|
Natural de Caruaru (PE), onde reside, Técnica em
Estética e Cosmetologia, Adriane Sylmara Gomes
da Silva Melo (foto) vincula-se à
Fraternidade Espírita Bezerra de Menezes, de sua
cidade, na qual atua no trabalho do passe, em
reunião mediúnica e em palestras. Nesta
entrevista ela nos fala sobre sua experiência
com o exercício da mediunidade e a divulgação
espírita.
Como conheceu o Espiritismo?
Aos 6 anos de idade, fui com minha mãe a um
terreiro de Umbanda e a médium que nos atendeu
orientou-nos para que fôssemos ao Centro
Espírita Léon Denis, onde ela encontraria as
respostas e eu seria evangelizada.
Relate sobre as percepções mediúnicas desde a
infância?
Foi um período muito difícil, muito confuso. Eu
não entendia como todos em casa conseguiam
dormir e eu não. Eram noites terríveis, sentia
pavor, tremia com aquelas vozes, aqueles passos
vindo na minha direção, já acordava de madrugada
com companhias terríveis sobre mim. Às vezes,
conseguia gritar, chamar por minha mãe, mas ela
logo me mandava deitar e dormir. Ninguém via nem
ouvia nada, então, eu me achava muito estranha.
Um dia, falei das presenças na casa para minha
mãe; mesmo não falando nada, eu percebi
imediatamente que ela não acreditou. Só que,
nessa hora, a torneira da pia abriu, as cadeiras
começaram a serem arrastadas, objetos na estante
começaram a cair no chão, e aí ela ficou
assustada e acreditou. Quando tinha uns 12 anos
me vi no teto, olhando para meu corpo e muitas
vezes achava engraçado sentir o corpo leve e
esticando como uma borracha, sempre quando
estava deitada. Tudo foi diminuindo com o tempo,
hoje trabalho como médium de psicofonia;
raramente acontece uma psicografia.
O que mais lhe chama atenção na própria
mediunidade?
De não me lembrar na maioria das vezes da
comunicação. Às vezes, me pedem para escrever
certas mensagens para eu não esquecer e
mentalmente respondo que não vou esquecer, só
que depois acabo esquecendo completamente.
E quanto ao conhecimento espírita?
São recursos que nos são oferecidos, como
roteiro para conquistarmos a nossa felicidade
interior. Ele nos mostra a importância de
buscarmos o autoconhecimento, a vivência da
caridade e do amor ao próximo.
Especifique qual o canal na internet, os dias e
horários em que se realizam os trabalhos
virtuais de que participa.
Web Rádio Espiritismo no Ar - todos os domingos
às 8h da manhã.
Nepe Paulo e Estêvão Caruaru - 1 vez por mês, na
quinta-feira, às 21h.
Da vivência própria com a mediunidade, que fato
lhe foi mais marcante?
Quando fomos para uma cidade aqui perto de
Caruaru, chamada Cupira, prestigiar um casal que
tínhamos conhecido fazia pouco tempo. Eles
tinham aberto um Centro Espírita nessa cidade.
Ao chegar à cidade, que é bem pequena, nem o GPS
estava localizando. Chegamos lá cedo, para ter
mais tempo pra conversar antes da palestra, mas
ficamos rodando com o carro, perguntando sobre a
antiga rodoviária (ponto de referência) e
ninguém sabia informar. Ligamos várias vezes e o
nosso amigo, nem a sua esposa, atendia. Depois
de muito tempo, um outro amigo também da casa
ligou-me e foi nos encontrar. Ao chegar lá,
fomos direto falar com o casal de amigos. Quando
o nosso amigo, dirigente da casa, pegou na minha
mão, ele disse: "Estávamos ansiosos pela sua
chegada”. Imediatamente percebi que não era ele
que falou aquelas palavras e senti uma dor forte
no peito. Todos perceberam o que aconteceu,
disse que eles ficassem tranquilos, iria ficar
bem e sentei-me com ajuda do meu esposo, que
ficou muito preocupado, querendo me levar para o
hospital, achando que eu ia infartar. Esclareci
o que estava acontecendo e ele ficou segurando
forte minha mão, enquanto me contorcia de dor,
sem reclamar, sem dizer uma palavra, apenas
ouvindo a entidade dizendo coisas horríveis e
dando ordens para eu sair dali. Mas fiquei
firme, durante uma hora, prestando atenção na
palestra e em prece, rogando à Espiritualidade
amiga para ajudar aquele irmão necessitado. Por
vezes, dizia a ele, mentalmente, que ele iria
ser conduzido para reunião mediúnica daquela
noite e que lá ele iria poder falar e ser
ajudado, como de fato aconteceu. Ao final, nos
despedimos dos trabalhadores amigos da casa,
entrei no carro e, saindo de lá, não sentia mais
nada.
E das vivências com a divulgação, o que gostaria
de destacar?
A importância que a divulgação seja realizada
com o coração. Seja por mensagem escrita, por
vídeo ou por uma palestra e sobretudo na
vivência do dia a dia, essa é a melhor maneira
de divulgar a Doutrina Espírita, é o que
gostaria de destacar sobre a divulgação.
Como observa o movimento espírita em suas
participações em variados eventos?
Hoje observo não mais como um movimento que vem
se reduzindo. Mas que está passando por um
processo de mudanças, com novos palestrantes que
já faziam os seus trabalhos, mas que não eram
muito conhecidos. E as redes sociais estão
contribuindo para reunir esses novos corações
também.
Algo mais que gostaria de acrescentar?
Sigamos firmes no trabalho com Jesus e Kardec,
temperando o trabalho de divulgar a Doutrina
Espírita com o coração.
Suas palavras finais.
Agradeço imensamente pela oportunidade de poder
contribuir de alguma forma, relatando um
pouquinho da minha experiência nessa Doutrina
que amo tanto. E aqui lembro um convite aos
nossos corações do Espírito André Luiz no livro Estude
e Viva: "Estudar para aprender. Aprender
para trabalhar. Trabalhar para SERVIR sempre
mais”. Que Jesus nos abençoe!

|