O que os tesouros fazem?
"Mas acumulem para vocês tesouros nos céus, onde a
traça e a ferrugem não destroem e onde os ladrões não
arrombam nem furtam." (Mateus, 6:20.)
Obviamente, não devemos ser contra a riqueza. Aliás, ela
constitui-se numa grande oportunidade para quem a
possui. Contudo, é preciso administrá-la com
sabedoria. O poder corrói nosso interior e leva-nos ao
precipício da avareza, arrogância e do desamor. A
riqueza nos dá conforto, fartura entre outras coisas que
podemos desfrutar. Mas não raro, envolvemo-nos de forma
tão arraigada com os bens materiais, facilitando os
excessos de toda ordem, que poderão nos prejudicar por
negligenciarmos a ação mais valiosa que devemos
realizar: a caridade!
A riqueza tem força para nos deixar “acima da lei”,
afastando-nos do bom senso. Trata-se de uma prova para
aqueles “felizardos”, que se deslumbram com as coisas
efêmeras, onde o tempo dará o devido desgaste dessa
propriedade transitória. A propósito, vejamos o que diz
o Espírito André Luiz, no livro O Espírito da Verdade,
psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira,
pg.9: “Quem faz circular os empréstimos de Deus, renova
o próprio caminho”. Aqui temos o exemplo de como
vivenciarmos a riqueza.
Em O Livro dos Espíritos, q. 815, observamos:
“Qual das duas provas é mais terrível para o homem, a da
desgraça ou a da riqueza? R – “São-no tanto uma quanto
outra. A miséria provoca as queixas contra a
Providência, a riqueza incita a todos os excessos.”
Então, quando perguntamos o que os tesouros fazem por
nós, podemos questionar, também o que se segue: “o que
podemos fazer com os nossos tesouros?”.
Aqueles que multiplicam e prosperam dando emprego e
dignidade ao seu semelhante, estão plantando uma semente
que favorecerá a todos. Essa visão altruísta ajuda e
promove o próximo, sendo essa atitude agradável a Deus,
já que a riqueza se transforma em progresso e
bem-social. Lembremo-nos sempre de que possuímos os
verdadeiros tesouros recebidos do Criador: os nossos
talentos. Desenvolve-los, aprimorá-los e multiplica-los,
deve ser uma prioridade em nossas existências. São eles
que integram a nossa evolução espiritual, através do
trabalho e da fraternidade entre todos nós.
No livro Dinheiro, pg.5, psicografia de Francisco
Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, temos: “Assim
também não é o dinheiro que nos condena aos processos da
angústia. É a nossa maneira de empregá-lo, quando nos
esquecemos de facilitar a corrente do progresso, através
da ação diligente na fraternidade e do devotamento ao
bem, com que nos cabe colaborar no engrandecimento do
trabalho e da vida”.
Nunca é demais ressaltar que ao nascermos nada trazemos
e no desencarne, nada levamos. Nessa dualidade, a única
coisa nossa é a consciência! Ela jamais nos abandonará.
Faz parte da Centelha Divina que enseja o brilho da
nossa luz, ao nos desvencilharmos do Dédalo que
aprisiona as nossas imperfeições. Joel Goldsmith informa
no seu livro Um Parêntese na Eternidade, pg.45:
“Qualquer que seja a lei posta em ação hoje, retornará a
nós amanhã, no ano que vem, daqui a dez ou mil anos. Em
outras palavras, hoje estamos criando nossos amanhãs,
mesmo que seja no próximo século, e o outro e mais
outro”.
O Livro dos Espíritos na
questão 918 aponta-nos: “Por que indícios se pode
reconhecer em um homem o progresso real que lhe elevará
o Espírito na hierarquia espírita?" Resposta: "O
espírito prova a sua elevação, quando todos os atos de
sua vida corporal representam a prática da lei de Deus e
quando antecipadamente compreende a vida espiritual.”
(Pratiquemos a caridade antes que nos peçam.)
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