Reencarnação
Sem a chave da reencarnação, a vida inteira
reduzir-se-ia a escuro labirinto.
De existência a existência, no mundo, nossa
individualidade imperecível sofre o desgaste da
imperfeição, assim como o aprendiz, de curso a curso, na
escola, perde o fardo da ignorância.
Compreendendo semelhante verdade, saibamos valorizar o
tempo, no espaço terrestre, realizando integral
aproveitamento da oportunidade que o Senhor nos concede,
entre as criaturas, acumulando em nós as riquezas do
Conhecimento Superior e os tesouros da sublimação pelo
aprimoramento de nossas qualidades morais.
Lembremo-nos de que nunca iludiremos a vigilância da
Lei.
Na Terra, a organização judiciária corrige tão somente
os erros espetaculares, expressos nos crimes ou nos
desregramentos que compelem os missionários da ordem a
drásticas atitudes, segregando a delinquência na
penitenciária ou no hospital, derradeiros limites do
desequilíbrio a que se acolhem os trânsfugas sociais.
Todavia, é imperioso reconhecer que todas as nossas
falhas são registradas em nós mesmos, constrangendo a
Justiça Eterna a providências de reajuste em nosso
favor, no instituto universal da reencarnação, que
dispõe de infinitos recursos para o trabalho
regenerativo.
De mil modos, ilaqueamos no corpo físico a atenção dos
juízes humanos, nos delitos ocultos, exercitando a
perversidade com inteligência, oprimindo os outros com
suposta humildade, ferindo o próximo com virtudes
fictícias, estragando o equipamento corpóreo sem
qualquer consideração para com os empréstimos divinos e,
sobretudo, explorando os irmãos de luta com manifesto
abuso de nossos poderes intelectuais…
No entanto, por isso mesmo também, renascemos sob
doloroso regime de sanções, dilacerados por nós mesmos,
nas possibilidades que outrora desfrutávamos e que
passam a sofrer frustrações aflitivas.
Moléstias do corpo e impedimentos do sangue, mutilações
e defeitos, inquietações e deformidades, fobias
complexas e deficiências inúmeras constituem pontos de
corrigenda do nosso passado que hoje nos restauram à
frente do futuro.
Cultivemos, desse modo, o coração nobre no vaso da
consciência reta para que a planta de nossa vida se
levante para o Hálito de Deus, porquanto basta a boa
vontade na sementeira do amor que o Mestre nos legou
para que a multidão de nossos débitos seja coberta e
esquecida pela Divina Misericórdia, possibilitando o
soerguimento de nosso Espírito, até agora arrojado ao
lodo de velhos compromissos com a sombra, na subida
vitoriosa para a Luz Imortal.
Do livro Indulgência, mensagem
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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