Dos obsessores à nossa volta
Por
vezes é complicado separarmos de Chico Xavier o que é
dele próprio – de sua grande sabedoria – e o que é de
sua divina inspiração, preciosíssima mediunidade,
tamanha sua correspondência, identidade de princípios,
sempre fundamentados pela mesma Luz, Compreensão e Amor.
Mas
o fato é que na semana passada, não importando o dia
exato, me lembrei do Chico quando - numa entrevista -
ele fora questionado se nos presídios, cadeias e
penitenciárias existem muitos obsessores; e ele
respondera que não, pois os obsessores já conseguiram o
que queriam, ou seja, fizeram tanta balbúrdia com os
homens incautos que estes foram trancafiados na prisão.
Noutros termos: os obsessores continuam aqui fora,
aprontando a bel prazer! E estão sempre procurando
intrigas e sugerindo ideias malsãs dentre os homens e,
pois, fazendo de tudo para brigarmos uns com os outros
por suas más sugestões, e por aí vão, destruindo
amizades, fomentando crimes, roubos, negociatas, que, um
dia, acabam por culminar em prisões, donde, então, os
criminosos terrenos vão pagar por seus delitos, insultos
e coisas que tais.
Logo:
Os
obsessores estão por aqui mesmo – na minha e na sua
vizinhança -, fazendo suas intrigas, nos insultando, nos
perseguindo, e, pois, operando pela nossa discórdia, o
nosso pior, e lá na ponta, quem sabe, a nossa queda, a
nossa prisão nos cárceres sombrios das penitenciárias
por nossa intemperança e ausência de Jesus em nossas
almas, em nossos corações!
Dias atrás, no trânsito, um sujeito do meu lado mesmo,
dirigindo seu veículo, passou por mim berrando, me
ofendendo, e eu, óbvio, não sabendo o que fizera com
ele! E, naquele instante, toda a carga de ódio dos
obsessores daquele nosso irmão infeliz penetrou
minh’alma, obscureceu minha razão e fez disparar,
célere, o meu coração.
E,
naquela dúvida, o desejo da resposta devida, quiçá com
ofensas similares, se apossou de minha alma ainda
rebelde e transgressora!
Foi
quando os Bons Espíritos intervieram e sugeriram-me o
silêncio, a calma, pois que, afinal, tudo já estava
passando e, também, o motorista ofensor já seguia mais
na nossa frente, nos deixando para trás.
E,
então, pude me acalmar, até porque minha revolta
momentânea não fora tanto pela minha resposta que não
dera, mas sim pela presença dos obsessores, que, estando
com aquele outro, se achegaram a mim com sua presença
sombria, revoltosa, sugerindo a pena de talião - o olho
por olho, dente por dente -, quando Jesus, pelo
contrário, nos pediu o perdão das ofensas, a desculpa
para outrem, o recíproco “Amor”, mesmo que tal não seja
da intenção do outro, daquele nosso irmão infeliz,
esbravejante e ofensor.
Daí, pois, mais ainda, o “Orai e Vigiai” do mesmo Mestre
Nazareno Jesus; daí, pois, o “Perdão” e, óbvio, como já
dito supra: o “Amor”, mesmo que, do outro, não haja a
reciprocidade do mesmo “Amor”.
E o
fato é que o Homem, em sua rebeldia e infantilidade,
ainda não descobriu os efeitos miraculosos desta
palavrinha tão curta, tão profunda e balsamizante:
“Amor”.
Quando o homem o descobrir em sua essência, em sua
prática viva e, pois, cotidiana, saberá, então, de seus
feitos miraculosos, donde, assim, pois, os obsessores,
quando não convertidos, serão então convidados, por
força maior, a viver e a conviver, bem como de se
educar, junto aos seus iguais de um Mundo também de
Deus, porém muito inferior a este nosso de agora, que,
como todos sabem, caminha, por evolução, para um Mundo
Melhor, o Regenerador, donde haveremos de compreender e
de praticar esta mesma e divina Lei ministrada pelo
Cristo: de Amor, de Justiça e de Caridade!
A
Lei, pois, do mesmo Deus de Amor e de Misericórdia para
com teus filhos, que, então, gozarão dos frutos
saborosos de sua nova conduta, consoante o Evangelho do
Mestre, do Enviado Jesus.
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