Neste tétrico e indesejável panorama
social
Cremos que as teorias atuais sobre o bem-estar do homem,
considerando a psicologia e a economia, estão ainda
longe do ideal. É urgente que novas propostas teóricas
interpretem a paz social em termos de valores mais
transcendentes. Tais teses comprovarão a assertiva dos
Espíritos e do Evangelho de que os bens materiais não
trazem felicidade.
O professor da Universidade da Virgínia (EUA) Jonathan
Haidt, em seu livro The Happiness Hypothesis,
escreveu: "a família e os amigos são mais relevantes do
que o dinheiro e a beleza. Uma condição que nos torna
felizes é a capacidade de nos relacionarmos e
estabelecermos laços com os demais". Não podemos afirmar
que os recursos financeiros são instrumentos do mal,
muito pelo contrário, pois o dinheiro (não especulativo
obviamente) é suor convertido em cifrão. Mas é urgente
que lhe demos funções nobres, lembrando que a moeda no
bem faz prodígios de amor.
Sem adentramos as interpretações de historiadores,
sociólogos, economistas, psicólogos e de cientistas
políticos, o que vemos no mundo atual e ainda amargamos
na consciência são os paradoxos de uma suprema
tecnologia na área da informática, da genética, das
viagens espaciais, dos supersônicos, dos raios laser, ao
lado dos que sobrevivem nos antros subumanos,
destroçados com a dengue hemorrágica, com a febre
amarela, com a tuberculose, com a AIDS, e com todos os
tipos de droga (cocaína, heroína, skanc, ecstasy, crack
etc.).
Ante os conceitos espíritas, sabemos que a Terra é um
mundo de expiações e provas, razão pela qual a paz
absoluta ainda não se encontra aqui no Planeta, só em
mundos mais evoluídos. Em nosso orbe, a tranquilidade
social é relativa, consoante consigna o item 20,
capítulo V, do Evangelho Segundo o Espiritismo. Um dos
pontos cruciais da tese epicurista é que, se temos
dinheiro e não temos amigos, nada temos. De acordo com
Epicuro, somos influenciados por "opiniões vãs", que não
refletem a hierarquia natural de nossas necessidades,
enfatizando o luxo e a riqueza, e raramente a amizade, a
liberdade e a reflexão. Para muitos apegados ao
dinheiro, o Ter é mais importante que o Ser.
É comum observarmos confrades espíritas apresentando
claros sinais de uma vida confortável, portando-se como
se não tivessem a mínima condição de ajudar o próximo
através de um serviço de assistência social. Tais
confrades usam antolhos e não conseguem visualizar e
muito menos entender que numa sociedade onde o homem
seja consciente dos ditames do Criador, isto é, da
prática do bem, não haverá violência, sequestros,
prostituição, poligamia, traição, inveja, racismo,
inimizades, tristeza, fome, ganância e guerras; e mais:
não se encontrarão pessoas perambulando pelas ruas,
embriagadas, sujas, cabelos desgrenhados, roupas
ensebadas, catando coisas no lixo ou esmolando, em razão
de quedas morais.
Porém, infelizmente a cada dia, sucumbem muitos jovens e
adolescentes que são comercializados para o mercado da
lascívia, algemados nos ambientes regados por
alucinógenos e de brutal violência, onde são perpetrados
crimes inconcebíveis sob o estímulo da miséria moral.
Neste tétrico e indesejável panorama terreno, a mensagem
do Cristo é um remédio de inimaginável potencial de
cura, sendo o mais eficaz para a redenção humana. É
verdade! Ao Cristianismo está reservada a tarefa de
alargar os horizontes dos conhecimentos, nos domínios da
alma humana, contribuindo para a solução dos enigmas que
atormentam as sociedades contemporâneas de todas as
culturas, projetando luz nas questões quase que
indecifráveis do destino e das dores morais do homem
contemporâneo.
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