O que nos falta e onde nasce?
As pessoas, na maioria, acreditam que um dia a Terra
será um planeta de paz e amor. Mesmo os ateus, ou grande
parte deles, acreditam que o ser humano irá evoluir, a
ponto de viver em paz e harmonia.
Ninguém sabe bem o que irá acontecer para atingirmos
isso, mas o lado do oposto da moeda é a autodestruição.
Se não evoluirmos como seres humanos, iremos
destruir-nos com os “brinquedos” de alta tecnologia que
estamos a desenvolver. Se não for desta forma, iremos
entrar em superpopulação e ultrapassar a capacidade de
recursos para vivermos, o que nos levará a um caos
imparável, para a tentativa de sobrevivência.
A maioria das pessoas não param para tentar perceber ou
dedicar um tempo a uma ponderação séria sobre como
iremos evoluir, achando que já sabem como irá acontecer.
Nós somos o problema, ou seja, a forma como vivemos.
Passaram seres no planeta que nos deixaram a indicação,
através dos ensinamentos e seus exemplos, de qual
deveria ser o caminho que devemos percorrer.
Este até nos parece tão fácil de entender, que
acreditamos estar a fazê-lo.
Vamos pegar nas indicações de Jesus Cristo, cujos
ensinamentos podemos resumir em meia dúzia de palavras.
Amor, paz, serenidade e felicidade, estes são os raios
da estrela norteadora que nos deixou. Para chegar a
esta, indulgência, resignação, perdão e humildade.
Tão simples, em termos de palavras, não apresentam
dificuldade. Nós é que temos escrito enormes
enciclopédias para explicar isso.
A pergunta essencial, que cada um tem que colocar a si
próprio, é: Se é assim tão simples, por que não
conseguimos?
Esta é a pergunta chave, que tem uma desambiguação:
Se nós procuramos a resposta no exterior, ou seja, nos
outros, caímos na ilusão que nos tem prendido.
Culparemos o mundo, os outros, por causa do caos.
Arranjaremos todas as desculpas para nós e olharemos
interpretativamente para fora, a maior causa da nossa
cegueira. Olhar para fora não nos traz nada moralmente,
a não ser julgamento e sentença.
Se nós olharmos para dentro, estamos a usar o método da
“Vigia”, que Cristo nos aconselha. Este método leva-nos
ao conhecimento do funcionamento perturbador da
humanidade.
Somos a oficina fértil e de muito trabalho em relação à
moralidade. Com este método, podemos perceber por que
nasce o orgulho, o egoísmo e todos os outros defeitos
humanos, e conhecer a raiz destes.
Existe uma enorme dificuldade em darmos este passo,
porque estamos viciados num funcionamento mental que nos
mantém presos a uma ilusão inquestionável para a
maioria.
O que nos prende ao funcionamento que nos cega?
Antes de continuar a ler, pare um pouco e veja o
movimento de sua cabeça. Veja na prática o que o faz
movimentar, mesmo quando não sai do lugar?
O que o entretém, praticamente sem pausas, é o mesmo
movimento de onde nasce o orgulho, o egoísmo, a vaidade
e tudo o resto, o pensamento.
Tente jogar a última afirmação abaixo, tente perceber se
é possível que ela esteja errada. A maioria das pessoas
chocará com ela, e se é o seu caso, tente-a desmentir.
Sei que pensará, automatizadamente: “mas o pensamento
também tem uma parte boa, foi a base para tudo o que
existe na Terra, de bom e de mau”.
Vou-lhe colocar outra questão. O pensamento é seu
instrumento ou seu senhor?
Se achar que é seu instrumento, fique uns minutos sem o
ter. Tente isso seriamente, pois poderá mudar a sua
vida.
Quando tentar, perceba o que acontece. Será que ele
surge independente de sua vontade? Ou seja, você quer
estar em silêncio e ele surge constantemente. Sua mente
fará senti-lo que foi você a causa de seu aparecimento,
mas tente todas as vezes que for necessária, utilizando
o método científico, o método de observação pura, para
tirar a conclusão.
Se o pensamento se inicia sem qualquer vontade sua e
você o segue, então ele é seu senhor.
Vamos utilizar novamente o método da negação. Desminta a
afirmação anterior, negue-a. Não com palavras, isso é o
que a humanidade tem feito faz milhares de anos e esta
crença nos trouxe aonde estamos, à beira do abismo da
terceira guerra mundial, em um planeta cheio de caos.
Negue, com a capacidade de parar o pensamento, ou seja,
provar que é um instrumento seu e não seu senhor, por
ser imparável e você o seguir.
Como disse Jesus, nós somos escravos, e a descoberta
disto é o princípio da caminhada para a consciência que
nos levará à liberdade, conforme a conhecida sentença:
“Conhecereis a verdade e esta vos libertará”.
Como somos distraídos pelos hábitos, agindo
automatizadamente, não nos apercebemos da realidade
sobre o pensamento e seu funcionamento, tendo permitido
a humanidade chegar a este ponto de subjugação.
O que acha que são as depressões e os problemas
psíquicos? Acha que alguém chegou a estes problemas
porque controlava o pensamento, ou será que é por não o
controlar? Será que, aqueles que não estão a passar por
problemas psíquicos, não sofrem de um pensamento
descontrolado e automatizado?
Hoje, o mundo vive um avanço na procura de aprender a
viver fora da escravização do pensamento, ou seja, em
direção ao silêncio. Podemos ver isto na expansão das
técnicas de meditação, mindfulness, yoga e muitas
outras que nos levam a aprender a viver em silêncio.
Por que é tão importante o silêncio que se torna o
caminho da evolução humana?
Controlamos as nossas más tendências, que nascem no
pensamento, passamos a escolher o que queremos pensar,
podemos permanecer em paz, amor e felicidade. Não lhe
parece esse o caminho à evolução?
Jesus demonstra a importância desse caminho como a
primeira regra da oração. Leia a primeira regra da
oração e veja aonde ela o leva.
Agora, passados tantos anos, as ciências psicológicas e
neurológicas, incentivam-nos a este caminho mental,
porque descobriram os enormes benefícios de percorrer o
mesmo caminho.
Sei que para muitos o que eu expliquei é uma ilusão,
dito pelo próprio pensamento, sem ter perdido o mínimo
de tempo a verificar a verdade.
Não podeis agradar a dois senhores, a Deus e a Mamon,
disse-nos o Cristo.
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