Pessoas
levianas: testes em
nosso caminho redentor
Há pessoas neste mundo
que passam pela
existência corpórea como
um furacão avassalador,
destruindo sagrados
laços e aviltando os
mais puros sentimentos.
Por meio de seu
comportamento desastroso
e inconsequente
tornam-se centro de
graves acontecimentos.
Como geralmente não
prestam muita atenção
nos seus atos levianos
não cogitam as
consequências daí
advindas. Como não
poderia deixar de ser,
arregimentam inimigos
fortuitos e considerável
passivo espiritual que
um dia terão certamente
de resgatar pela via do
sofrimento e decepções
que igualmente
proporcionaram aos
outros.
O ultrassensível campo
dos sentimentos
desnorteados serve,
muitas vezes, como pano
de fundo de grandes
cometimentos ou mesmo
tragédias dessa
natureza. Ele é a origem
de graves complicadores
ao bem-estar do Espírito
psicologicamente
imaturo, que, de modo
geral, só cogita dos
seus prazeres imediatos
– pouco ou nada se
importando com os seus
semelhantes. Com efeito,
há criaturas levianas –
não analisarei aqui o
vasto espectro de seres
que se enquadram nessa
lamentável categoria, e
que usam a fofoca, o
mexerico, a falsa
amizade, a traição, a
astúcia e o veneno
verbal em suas falas
distorcidas sempre
distante dos fatos
reais, sem contar as
suas atitudes malignas
voltadas a atingir fins
obscuros - praticamente
em todas as faixas
etárias, inclusive na
terceira idade, que usam
os outros como se não
houvesse amanhã – o
sempre justo e
implacável juiz da vida
humana. Pobres criaturas
ainda incapazes de
divisar a colheita de
espinhos que lhes
aguardam no futuro!
No que concerne às
vítimas de tais
indivíduos, o Espírito
Emmanuel observa, no
livro Vinha de Luz (psicografia
de Francisco Cândido
Xavier), que, “Nas
linhas do trabalho
cristão não é demais
aguardar grandes lutas e
grandes provas,
considerando-se, porém,
que as maiores
angústias não procederão
de círculos adversos,
mas justamente da esfera
mais íntima, quando a
inquietação e a revolta,
a leviandade e a
imprevidência penetram o
coração daqueles que
mais amamos” (ênfase
minha).
De modo geral, as
pessoas levianas são
profundamente doentes da
alma, e, como tal, não
consideram os potenciais
efeitos deletérios das
suas atitudes
tresloucadas. Dada a
prevalência de acentuado
desajuste das suas
personalidades, nas
quais quase sempre não
se encontram os sempre
benvindos freios éticos,
não desenvolveram,
portanto, as noções
elementares de gratidão,
respeito e muito menos
de autêntico amor (algo
que certamente ainda não
lhes tocou no imo da
alma). Por isso, a
condição espiritual de
tais indivíduos é assaz
precária, pois estão
longe de compreender o
significado da vida no
seu sentido mais amplo.
Se todos nós precisamos
estar muito atentos aos
nossos passos para não
nos desviarmos do
caminho reto e
construtivo para o
Espírito imortal que
essencialmente somos,
imagine-se, então, um
indivíduo distanciado
destas transcendentes
preocupações? Assim
sendo, é preciso – desde
cedo – auscultar a nossa
alma, conhecendo
amplamente as matrizes
dos nossos pensamentos e
ideais para que as
nossas sombras
interiores sejam
rapidamente eliminadas,
e o nosso percurso
existencial não seja
degenerado.
No tocante a essa
questão, o Espírito
Joanna de Ângelis
adverte, com muita
sabedoria, na obra Vidas
Vazias (psicografia
de Divaldo Pereira
Franco): “Não te
permitas nunca
leviandades na
existência,
especialmente em razão
dos compromissos
assumidos na
Espiritualidade, assim
como aqueles que dizem
respeito à convivência
com o próximo”. No
particular caso dos
relacionamentos
amorosos, nos quais
muitos se dissolvem sob
pesada carga de emoções
e sentimentos infelizes,
cabe reiterar que
ninguém nasceu
acorrentado a outrem.
Desse modo, se a
insatisfação assoma em
uma das partes – ou
mesmo nas duas –, é de
bom alvitre que o
rompimento dos laços
ocorra de maneira madura
e empática, isto é,
próprio de seres
civilizados que devem se
respeitar mutuamente.
A propósito, muitas
desgraças atuais nessa
esfera poderiam ser
evitadas se tal
compreensão inspirasse o
coração humano. Além
disso, a perfeita regra
de ouro preconizada por
Jesus deve sempre ser a
baliza dos nossos atos:
“Não fazer ao outro o
que não desejamos para
nós”. Joanna aconselha
ainda a não nos
iludirmos com os
prazeres transitórios
que enlouquecem e nem
tão pouco com os “os
tesouros da ilusão”,
que, por sua vez, se
desfazem facilmente. A
elevada mentora
espiritual recomenda,
por outro lado, a sermos
fiéis em todos os nossos
atos, bem como gentis e
corretos em nossos
compromissos e,
sobretudo, nobres em
nossas afeições.
Diante de tão sábias
observações, evitemos,
portanto, o fel do
remorso e do
arrependimento adotando
uma conduta sempre
pautada pela
sinceridade, respeito e
integridade, e, dessa
maneira, certamente
nunca nos faltarão o
apoio e inspiração do
Mais Alto em nossos
passos e decisões da
vida.
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