Tema: Homem de bem; felicidade
O coelho feliz
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- Filhote, você está pronto? Hoje o papai vai levá-lo
para conhecer meu amigo. Ele mora longe.
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Quero ir logo, para aproveitarmos bastante –
disse o quati Juca para seu filho Tobi. |
O quatizinho estava empolgado para passear com seu pai.
Comeu logo suas frutinhas e os dois começaram a
caminhada.
No caminho, Juca foi contando para Tobi que havia
conhecido o coelho Pulinho quando ainda eram filhotes e
que gostava muito dele por ele ser um dos animais mais
incríveis que ele tinha conhecido na vida.
Tobi, então, tentando imaginar o motivo, perguntou:
- Deixa eu adivinhar, papai! Seu amigo é o maior coelho
que já existiu!
- Não, filho, ele não é tão grande, não. E também não é
o coelho mais bonito que já se viu – disse Juca, rindo,
ao se lembrar do jeito descontraído de Pulinho.
- Já sei! Ele deve ser forte e rápido, então. E ganhava
de todos os outros filhotes nas brincadeiras – disse
Tobi.
- Não, nem pensar – respondeu o pai, ainda rindo. - Eu
era muito mais rápido do que ele. Na verdade, o Pulinho
não é tão ágil. Ele nasceu com uma perna mais fina que a
outra. Desde pequeno ele não conseguia saltar como os
outros coelhinhos e andava dando saltos curtinhos. Foi
por isso que começou a ser chamado de “Pulinho”.
O que Pulinho tinha de especial não eram os dons
físicos, mas sim a sua personalidade. Ele cultivava a
alegria, o bom humor, a boa convivência.
Juca, tentou explicar isso ao filho e Tobi resumiu:
- Ah, entendi! Ele é legal.
- Sim! Agora você acertou, filhote! Ele é muito legal.
Um bom companheiro para todas as horas, tanto nas boas
como nas difíceis. Sabe aquela música que eu canto de
vez em quando, quando estou desanimado?
“Deus é meu Pai
Cuida de mim, ó meu pai, lá , laiá
É com Ele que eu sigo
Divide comigo
As aflições e alegrias também
Só quer o meu bem, lá, laiá”
- Sim, até eu já decorei essa música, papai – disse
Tobi.
- Aprendi com ele. – disse o quati.
Os dois continuaram a longa caminhada por quase uma hora
e finalmente chegaram à toca do Pulinho. Lá de fora eles
escutaram o coelho cantando uma canção animada:
“Embora não pareça
Não há motivo pra tristeza
Levante a cabeça
A vida é uma escola
No jogo a bola rola
Com tudo que acontece
A gente aprende, a gente cresce iê iê iê
A gente aprende, a gente cresce oiê!”
- Ô Pulinho, acho que você deveria ser cantor, de uma
vez! – disse em voz alta o quati, para chamar a atenção
do coelho.
- É que eu estou esperando alguém que queira fazer uma
dupla comigo! – disse Pulinho, brincando e saindo da
toca para abraçar o amigo. - Juca! Que alegria!
O coelho deu também um grande abraço no Tobi, além de
uma cenoura deliciosa, de lanche.
Os amigos relembraram as boas histórias e contaram as
novidades.
Tobi, mesmo sem dizer muita coisa, observava tudo e
aprendia bastante. Ele logo percebeu que Pulinho era uma
boa pessoa. Do tipo que não fica achando ruim por pouca
coisa, implicando com os outros, reclamando de tudo.
Realmente, Pulinho sabia aproveitar cada momento para
ser feliz. Gostava de sentir o vento no rosto, mexendo
com seus pelos e bigodes, se deliciava com o sabor dos
legumes e das frutas, fazia brincadeiras com os outros
animais, sempre sem ofender ninguém, assistia a chuva
caindo, pensando nas bênçãos que ela trazia, apreciava a
beleza das flores e das folhas, não falava mal de
ninguém, pelo contrário, estava sempre disposto a ajudar
quem precisasse.
Quando as coisas não iam bem, Pulinho não se
desesperava. Ele rezava ou cantava. Depois esperava. Ele
sabia que tudo passa e que Deus cuida de cada detalhe.
Os três passaram o dia juntos, um dia leve e agradável.
Quando chegou o fim da tarde, Juca e Tobi se despediram.
Pulinho deu, para eles, uma sacolinha com frutas maduras
e gostosas que ele havia colhido mais cedo.
No caminho de volta Juca perguntou:
- E então, Tobi, gostou do meu amigo? Viu como ele é?
- Gostei sim, ele é legal mesmo. Fica sempre sorrindo!
Podemos visitar ele de novo quando essas frutas
acabarem, papai? São deliciosas!
Juca riu do interesse do filho. Mas ele sabia que Tobi
era esperto e tinha tido uma boa oportunidade, naquele
dia.
Ser feliz é uma conquista. Depende das escolhas que
fazemos a cada momento, mesmo nas pequenas coisas da
vida.
Agora Tobi já tinha o bom exemplo de alguém que sabia
como fazer isso.