Perdão e progresso
O progresso é realmente a vitória do perdão.
Podemos, assim, defini-lo como sendo a sinfonia do
trabalho em que milhões de vidas renunciam a si
próprias, a fim de que a evolução prevaleça, em toda
parte, gloriosa e sublime.
É possível averiguar a exatidão de nossa assertiva na
própria casa que nos serve de templo às aspirações.
Não fosse o retraimento da pedra que se oculta,
resignada, não se equilibraria o edifício nos alicerces.
Não fosse a humildade da argila que cede aos propósitos
do oleiro e não poderíamos contar com o tijolo simples,
sustentando as paredes acolhedoras.
Não fosse o minério que sabe morrer na forja ardente e
não disporíamos da férrea argamassa ao cimento bem
posto.
E não fosse a obediência da madeira, exilada do ninho
verde que lhe é próprio, e não conseguiríamos os
recursos que nos sustentam o teto.
Todas as obras úteis, por mais singelas, requisitam o
perdão na base em que se levantam.
Não te confies, desse modo, às sombras do antagonismo e
ao fel da aversão.
Recebe os adversários da própria senda à feição de
valores que te renovam.
Aceita-lhes a cólera ou a perseguição inesperada, como
serviços gratuitos ao teu próprio engrandecimento, de
vez que das anotações que te enderecem, retirarás sempre
valiosas lições, objetivando-te o aprimoramento e a paz,
a elevação e a alegria.
Aprende a sorrir para a dificuldade, envolvendo aqueles
que a provocam em tua mensagem de simpatia.
Observa a ignorância onde muitas vezes te parece
surpreender a perversidade e repara a miséria onde, em
muitas ocasiões, acreditas encontrar as trevas do crime
e, socorrendo uma e outra, com os teus gestos de
compreensão e de amor, edificarás sobre os elementos,
aparentemente contrários à tua felicidade, o abençoado
caminho de tua grande ascensão.
Do livro Mentores e seareiros, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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