Os insondáveis
elos das
transmigrações
palingenésicas
A evolução da
humanidade está
vinculada à lei
de Causa e
Efeito e à
Justiça Divina.
“(...) aquele
que não nascer
de novo, não
pode ver o Reino
de Deus.” Jesus.
(Jo., 3:3.)
Com o
apoucamento das
potencialidades
do Espírito em
virtude de seu
mergulho no
corpo somático,
assomam as
perplexidades
que não passam
de simples
corolários
decorrentes
dessa situação
de exceção.
Quem já se
deixou penetrar
pelo
conhecimento da
formosa e
singular
Doutrina dos
Espíritos, sabe
que a
reencarnação,
isto é, a
permanência do
Espírito
ergastulado no
corpo carnal, é
uma situação
transitória,
porque não
desconhece que a
vida verdadeira
e normal, é
aquela que
antecede e
sucede à
encarnação, isto
é: a
vida espiritual.
Ao reencarnarmos
passamos a
rentear toda
sorte de
limitações e
dificuldades em
nós e à nossa
volta. Por quê?
Naturalmente
porque o
processo
evolutivo não é
um parto
indolor. A
ascensão
espiritual
requer esforço,
perseverança,
luta, suor,
empenho...
Léon Denis chama
esse mergulho no
corpo físico de “eterno
himeneu entre o
Céu e a Terra, a
infinita
penetração da
matéria pelo
Espírito, a
efusão crescente
da vida psíquica
na forma em
evolução”.
Nessas
emigrações e
imigrações
constantes entre
os dois mundos
através dos
renascimentos e
das “mortes”, vai-se
estabelecendo na
vida de cada um
os patamares
evolutivos,
sempre
vinculados à lei
de Causa e
Efeito e à
Justiça Divina,
pois não estamos
sem norte nesse
processo todo,
vez que Deus, em
Sua infinita
misericórdia e
bondade nos
assiste a todos,
ensejando-nos
sempre a
oportunidade de
aprimoramento,
de
autoiluminação...
Percebemos,
então, que
graças ao
livre-arbítrio
somos nós mesmos
os artífices de
nosso destino.
Recebemos de
acordo com a
direção que
imprimimos em
nossas vidas,
conforme muito
bem asseverou
Jesus: “a
cada um será
dado de acordo
com as suas
obras”.
Afirma Léon
Denis que
“as menores
particularidades
da nossa vida
registram-se em
nós e deixam
traços
indeléveis.
Pensamentos,
desejos,
paixões, atos
bons ou maus,
tudo se fixa,
tudo se grava em
nós. Durante o
curso normal da
vida, essas
recordações
acumulam-se em
camadas
sucessivas e as
mais recentes
acabam por delir
aparentemente as
mais antigas.
A Alma vem de
Deus; é, em nós,
o princípio da
inteligência e
da vida.
Essência
misteriosa,
escapa à
análise, como
tudo quanto
dimana do
Absoluto. Criada
por amor, criada
para amar, tão
mesquinha que
pode ser
encerrada numa
forma acanhada e
frágil; tão
grande que, com
um impulso do
seu pensamento,
abrange o
Infinito, a Alma
é uma partícula
da essência
divina projetada
no mundo
material.
Desde a hora em
que caiu na
matéria, qual
foi o caminho
que seguiu para
remontar até ao
ponto atual da
sua carreira?
Precisou passar
por várias vias
escuras,
revestir formas,
animar
organismos que
deixava ao sair
de cada
existência, como
se faz com um
vestuário
inútil. Todos
esses corpos de
carne pereceram;
o sopro do
destino
dispersou-lhes
as cinzas, mas a
Alma persiste e
permanece na sua
perpetuidade,
prossegue sua
marcha
ascendente,
percorre as
inumeráveis
estações da sua
viagem e
dirige-se para
um fim grande e
apetecível, um
fim que é a
perfeição.
O objetivo da
evolução, a
razão de ser da
vida não é a
felicidade
terrestre, como
muitos
erradamente
creem, mas o
aperfeiçoamento
de cada um de
nós, e
esse
aperfeiçoamento
devemos
realizá-lo por
meio do
trabalho, do
esforço, de
todas as
alternativas da
alegria e da
dor, até que nos
tenhamos
desenvolvido
completamente e
elevado ao
Estado Celeste.
Se há na Terra
menos alegria do
que sofrimento,
é que este é o
instrumento por
excelência da
educação e do
progresso, um
estimulante para
o ser, que, sem
ele, ficaria
retardado nas
vias da
sensualidade. A
dor física e
moral formam a
nossa
experiência. A
sabedoria é o
prêmio!
A teoria da
evolução deve
ser completada
pela da
percussão, isto
é, pela ação das
potências
invisíveis, que
ativa e dirige
essa lenta e
prodigiosa
marcha
ascensional da
vida do Globo, o
mundo oculto
intervém, em
certas épocas,
no
desenvolvimento
físico da
humanidade, como
intervém, no
domínio
intelectual e
moral pela
revelação
medianímica.
(...) Emergir
grau a grau do
abismo da vida
para tornar-se
Espírito, gênio
superior, e isto
por seus
próprios méritos
e esforços,
conquistar o
futuro hora a
hora, ir-se
libertando dia a
dia um pouco
mais da ganga
das paixões,
libertar-se das
sugestões do
egoísmo, da
preguiça, do
desânimo,
resgatar-se
pouco a pouco
das suas
fraquezas, da
sua ignorância,
ajudando os seus
semelhantes a se
resgatarem por
sua vez,
arrastando todo
o meio humano
para um estado
superior, tal é
o papel
distribuído a
cada Alma. Para
desempenhá-lo,
tem ela à sua
disposição toda
a série de
existências
inumeráveis na
escala magnífica
dos mundos.
Deus conhece
todas as Almas
que formou como
o Seu pensamento
e o Seu Amor.
A princípio
deixa-as
percorrer
vagarosamente as
sinuosas vias,
subir os
sombrios
desfiladeiros
das vidas
terrestres,
acumular pouco a
pouco em si os
tesouros da
paciência, das
virtudes, do
saber, que se
adquirem na
escola do
sofrimento.
Mais tarde,
enternecidas
pelas chuvas e
pelas rajadas da
adversidade,
amadurecidas
pelos raios do
Sol Divino, saem
da sombra dos
tempos, da
obscuridade das
vidas
inumeráveis e
eis que suas
faculdades
desabrocham em
feixes
deslumbrantes; a
sua inteligência
revela-se em
Obras que são
como que o
reflexo do Gênio
Divino.
As imensas
estradas do
Infinito
descortinar-se-ão
à sua frente, e
então estarão
aptas a
colaborar em
grande escala
para a evolução
e aprimoramento
das Almas
retardatárias a
fim de que
possam elas
também atingir
os páramos
celestes, a
perfeição e
felicidade
imarcescíveis,
enfim...”
- BÍBLIA,
N.T. Mateus.
Português.
O novo
testamento.
Tradução
de João
Ferreira
de
Almeida.
Rio de
Janeiro:
Imprensa
Bíblica
Brasileira,
1983,
cap. 16,
vers.27.