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por Ana Teresa Moraes

 

Um dia chegaremos à perfeição; não sabemos quando


Lemos na questão 779 d’O Livro dos Espíritos que o homem se desenvolve naturalmente por si mesmo, mas nem todos progridem ao mesmo tempo e da mesma forma. É então – ensina o Espiritismo – que os mais avançados ajudam, pelo contato social, o progresso dos outros. Esse é o motivo pelo qual o aperfeiçoamento da Humanidade segue sempre uma marcha progressiva, ainda que morosa.

Conforme ensina a doutrina espírita, verifica-se no mundo o progresso regular e lento que resulta da força das coisas. Contudo, quando um povo não avança como deveria, Deus lhe suscita de tempos em tempos um abalo físico ou moral que o transforma.

Segundo o Espiritismo, muitos Espíritos que preferem viver na ociosidade, estando ou não encarnados, somente despertam para a necessidade de progredir quando veem que os amigos e os familiares mais queridos aproveitaram o tempo e se adiantaram, enquanto eles permaneceram estacionários.

O caso Alfredo, relatado no cap. 17 do livro Os Mensageiros, de André Luiz, psicografado por Chico Xavier, ilustra bem essa informação.

Alfredo e Ismália formavam na Terra um casal feliz que vivia em paz até que, acreditando numa calúnia contra a esposa, Alfredo a expulsou de casa e a destituiu do contato com os filhos, razão pela qual, dois anos depois, colhida pela tuberculose, doença agravada pelas angústias da saudade e pelo abandono, ela faleceu. Anos depois, informado de que havia cometido uma lamentável injustiça contra sua amada, a loucura tomou conta de Alfredo e foi assim que ele regressou à pátria verdadeira, em tristes condições espirituais.

Ciente de tudo o que havia ocorrido, Ismália, além de perdoá-lo, o amparou nos momentos mais difíceis que o ex-esposo teve de enfrentar no mundo espiritual, mas, como – na condição de desencarnada – residia em uma esfera superior no plano espiritual, Alfredo não podia contar a seu lado com sua presença permanente, como ambos desejavam. A fim de que isso fosse possível, seria necessário primeiro que ele conhecesse o preço da felicidade para não menosprezar de novo as bênçãos de Deus, aprendendo a subir na escala evolutiva e assim – progredindo espiritualmente – ter condições de viver junto com Ismália na esfera espiritual em que ela vivia por mérito próprio.

O despertamento para a realidade da vida impulsiona para a frente os Espíritos retardatários, fazendo com que, a longo prazo, se cumpra o princípio de que todos nós chegaremos um dia à perfeição. A diferença está na velocidade desse processo, mas ele acaba sendo inevitável, porque assim o quer nosso Pai e Criador.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita