O sinal espírita
da renovação
interior
As recompensas
celestes são
para os que não
as tenham
buscado na
Terra.
“Reconhece-se o
verdadeiro
Espírita pela
sua
transformação
moral e pelos
esforços que
emprega para
domar suas
inclinações
más." -
Allan Kardec
Allan Kardec
teve o cuidado
de deixar bem
clara a questão
da "qualidade"
do teor
doutrinário que
deve
caracterizar o
espírita
verdadeiro ou o
espírita
cristão. Isso
porque - bem o
sabia o Mestre
Lionês - a
diversidade de
caracteres das
criaturas
determinaria,
também, uma gama
imensamente
variada de "tipos"
de espíritas.
Porém, sem
desconsiderar
esse amplo leque
de "exemplares",
Kardec
classifica-os -
genericamente -
em quatro
grupos, não
necessariamente
estanques, a
saber:
- Espíritas
experimentadores;
- Espíritas
imperfeitos;
- Verdadeiros
espíritas ou
espíritas-cristãos;
e
- Espíritas
exaltados (estes
últimos os mais
danosos para a
Doutrina).
Vemos assim que
não basta a
pessoa dizer-se
espírita para
efetivamente o
ser de boa "cepa",
visto que é
necessário para
a perfeita
identificação do
espírita
legítimo, isto
é, do espírita
verdadeiro ou
espírita-cristão,
observar se o
seu “modus-vivendi” está
balizado pelos
ensinamentos de
Jesus e Kardec.
O que
caracteriza,
afinal, os
verdadeiros
espíritas ou
espíritas-cristãos?
Kardec assim os
define1: "aquele
que pode ser -
com razão -
qualificado de
espírita
verdadeiro e
sincero, se acha
em grau superior
de adiantamento
moral. O
Espírito que
nele domina de
modo mais
completo a
matéria, dá-lhe
uma percepção
mais clara do
futuro; os
princípios da
Doutrina lhe
fazem vibrar
fibras que nos
outros se
conservam
inertes. Em
suma: é tocado
no coração, pelo
que inabalável
se lhe torna a
fé. Um é qual
músico que
alguns acordes
bastam para
comover, ao
passo que outro
apenas ouve
sons.
Enquanto um se
contenta com o
seu horizonte
limitado, outro,
que apreende
alguma coisa de
melhor, se
esforça por
desligar-se dele
e quase sempre o
consegue, se tem
firme a
vontade”.
Kardec quis
reforçar ainda
mais essa
questão para
torná-la
insofismável,
por isso
perguntou aos
Espíritos
Superiores:
- "Se entre
os chamados para
o Espiritismo,
muitos se
transviaram,
quais os sinais
pelos quais
reconheceremos
os que se acham
no bom caminho?"
Resposta: -
"reconhecê-los-eis
pelos princípios
da verdadeira
Caridade que
eles ensinarão e
praticarão.
Reconhecê-los-eis
pelo número de
aflitos a que
levem consolo;
reconhecê-los-eis
pelo seu amor ao
próximo, pela
sua abnegação,
pelo seu
desinteresse
pessoal;
reconhecê-los-eis,
finalmente, pelo
triunfo de seus
princípios,
porque Deus quer
o triunfo de Sua
Lei; os que
seguem Sua Lei,
esses são os
escolhidos e Ele
lhes dará a
vitória."
O Espírito de
Verdade alerta: "ditosos
serão os que
houverem
trabalhado no
campo do Senhor,
com desinteresse
e sem outro
móvel, senão a
Caridade! Seus
dias de trabalho
serão pagos pelo
cêntuplo do que
tiverem
esperado.
Ditosos os que
hajam dito a
seus irmãos:
"trabalhemos
juntos e unamos
os nossos
esforços, a fim
de que o Senhor,
ao chegar,
encontre acabada
a obra",
porquanto o
Senhor lhes
dirá:
Vinde a mim, vós
que sois bons
servidores, vós
que soubestes
impor silêncio
às vossas
rivalidades e às
vossas
discórdias, a
fim de que daí
não viesse dano
à obra! Mas, ai
daqueles que,
por efeito das
suas dissensões,
houverem
retardado a hora
da colheita; que
buscaram suas
recompensas nos
gozos da Terra e
na satisfação do
orgulho, pois as
recompensas
celestes são
para os que não
as tenham
buscado na
Terra".
Aduz o Espírito
Albino Teixeira:
"(...) fácil é
verificar quando
a pessoa entrou
no Espiritismo:
basta examinar
um fichário ou
escutar uma
indicação.
Difícil, porém,
é positivar se o
Espiritismo
entrou na
pessoa”.
Existem dez
inequívocas
expressões do
sinal espírita
na
individualidade,
respaldadas em
manifestações
evidentes,
ostensivas,
que sempre se
fazem
representar
pelo advérbio "mais", nos
domínios do bem:
mais serviço
espontâneo e
desinteressado
aos semelhantes;
mais empenho no
estudo; mais
noção de
responsabilidade;
mais zelo na
obrigação; mais
respeito pelos
problemas dos
outros; mais
devotamento à
verdade; mais
cultivo de
compaixão;
mais
equilíbrio nas
atitudes; mais
brandura na
conversa; mais
exercício na
paciência...
Ser espírita de
nome, perante o
mundo, decerto
que já significa
trazer legenda
honrosa e
encorajadora na
personalidade,
mas para que a
criatura seja
espírita à
frente dos bons
Espíritos, é
necessário
apresentar o
sinal espírita
da renovação
interior, que,
ante a Vida
Maior, tem a
importância que
se confere na
Terra às
prerrogativas de
um passaporte ou
ao valor de uma
certidão”.
-
KARDEC,
Allan. O
Evangelho
Seg. o
Espiritismo. 129.ed.
Rio [de
Janeiro]:
FEB,
2009,
cap.
XVII,
item 4.
-
KARDEC,
Allan. O
Livro
dos
Médiuns. 71.ed.
Rio [de
Janeiro]:
FEB,
2003, 2ª
parte,
cap.
III,
item 28.
-
KARDEC,
Allan. O
Evangelho
Seg. o
Espiritismo. 129.ed.
Rio [de
Janeiro]:
FEB,
2009,
cap. XX,
item 4.
-
Idem,
ibidem,
cap. XX,
item 5.