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por José Reis Chaves

Tranquilizemo-nos com nosso modo de crer


A palavra religião tem em Santo Agostinho a sua melhor definição, que é a mais conhecida e a mais aceita, universalmente, pois é muito clara por sua etimologia. Ela vem do verbo latino “religare” (religar) e significa uma prática religiosa e ritualística para as pessoas se ligarem, novamente, a Deus, pois elas foram criadas por Ele com a natureza delas, em espírito, semelhante à d’Ele.

Porém, por influência do nosso egoísmo procedente de nosso ego inferior orgulhoso, vaidoso e divisor das pessoas, e que lembra as conhecidas frases de Jesus: “a carne é fraca” e “da carne nada se aproveita”, as pessoas só se religarão a Deus se elas se unirem e se amarem, mutuamente, formando, assim, uma corrente de amor, através da qual, apenas assim, poderão entrar em sintonia com a de Deus, que é de amor infinito e, pois, incondicional para com todas as suas criaturas sem exceção, como diz a Bíblia. De fato, Deus as ama sempre, por todas as eternidades, já que Ele é imutável, pois já é perfeito ao máximo, ou seja, de perfeição infinita.

São Paulo (Efésios 2:8) ensina que a salvação se obtém pela fé (crença), que é um dom gratuito dado a nós por Deus, pelo que ninguém, pois, deve vangloriar-se dela. Uma vez, disse em um artigo que muitos gostam dessa passagem paulina, que, com todo o respeito, envolve uma crença que alguém chamou de religião da preguiça, pois é muito fácil de ser seguida, bastando apenas mantermos a crença que temos. Mas o próprio São Paulo nega essa sua ideia, pois diz em Romanos 2:6-8 que a cada um será dado segundo suas obras, o que São João confirma, também, no Apocalipse 22:12. Isso demonstra o que digo várias e muitas vezes: - A Bíblia é a palavra de homens sobre Deus... Com efeito, se ela fosse a palavra de Deus, como foi e ainda é ensinado, ela não teria essas contradições.

Mas, refletindo sobre essas duas opiniões paulinas diferentes, cremos, pela lógica e o bom senso, que a certa é aquela em que ele afirma, de acordo com a muito importante lei universal da Bíblia e de todas as outras grandes escrituras sagradas, ou seja, a lei de causa e efeito, infelizmente, pouco falada pelos nossos líderes religiosos, com exceção, principalmente, dos espíritas. Creio que São Paulo teve um momento normal de um cochilo filosófico-teológico, confundindo a nossa crença com nossa salvação ou libertação.

A verdade é que não devemos nos preocupar jamais com a nossa religião, seja qual for, mas com o que nós semeamos, que pode nos levar a criar um carma de sofrimento para nós mesmos, nunca para Deus, que é inatingível e é imutável por todas as eternidades!

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita