Artigos

por Altamirando Carneiro

 

A lógica da reencarnação


Palestina, nos tempos de Jesus. 

O Monte Tabor fica a cerca de 11 quilômetros a sudoeste de Nazaré. Com cerca de mil metros de altitude, ele domina a planície, muito fértil, de aproximadamente 400 metros, que o circunda. É recoberto, em grande parte, por árvores que produzem resinas. Do cume do Monte Tabor, avista-se toda a planície da chamada Baixa Galileia. Lado a lado, há uma basílica franciscana e uma igreja ortodoxa.

Foi no Monte Tabor que ocorreu a Transfiguração, termo que, segundo os dicionários, significa ato ou efeito de transfigurar-se; transformação. O episódio da Transfiguração é considerado a primeira manifestação espírita da era cristã.

Eis o que Mateus registrou:

Seis dias depois, Jesus tomou Pedro, Tiago e seu irmão João, e os levou para um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E ali foi transfigurado diante deles. O seu rosto resplandeceu como o sol e suas vestes tornaram-se alvas como a luz. E eis que apareceram Moisés e Elias conversando com ele. Então Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, é bom estar aqui. Se queres, levantarei aqui três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias. Ainda falava quando uma nuvem luminosa os cobriu com a sua sombra e uma voz, que saía da nuvem, disse: Este é o meu filho amado, em quem me comprazo, ouvi-o!
Os discípulos, ouvindo a voz, muito assustados, caíram com o rosto no chão. Jesus chegou perto deles e, tocando-os, disse: Levantai-vos e não tenhais medo. Erguendo os olhos, não viram ninguém: Jesus estava sozinho. Ao descerem do monte, Jesus ordenou-lhes: Não conteis a ninguém essa visão, até que o Filho do homem ressuscite dos mortos. Os discípulos perguntaram-lhe: Por que razão os escribas dizem que é preciso que Elias venha primeiro? Respondeu-lhes Jesus: Certamente Elias terá de vir para restaurar tudo. Eu vos digo, porém, que Elias já veio, mas não o reconheceram. Ao contrário, fizeram com ele tudo quanto quiseram. Assim também, o Filho do Homem irá sofrer da parte deles. Então, os discípulos entenderam que se referia a João Batista. (Mateus, 17:1 a 11) 

Também os evangelistas Marcos (9:2 a 13) e Lucas (9:28 a 36) relatam o fato.

Vejamos, ainda, o item 4: Ressurreição e reencarnação, do capítulo IV: “Ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo”, de O Evangelho segundo o Espiritismo, o qual informa que os judeus acreditavam na reencarnação, só que com o nome de ressurreição, pois o termo reencarnação somente surgiria no século 19, com o aparecimento do Espiritismo, cuja data em que surgiu na França é 18 de abril de 1857, com a primeira edição de O Livro dos Espíritos. Só os saduceus não pensavam assim, por acreditarem que tudo acabava com a morte.

As ideias dos judeus sobre a questão não eram claramente definidas, pois tinham noções vagas e incompletas a respeito da alma e a ligação desta com o corpo. Acreditavam que um homem podia reviver, sem terem noção perfeita de como o fato acontecia.

A ressurreição seria a volta à vida do próprio cadáver e a Ciência demonstra que   isso é impossível, principalmente quando os elementos do corpo já estão dissolvidos. A reencarnação é, pois, a volta do Espírito à vida corpórea, num outro corpo.

Poderíamos aplicar a palavra ressurreição ao que aconteceu com Lázaro; não a Elias e, consequentemente, aos profetas. Se para os judeus João Batista era Elias, o corpo de João não poderia ser o de Elias, uma vez que João tinha sido visto desde criança e seus pais eram conhecidos. Portanto, João era Elias reencarnado, mas não ressuscitado.

Ainda neste capítulo do evangelho, é interessante falarmos do item 18, o qual esclarece que os laços de família são fortalecidos com a reencarnação. Eles não sofrem destruição, como pensam algumas pessoas:

"A encarnação apenas momentaneamente os separa, porquanto, ao regressarem à erraticidade, novamente se reúnem como amigos que voltam de uma viagem. Muitas vezes, até uns seguem a outros na encarnação, vindo aqui reunir-se numa mesma família, ou num mesmo círculo, a fim de trabalharem juntos pelo seu mútuo adiantamento. Se uns encarnam e outros não, nem por isso deixam de estar unidos pelo pensamento. Os que se conservam livres velam pelos que se acham em cativeiro. Os mais adiantados se esforçam por fazer que os retardatários progridam. Após cada existência, todos têm avançado um passo na senda do aperfeiçoamento". 

 
 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita