Perder um animal de estimação é sempre
doloroso
Educar a mente sem educar o coração não é educação.
Aristóteles
Eu não havia completado seis anos quando perdi o meu
primeiro cachorro. Companheiro de brincadeiras, amigo
leal e muito afetuoso, gerou uma dor profunda e do qual
tenho memória muito definida. Recordo que chorei muito e
até hoje o coração sente saudade daquele companheiro de
começo da vida. Um ano depois, meus pais adotaram um
gato e um cão, ambos filhotes, e que se tornaram de novo
a alegria da casa.
Para muitas crianças, a morte de um animal é o primeiro
encontro com a perda. Esse evento é uma oportunidade
para desenvolver a resiliência emocional e iniciar as
lições sobre vida e morte, pois perder um ente querido
sempre é doloroso.
Os pais podem explicar ao filho pequeno a situação de
forma clara, respeitando, é claro, a idade da criança,
mas sem o uso de mentiras. Por exemplo, não dizer que o
animal “dormiu”, porque é importante ser sincero,
honesto, e oferecer suporte emocional para que uma
criança elabore o luto de maneira saudável.
A ausência causa dor, emoções variadas. Os adultos
devem, por isso, validar os sentimentos de tristeza e de
saudade do filho, evitando minimizar a dor. Dar tempo ao
tempo ajuda a superação do luto e a abertura para outras
vivências…
Notinhas
Não é recomendado substituir um animal de estimação que
morreu por um novo imediatamente. É importante lembrar
que ter um animal envolve estabelecer uma amizade
profunda, muitas vezes elaborada e sentida com um membro
da família. Portanto, um novo animal de estimação não
pode ser apresentado enquanto a criança ainda estiver
lidando com a dor da perda do antigo, pois ela pode,
entre outras coisas, ter medo de desenvolver um vínculo
emocional intenso com o novo animal. Passados alguns
meses, adotar um novo filhote após a morte de um animal
de estimação pode ajudar a aliviar a dor da perda. No
entanto, é essencial apresentar o novo animal de
estimação como uma experiência distinta e não como um
substituto do antigo. Caso contrário, as crianças podem
desenvolver expectativas irrealistas ou até mesmo
interpretar mal a situação, acreditando que os entes
queridos podem ser substituídos.