Recolhimento e evolução espiritual
“E ocorreu naquela ocasião que Jesus se retirou para um
monte a fim de orar, e atravessou toda a noite em oração
a Deus.” (Lucas,
6:12.)
O corpo precisa do recolhimento para o repouso e o
refazimento das suas energias. O Espírito durante o sono
liberta-se da densa matéria corpórea e viaja mundo afora
para vivências extracorpóreas. Contudo precisamos
reservar, também, um tempo para o Espírito,
afastando-nos das turbulências do dia a dia, a fim de
refletirmos e meditarmos, usufruindo desse espaço livre
para o nosso autoconhecimento. Esses
momentos nos trarão, certamente, algum resultado sobre a
vida de um modo geral e principalmente o que dela
fazemos...
Nessas reflexões poderemos observar a natureza fixando o
olhar para o horizonte longínquo dos mares, do céu e das
florestas. para louvarmos a infinita Obra que o Senhor
nos legou. Não menos importante é observarmos as
pessoas, e suas atitudes, para exercitarmos o convívio
comum e o aprendizado. Regra geral, nosso tempo é
assoberbado com compromissos e raramente nos detemos
nesse particular, em que, certamente, algo de útil
poderá nos servir de lição, como também auxiliar no que
for possível.
Essa prática nos dará condição para pensarmos sobre o
que somos e o mundo em que vivemos, pois não somos meros
habitantes do Orbe terrestre. Participamos de tudo que
acontece e temos uma responsabilidade pessoal e coletiva
sobre os fatos e coisas que nos cercam.
Se não pensamos não agimos! Dessa forma, poderemos com a
nossa presença efetiva ajudar na mudança de rumo de
tantas coisas que ocorrem repletas de equívocos. É nessa
prática que surge a oportunidade de sermos úteis,
envolvendo-nos no contexto e levando a outros
informações que temos para que se somem ao processo de
crescimento.
Porém, não devemos esquecer que muitas mudanças devem
começar em nós mesmos, já que influenciamos o meio em
que vivemos com os nossos pensamentos e atitudes. Sendo
o pensamento a matriz de tudo o que praticamos,
impõe-se a depuração do que nos chega, valendo-nos do
que for edificante, o que nos elevará espiritualmente ao
reluzir a nossa luz interior, que servirá, também, para
todos aqueles que vivem conosco.
O livro Pensamento e Vida, psicografia de
Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, pg.5,
nos esclarece: (...) Pensamento, eletricidade e
magnetismo conjugam-se em todas as manifestações da Vida
Universal, criando gravitação e afinidade, assimilação e
desassimilação, nos campos múltiplos da forma que servem
à romagem do espírito para as Metas Supremas, traçadas
pelo Plano Divino.
Isto posto, a meditação torna-se prática exemplar,
inobstante não termos ainda essa cultura milenar. Mas,
conscientes dos benefícios que dela decorrem, procuremos
torná-la um hábito. Lembremo-nos, ainda, do legado de
Santo Agostinho, que ao se recolher buscava analisar a
sua consciência quanto à sua conduta sobre o que deixara
de fazer em benefício do próximo, ou se alguém teria
queixa dele...
Divaldo Pereira Franco,
no livro Atitudes Renovadoras, do Espírito Joanna
de Ângelis, pg.6, nos diz: ”(...) Os hábitos constituem
fenômenos psicológicos e sociológicos que a boa educação
canaliza em favor da saúde integral e do progresso moral
do indivíduo. Em face do estágio em que se encontra é
compreensível que se manifestem com maior frequência os costumes
inferiores pertencentes à sua natureza animal em
detrimento da sua natureza espiritual”. (A reforma
íntima consiste na convivência com a nossa consciência.)
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