
Deus é bom! E agora há pouco, enquanto eu colocava os
recicláveis no carro, eu pensei que Deus bem poderia me
ajudar e alguém me dar um dinheiro para eu pôr gasolina
no carro! E o senhor apareceu com o dinheiro! Veja como
Deus é bom, atende-nos sempre!
Nosso amigo disse que aquele senhor idoso lhe foi
naquele momento um professor de fé.
Nós sabemos que a espiritualidade amiga procura os bons
corações para socorrer a muitos. Encontrou nosso amigo
que passava. O idoso tinha muito mérito e muita fé. Quem
sabe as dores que lhe acrisolaram a fé?
O amor está crescendo e ele será a salvação de todos,
permitindo a serenidade nas horas difíceis e a companhia
da fé, mantendo a casa sobre a rocha.
Quantas histórias lindas presenciamos que nos fazem
sentir o coração emocionado e, atingindo nossa emoção,
nos ajudam a crescer?
Amemo-nos uns aos outros e o amor haverá de iluminar a
Terra!
Estamos sustentados pelo amor de Deus que nos ampara
sempre!
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