Evolução sem paralisação
Involução, como se sabe, trata-se de um movimento para
trás, ou seja, de um retrocesso, uma espécie de volta a
um estado mais primitivo, ou, dir-se-ia, de
retrogradação.
O Espiritismo, como sabemos pelo Item 118 de O Livro
dos Espíritos (1857-AK), do renomado codificador
Allan Kardec, ministra que um Espírito pode até
estacionar, mas não retrogradar! Ou seja:
conquistando-se certo patamar de sua evolução pelos
Mundos materiais, sua destinação é sempre para frente,
não retornando jamais a um estado anterior, como dito,
de involução.
Logo, conquanto um Espírito possa até estacionar em
determinado estágio do seu progresso, o fato é que a
evolução é sempre para a frente, para cima e sem
possibilidade de retorno a um passado de menor
expressão: intelectual e moral, salvo por expiação.
Noutros termos: se abusei da inteligência prejudicando o
próximo, posso retornar com debilidade cerebral e, óbvio
que, puramente orgânica, e, pois, passageira, porquanto
o Espírito, em si, não se debilita e segue avante, seja
aqui, seja acolá.
Mas, como falávamos dantes, acerca do estacionar
provisório do Espírito em sua jornada evolutiva, tal
tema poderia, ainda, ser visto doutra forma, ou, melhor
dizendo, de um aprofundar-se do tema, como se pode ver,
por exemplo, num trabalho mui brilhante de André Luiz
prefaciado por Emmanuel e intitulado No Mundo Maior,
obra de 1947, psicografia de Chico Xavier.
Nele temos, no Capítulo 4, “Estudando o Cérebro”, e, a
um certo ponto de sua longa e sábia apreciação, a
seguinte abordagem do que hoje laboramos neste texto:
“Ainda que pareça aparentemente estacionária, a Mente
prossegue seu caminho, sem recuos, sob a indefectível
atuação das forças visíveis e invisíveis”. (Opus Cit.).
Por tal ensino, de tão respeitáveis autores, parece-nos
que, completando O Livro dos Espíritos (1857-AK),
a parada ou o estacionar-se do Ser, ou seja, do
Espírito, em determinado degrau de sua evolução, não
existiria, por assim dizer, de modo absoluto, mas, sim,
relativo, ou seja, o Ser estaria “aparentemente
estacionário”, porquanto estaria evoluindo mesmo que à
sua revelia, conquanto não nos pareceria a uma primeira
e superficial análise, pois que, mais a fundo, algo do
eterno aprendizado se verifica, mesmo que não apreciável
numa primeira análise.
Logo, dito estacionar-se do Espírito, não progredindo,
seria, por tal ótica, e, apenas, de alguma parecença com
tal situação, porquanto, mais a fundo, e, de modo mui
lento, a evolução se faz, ou, se faria, pela dinâmica
não paralisante de tudo e de todos nós!
Óbvio que dita questão do Chico, de André Luiz e de
Emmanuel, pode ser contestada, preferindo-se, apenas, o
que está em Kardec, o que, aliás, não discutimos, mas
apenas, pensamos estar dando algum contributo do que,
mais a fundo, poderia dar-se com o referido tema do
estacionar-se do Espírito, fato que não ocorreria,
assim, de modo absoluto, mas apenas relativo!
Afinal:
Estamos no limiar do Espiritismo, doutrina incessante e
não paralisante, que, como “Ciência do Infinito”, não
cessa jamais!
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