Problemas da morte
Milhares de criaturas regressam do templo da carne, cada
dia, no mundo, aos Planos da Vida Espiritual.
Raras, porém, abandonam a Terra, com o título do
trabalhador que atendeu ao cumprimento das próprias
obrigações. Quase todas deixam o corpo denso pelo
suicídio indireto.
Em todos os lugares do Planeta, vemos quem se envenena,
metodicamente, pelos raios desvairados da cólera.
Destacamos quem elimine a vida do estômago, superlotando
o aparelho gástrico de viandas excitantes ou corrosivas.
Reconhecemos quem se confia a vícios multiformes,
criando monstruosos vermes mentais que se encarregam de
aniquilar as possibilidades orgânicas.
Identificamos quem anestesia as próprias forças,
enregelando-se pela ociosidade sistemática.
Encontramos quem arme laços fatais aos próprios pés,
movimentando ambições inferiores nas quais se conduz na
luta de cada hora.
Vemos quem se asfixia ao calor das próprias paixões
desenfreadas.
Observamos quem se sufoca no pântano dos próprios
pensamentos delituosos e escuros.
Preservai o corpo, como quem reconhece no santuário da
carne, o mais alto tesouro que o mundo é suscetível de
oferecer. A experiência na Terra não é conferida em vão.
Cada vida possui uma diretriz, um programa, uma
finalidade.
Aquele que se ajusta à Divina Vontade incorpora a sua
tarefa à obra incessante do Bem Infinito.
Se tendes de doar as próprias energias, sem receio da
morte, aprendamos com Cristo a ciência do sacrifício
pessoal pelo bem de todos.
Auxiliar constantemente, velar pelos que sofrem, amparar
os que se transviam, extinguir as trevas da ignorância e
balsamizar as feridas do próximo constituem esforço de
renunciação que nos eleva ao Plano Superior.
Muitos se matam na Terra. Poucos morrem para que outros
possam viver dignamente.
Não nos esqueçamos de que enquanto Pilatos, com aparente
tranquilidade, comprava o remorso que o conduziria ao
suicídio direto, através da justiça mal aplicada, Jesus
expirava no madeiro, entre a angústia do próprio coração
e o sarcasmo dos que o assistiam, adquirindo, porém, a
glória da ressurreição que acendeu no mundo a luz da
imortalidade para todos os séculos terrestres.
Do livro Harmonização, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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