Entrevista

por Orson Peter Carrara

Presidente da Federação Espírita Paraibana fala-nos sobre suas vivências


 
José Batista de Azevedo Neto ou Neto (foto), como é mais conhecido, nasceu e reside em João Pessoa (PB). Economista e atualmente aposentado, vincula-se à Federação Espírita Paraibana (FEPB), da qual é o atual presidente. Nesta entrevista ele nos fala sobre sua vivência espírita e o movimento espírita no seu estado.

 

Como conheceu o Espiritismo?

O primeiro contato com a Doutrina foi em Itaporanga (PB), em 1989, através de um amigo, na época coordenador de juventude do Centro Espírita Missionários da Luz (hoje não existe mais essa casa), chamado Marcos Ernesto. Ele foi e continua sendo uma inspiração pra mim, enquanto liderança servidora.

E o que lhe chama mais atenção na Doutrina Espírita?

A fé raciocinada, porque acreditando na perfeição de Deus sabemos que nada acontece sem a Sua permissão e que vivemos de acordo com as nossas necessidades evolutivas. Destaco ainda o processo evolutivo, que não condena ninguém eternamente a nada e que sempre permite a porta aberta para a reparação e o recomeço.

Com sua vivência no movimento espírita, o que se destaca ao seu olhar?

O trabalho abnegado de muitas mãos, mentes e corações, que nos inspiram a fazer o melhor que podemos. São muitos exemplos, anônimos, que servem e passam, deixando a luz que guia nossos caminhos.

Com tem sido a experiência federativa com a presidência da FEPB?

Tem sido uma grande alegria encontrar muitas portas e braços abertos nas visitas que temos realizado. Agradeço a Deus pela oportunidade de servir ao lado de uma grande equipe, capaz, dedicada, responsável e engajada no compromisso de seguir sempre servindo, da melhor forma possível. Realizamos um planejamento, já em execução, que busca aproximar ainda mais a FEPB das casas espíritas em toda a Paraíba e penso que estamos em um caminho acertado.

Num estado que tem o tradicional MIEP, de grande projeção nacional, como tem sentido esse evento ao longo dos anos, especialmente considerando a influência desse evento junto às instituições e espíritas do estado?

O MIEP é uma iniciativa que merece nosso apoio incondicional e reconhecimento, seja pelo pioneirismo dos que iniciaram o evento, em 1974, em Campina Grande, passando por muitas gerações, até o presente momento, no qual a Associação Municipal de Espiritismo, sediada em Campina Grande, continua realizando o MIEP com muita dedicação, entrega e responsabilidade, envolvendo as casas espíritas da região da Borborema e permitindo uma verdadeira confraternização, com encontros e reencontros de corações durante sua realização. O atual presidente da AME, Dennis Medeiros, é um parceiro em todos os sentidos e continuaremos fazendo tudo o que estiver ao alcance da FEPB para que o MIEP siga crescendo a cada ano.

Relate algo sobre o pioneirismo espírita no estado da Paraíba.

Há um fato interessante que podemos destacar, que é a fundação da FEPB em 17 de janeiro de 1916, como sendo a primeira casa espírita da Paraíba. Nossa instituição já nasceu Federação, demonstrando a visão de futuro de seus fundadores.

Num estado de grandes contrastes sociais, entre o interior e a capital, de que forma isso impacta o movimento espírita e como se destaca o perfil das instituições?

Cada casa espírita tem suas particularidades e precisamos conhecer, compreender, respeitar a colaborar para que todas elas atinjam o cumprimento de sua missão institucional, ou seja, atuem de acordo com a sua razão de existir. Temos casas espíritas distantes, uma da outra, 400 metros, com missões diferentes e isso é perfeitamente normal. O conhecimento de cada realidade nos permite estar próximo, de fato, além de podermos oferecer o apoio possível ao nosso alcance. O movimento espírita, regra geral, convive bem com esses contrastes, pois há um respeito muito grande entre as casas e as pessoas que as constituem.

Alguma lembrança comovente, marcante, para relatar de suas vivências?

O relato é do fato mais recente nesse sentido. Há dois anos minha esposa resolveu, “do nada”, fazer uma colonoscopia. Os dois primeiros médicos recusaram a emissão da guia para o exame alegando que não havia necessidade. Ela conseguiu somente com um terceiro médico. Após o exame realizado recebemos o diagnóstico de câncer de intestino, em fase inicial. Realizada a cirurgia e feitos os procedimentos indicados, constatou-se que a doença não havia se alastrado e a parte retirada foi suficiente para que ela seguisse com sua vida normal. Eu agradeço muito a Deus pela saúde dela.

Algo mais que gostaria de acrescentar?

Dizer que foi uma grande alegria ter encontrado você, presencialmente, amigo Orson, em Campina Grande. Uma amizade iniciada há mais de 30 anos, em torno do ideal espírita, na época em torno do Clube do Livro, onde percebi quão especial você é, meu amigo, pela consideração que sempre teve em nossos contatos.

Suas palavras finais.

Agradeço pela oportunidade, orando pela sequência do trabalho realizado por vocês. Recebam o abraço fraterno de todos nós, que somos e fazemos a FEPB. 

 
 

 

     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita