O Espiritismo e nossa
consciência
Uma das principais características do Espiritismo é
que, como disse Jesus: "A cada um será dado segundo
suas obras" (Mateus 16,27). Essa ideia é confirmada
por Paulo, que afirmou: “Porque todos devemos
comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um
receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou
bem, ou mal.” (2 Coríntios 5,10).
Esses versículos bíblicos — Mateus 16,27 e 2 Coríntios
5,10 — ficam gravados na consciência dos verdadeiros
espíritas, pois sabem que os efeitos de seus atos
determinarão o que lhes acontecerá no futuro. Em outras
palavras, colherão os frutos do plantio atual. Estão
certos de que “toda causa tem sua consequência” e
conhecem bem a lei de Ação e Reação. Por isso,
os atos praticados por muitos adeptos da Doutrina
Espírita são mais refletidos, pois eles sabem que o
plantio de hoje será a colheita de amanhã. Além disso,
as boas obras que praticarem — que, no fundo,
beneficiarão a eles mesmos — não anulam, de forma
alguma, os erros que eventualmente cometerem.
Esse raciocínio confirma as palavras de Cristo no
célebre Sermão da Montanha, quando declarou, ao pé do
monte: "Em verdade te digo que de maneira nenhuma
sairás dali enquanto não pagares o último ceitil" (Mateus
5,26).
No entanto, para a maioria dos seguidores de outros
credos, o que mais importa é a fé, e não as obras.
Imaginem: um homem que, durante toda a vida, rouba,
estupra, mata, não respeita ninguém, não crê em nada. Já
velho, arrepende-se, passa a frequentar assiduamente uma
religião e, certo dia, morre subitamente dentro da
igreja, com a Bíblia nas mãos. Pronto! Segundo alguns,
ele vai direto para o céu. Os crimes que cometeu antes
não seriam levados em conta. Nesse momento, esquecem-se
de que responderemos por nossos feitos, por menores que
sejam — como ensina Mateus 5,26. Tampouco se lembram de
Tiago, que advertiu: “Mas, ó homem vão, queres tu
saber que a fé sem as obras é morta?” (Tiago 2,20).
Temos consciência de que tanto no Espiritismo quanto em
outras religiões existem ladrões, assassinos, entre
outros, assim como também há homens verdadeiramente
bons.
Mas convenhamos: de forma geral, é muito mais fácil
seguir outra religião do que a Doutrina Espírita —
especialmente aquelas em que não se assume compromisso
com nada, nem mesmo com a própria consciência. Basta
frequentar a igreja regularmente e, principalmente aos
olhos dela, o “Reino do Céu” estará garantido. Ao
contrário do verdadeiro espírita, que sabe que seu
futuro será, inevitavelmente, consequência de seus atos
presentes. Ele tem plena certeza do ensinamento
bíblico:
“Não se iludam, pois com Deus não se brinca: cada um
colherá aquilo que tiver semeado” (Gálatas 6,7).
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