Espiritismo
para crianças

por Marcela Prada

 

Tema: Homem de bem; felicidade


O coelho feliz

 

- Filhote, você está pronto? Hoje o papai vai levá-lo para conhecer meu amigo. Ele mora longe.
Quero ir logo, para aproveitarmos bastante – disse o quati Juca para seu filho Tobi.

O quatizinho estava empolgado para passear com seu pai. Comeu logo suas frutinhas e os dois começaram a caminhada.

No caminho, Juca foi contando para Tobi que havia conhecido o coelho Pulinho quando ainda eram filhotes e que gostava muito dele por ele ser um dos animais mais incríveis que ele tinha conhecido na vida.

Tobi, então, tentando imaginar o motivo, perguntou:

- Deixa eu adivinhar, papai! Seu amigo é o maior coelho que já existiu!

- Não, filho, ele não é tão grande, não. E também não é o coelho mais bonito que já se viu – disse Juca, rindo, ao se lembrar do jeito descontraído de Pulinho.

- Já sei! Ele deve ser forte e rápido, então. E ganhava de todos os outros filhotes nas brincadeiras – disse Tobi.

- Não, nem pensar – respondeu o pai, ainda rindo. - Eu era muito mais rápido do que ele. Na verdade, o Pulinho não é tão ágil. Ele nasceu com uma perna mais fina que a outra. Desde pequeno ele não conseguia saltar como os outros coelhinhos e andava dando saltos curtinhos. Foi por isso que começou a ser chamado de “Pulinho”.

O que Pulinho tinha de especial não eram os dons físicos, mas sim a sua personalidade. Ele cultivava a alegria, o bom humor, a boa convivência.

Juca, tentou explicar isso ao filho e Tobi resumiu:

- Ah, entendi! Ele é legal.

- Sim! Agora você acertou, filhote! Ele é muito legal. Um bom companheiro para todas as horas, tanto nas boas como nas difíceis. Sabe aquela música que eu canto de vez em quando, quando estou desanimado?

“Deus é meu Pai

Cuida de mim, ó meu pai, lá , laiá

É com Ele que eu sigo

Divide comigo

As aflições e alegrias também

Só quer o meu bem, lá, laiá”

- Sim, até eu já decorei essa música, papai – disse Tobi.

- Aprendi com ele. – disse o quati.

Os dois continuaram a longa caminhada por quase uma hora e finalmente chegaram à toca do Pulinho. Lá de fora eles escutaram o coelho cantando uma canção animada:

“Embora não pareça

Não há motivo pra tristeza

Levante a cabeça

A vida é uma escola

No jogo a bola rola

Com tudo que acontece

A gente aprende, a gente cresce iê iê iê

A gente aprende, a gente cresce oiê!”

- Ô Pulinho, acho que você deveria ser cantor, de uma vez! – disse em voz alta o quati, para chamar a atenção do coelho.

- É que eu estou esperando alguém que queira fazer uma dupla comigo! – disse Pulinho, brincando e saindo da toca para abraçar o amigo. - Juca! Que alegria!

O coelho deu também um grande abraço no Tobi, além de uma cenoura deliciosa, de lanche.

Os amigos relembraram as boas histórias e contaram as novidades.

Tobi, mesmo sem dizer muita coisa, observava tudo e aprendia bastante. Ele logo percebeu que Pulinho era uma boa pessoa. Do tipo que não fica achando ruim por pouca coisa, implicando com os outros, reclamando de tudo.

Realmente, Pulinho sabia aproveitar cada momento para ser feliz. Gostava de sentir o vento no rosto, mexendo com seus pelos e bigodes, se deliciava com o sabor dos legumes e das frutas, fazia brincadeiras com os outros animais, sempre sem ofender ninguém, assistia a chuva caindo, pensando nas bênçãos que ela trazia, apreciava a beleza das flores e das folhas, não falava mal de ninguém, pelo contrário, estava sempre disposto a ajudar quem precisasse.

Quando as coisas não iam bem, Pulinho não se desesperava. Ele rezava ou cantava. Depois esperava. Ele sabia que tudo passa e que Deus cuida de cada detalhe.

Os três passaram o dia juntos, um dia leve e agradável.

Quando chegou o fim da tarde, Juca e Tobi se despediram. Pulinho deu, para eles, uma sacolinha com frutas maduras e gostosas que ele havia colhido mais cedo.

No caminho de volta Juca perguntou:

- E então, Tobi, gostou do meu amigo? Viu como ele é?

- Gostei sim, ele é legal mesmo. Fica sempre sorrindo! Podemos visitar ele de novo quando essas frutas acabarem, papai? São deliciosas!

Juca riu do interesse do filho. Mas ele sabia que Tobi era esperto e tinha tido uma boa oportunidade, naquele dia.

Ser feliz é uma conquista. Depende das escolhas que fazemos a cada momento, mesmo nas pequenas coisas da vida.

Agora Tobi já tinha o bom exemplo de alguém que sabia como fazer isso.
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita