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O entrevistador Silveira Lima perguntou a Chico Xavier
qual era sua missão pessoal. Chico Xavier assim lhe
respondeu: “Eu não posso atribuir a mim determinada
tarefa, pois reconheço a minha insignificância e, a bem
dizer, o meu nada. Costumo dizer que devo ter o apelido
de Chico, em meu nome individual para lembrar-me de que
a minha posição é realmente a posição de criatura que de
si própria nada vale, ou pouco vale. Compreendo a tarefa
dos espíritos, por meu intermédio, assim como se eu
fosse um arbusto de qualidade muito inferior e o
jardineiro ou floricultor interferisse trazendo, por
exemplo, sobre mim, num fenômeno de enxertia, uma árvore
de natureza superior para que essa árvore produza frutos
dos quais essa mesma árvore nobre seja mensageira. Eu
estou, então, como o arbusto que não sabe, de si mesmo,
o que vem a ser em si e por si. Os livros que foram
produzidos por nosso intermédio serão naturalmente
frutos dessa árvore colocada sobre a minha vida sem que
eu a merecesse. Assim, não compreendo como é que os bons
Espíritos me suportam, tanto quanto, fico perguntando,
como é que tanta gente boa, incluindo o nosso caro
Silveira Lima, me possam tolerar com tanta bondade”.
Do livro Entrevistas, de Chico
Xavier e Emmanuel.
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