Suicídio e umas dúvidas
Um leitor me escreveu:
- Querido Arnaldo, relendo um livro de sua autoria, que
dedica um capítulo ao suicídio, gostaria de tirar umas
dúvidas a esse respeito.
Uma moça que foi resgatada do Hamas, traumatizada,
cometeu suicídio.
R. - Todos temos dificuldades, problemas, angústias, mas
a autodestruição é uma porta falsa que se apresenta como
solução definitiva para um problema/dificuldade
temporários. Tudo se resolve com o tempo.
Portanto, morte é vida. Assim, o suicídio também não é
morte, pois haverá continuidade, e não interrupção –
ninguém morre, apenas muda de dimensão. Porém, o
suicídio tem suas graves consequências diante das leis
divinas.
Em seguida o pai, arrasado, fez o mesmo.
R. - O Pai Criador nos concede a vida imortal e também o
livre-arbítrio. Somos livres para fazer nossas escolhas
e responsáveis por esses caminhos, tornando-nos
senhores/escravos do destino que construímos.
Como ficam esses espíritos no plano espiritual?
R. - Em sofrimento por um tempo. Muito diversas são as
consequências do suicídio. Não há penas determinadas e,
em todos os casos, correspondem sempre às causas que o
produziram. Há, porém, uma consequência a que o suicida
não pode escapar: é o desapontamento, pensava que não
haveria mais nada, que tudo se acabaria, porém desperta
e percebe que a vida continua, agora agravada pelo
sofrimento que infligira ao corpo físico e que reflete
no espírito (corpo espiritual).
Mas, a sorte não é a mesma para todos; depende das
circunstâncias. Alguns expiam a falta imediatamente no
plano espiritual, outros em nova existência, que será
mais difícil do que aquela cujo curso interromperam.
Mas Pedro que foi companheiro de Jesus diz: “tende antes
de tudo ardente amor uns para com os outros, porque o
amor cobre uma multidão de pecados”; 1 Pedro 4:8.
A moça é considerada suicida mesmo após um trauma
horrível?
R. - Tem as atenuantes e as agravantes como nas leis
humanas, só que as leis divinas são sábias porque leva
em conta a intenção da pessoa.
Numa condenação de vinte anos na Terra a pessoa terá que
cumprir, mesmo que melhore no primeiro mês. A lei divina
leva em consideração essa mudança interior. A pessoa
somente sofre o que fez por merecer e conta com os
benefícios do bem realizado.
Desculpe trazer a lume estas dúvidas, mas isso é uma
questão que me tem feito refletir...
R. - Somos os arquitetos da nossa vida, do presente e do
futuro. Hoje, colhemos o que plantamos ontem, e no
futuro teremos o resultado do que semeamos hoje.
Portanto, a vida é sempre o fruto de nossa própria
escolha.
As pessoas que são vítimas desse equívoco chamado
suicídio, na verdade não querem eliminar o corpo e sim
as dores físicas e emocionais e creem que destruindo o
físico estão resolvendo. Nada mais falso. Orar pelas
pessoas é uma bênção para essas almas que sofrem por um
pouco ou muito tempo e também uma bênção para nossa
vida, porque é dando que se recebe: amor, carinho, boas
vibrações, serenidade, paciência etc.
Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo
é diretor da Editora EME.
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