Gerador da própria luz
Na última semana do mês de março as tardes
outonais mostravam sua beleza ímpar nos bailados
das nuvens procurando obscurecer o sol. Só mesmo
quem se dispõe a apreciar as maravilhas do céu
pode avaliar quão belo é o entardecer. Momentos
de meditação e de reflexão... recostei-me na
cadeira de espaldar alto e no abrir e fechar dos
olhos, à minha frente, momentos de luz e
trevas.
Toda vez que meditamos sobre alguma coisa, na
caixa da memória sempre está disponível algo
considerado importante para ser comentado e, no
caso, quando meu filho precisou adquirir um
gerador silencioso de energia para o
consultório, essa providência, por cautela,
mostrou sua importância para o caso de algum
apagão iminente. E se faltar luz...? – nas
trevas o profissional fica impedido de
procedimentos.
Em toda a história da humanidade, desde que
existe o governo humano, as vidas sempre foram
fomentadas por forças espirituais para
desempenharem as suas funções, com vistas ao bem
comum. Duas forças espirituais são conhecidas, a
das trevas e a da luz. Na geração da luz
própria, um reconhecimento ao poder de Deus pela
concessão, para minha vida, de um corpo físico
não seriamente danificado pela doença, pois
contava com uma mente razoavelmente bem
equilibrada e com o meu trabalho poderia prestar
um serviço muito útil para um grande número de
pessoas, nutrindo desejo ardente de ajudar os
outros. Descobri também que eu tinha o
privilégio de me aproximar da Inteligência
Suprema através de um fio invisível, tanto com o
objetivo de agradecer pelo que possuía, uma
lanterna iluminando o meu próprio caminho,
repartindo o facho de luz para ajudar alguém.
O mundo inteiro, nosso planeta Terra, está
coberto de escuridão e milhões de pessoas e
empresas encontram-se em estado de pânico,
trazendo consigo preocupações, dúvidas,
indecisões e, principalmente, medo. Lançar
luzeiro na escuridão é uma jornada espiritual
transformadora que revela o poder da luz divina
como símbolo de esperança, redenção e verdade.
O momento escuro trevoso vivido em nosso país é
assustador, para dizer o mínimo, porém a fase
trevosa e sombria das mentiras espalhadas pelos
governantes está sendo surpreendida pelas luzes
das revelações há muito tempo esperadas e, como
sabemos, apenas um simples fósforo aceso, uma
humilde chama de vela tendo a luz por essência,
acaba com qualquer escuridão.
Com efeito, registra o Evangelho: “Nenhuma
criatura do Pai ficará eternamente na escuridão,
afastado do seu amor e misericórdia. Tudo que
houver de secreto ou escondido será conhecido.
Toda treva um dia será banida pela Luz.” (Mt
5:15.)
Sabemos que para suplantar o medo e os momentos
de trevas precisamos reconhecer que, como
seguidores de Cristo, temos a responsabilidade
de oferecer segurança às vidas das pessoas ao
nosso redor. Essa luz vai se revelar quando
pudermos erradicar a intolerância e a
prepotência e construir com o alicerce da
humildade, uma fraterna e solidária convivência.
Respeitar as diferenças individuais, visando
facilitar o exercício do perdão, que pode ser
traduzido como autoproteção.
Assumir o eficaz método da presciência e
antevisão das consequências antes de firmar
qualquer compromisso, reconhecendo que a
intempestividade sempre causa descompassos e que
o livre-arbítrio, se bem aplicado, torna-se
agente causador do seu próprio destino.
Quando escrevemos sobre a geração da luz devemos
ter antes de tudo satisfação própria sem a
preocupação de sermos lido e menos ainda a
vaidade de vermos nas nossas páginas muitos
comentários. Em verdade, há exceções, muitos do
que comentam, nem chegam a nos ler, de fato.
Aquele que lê por prazer, medita... e tem como
comentar o fato.
Para concluir, podemos dizer que a luz que
acende o coração é a mesma que apaga o brilho
dos olhos; a luz que vê o nascer do sol é a
mesma que escurece o céu; a luz está em tudo,
para todos e em todos os instantes; é teimosa e
seu gerador nos torna iluminados quando
decidimos por acender a própria luz.