Espiritismo
para crianças

por Marcela Prada

 

Tema: Humildade, confiança


Os coelhos do rei


Havia um rei que tinha cinco coelhos gordos e fofos.

Ele adorava seus coelhos e exigia que fossem muito bem tratados. A casinha deles era linda e sempre havia muitas cenouras, para eles comerem à vontade.

O rei gostava de agradar o pelo macio de seus coelhos e observar, com orgulho, como eram bonitos.

Mas, um dia, quando foi até o cercado onde os coelhos moravam, o rei não os viu lá. Ordenou que seus servos os procurassem, mas eles não os encontraram. Os coelhos haviam sumido e o rei ficou desesperado.

Ele, então, mandou que a guarda do reino fosse chamada e começaram as investigações.

– Eles foram roubados! – dizia o rei, nervoso. – São os coelhos mais lindos e bem tratados que existem. Não há motivo para terem fugido. Quero que encontrem meus coelhos e o ladrão infame, que pagará por seu crime.

Os guardas procuraram pistas. Encontraram um local na cerca, por onde os coelhos poderiam ter passado, mas o rei insistia:

– Meus coelhos não fugiram. Eles foram roubados!

Os guardas interrogaram os tratadores e vários empregados do reino, vasculharam os arredores, mas não encontraram nada.

Os coelhos continuavam desaparecidos. Quanto mais o tempo passava, mais o rei se entristecia. Ele começou a ficar com medo de não encontrar mais seus animais.

A notícia do sumiço se espalhou pelo reino. Todos ficaram com dó do rei e também dos coelhos, mas ninguém sabia como ajudar.

Todos, menos uma menina chamada Susi. Ela era filha da cozinheira. Ela também gostava muito dos coelhos. Conhecia bem cada um deles, passava horas observando-os e agradando-os pela cerca.

Susi sabia de uma coisa que ninguém sabia: que os coelhos do rei tinham as melhores cenouras do mundo, mas eram loucos para comer outros legumes e verduras também.

A menina ajudava sua mãe na cozinha e depois do trabalho, quando ia agradar os coelhos, percebia como eles ficavam animados, sentindo o cheiro, nas suas mãos, dos vegetais que ela havia cortado.

De vez em quando, Susi levava para eles as folhas dos rabanetes e nabos e eles adoravam.

Susi decidiu ir procurar o rei. Ela foi até o palácio e esperou para ser atendida. Quando perguntaram o que ela queria, explicou:

– Quero falar com o rei. Eu também gosto muito dos coelhos e acho que posso ajudar a encontrá-los.

Mas Susi era uma criança. Ninguém achou que ela poderia fazer mais do que os adultos já tinham feito.Por isso, desprezaram a ajuda que ela oferecia.

– Este é um assunto muito sério! Não podemos deixar uma criança incomodar o rei. Volte para casa, menina. Já ajuda quem não atrapalha – disseram para ela, com frieza.

Susi ficou espantada de ser tratada dessa maneira. Ela queria realmente ajudar e não sabia o que fazer para acreditarem nela. Seus olhos se encheram de lágrimas.

Mas o rei estava numa sala ao lado e tinha ouvido a conversa.

– Espere! – disse ele, abrindo a porta. – Qualquer pessoa que possa ajudar a encontrar meus coelhos é bem-vinda. Como é o seu nome, menina? O que você tem a me dizer?

– Senhor, obrigada por me ouvir! Eu também gosto muito dos seus coelhos e gostaria da sua permissão para ajudar a trazê-los de volta.

Susi explicou como ela conhecia bem os coelhos e o que ela queria fazer. O rei, mesmo sem confiar muito, resolveu aceitar a ideia dela. Ele não tinha outra opção. Por isso, consentiu que ela colocasse no cercado dos coelhos, uma boa porção de vegetais variados, como abobrinhas, pepinos, acelga, agrião, folhas de couve-flor e outros. Tudo bem fresco e bonito.

Parecia uma medida muito simples. Alguns não acreditavam que apenas isso poderia para dar certo. Mas deu!

No dia seguinte, pela manhã, os coelhos estavam de volta no cercado, devorando os deliciosos vegetais que Susi havia preparado.

Eles tinham o pelo fofinho, que disfarçava bem quanto estavam magros. Os coelhos tinham emagrecido bastante, enjoados de comerem apenas cenouras. Por isso, conseguiram fugir, passando por um espacinho da cerca.

Mas, quando sentiram o cheirinho gostoso da salada que Susi havia preparado para eles, com a fome que estavam, voltaram para casa, rapidinho.

A volta dos coelhos foi uma enorme alegria para todos. Susi sentia-se ainda mais feliz por ter podido ajudar. O rei, além de lhe agradecer muito, também deu a ela a função de cuidadora oficial dos coelhos.

A volta dos coelhos foi motivo de aprendizados também.

O rei aprendeu a importância da humildade, pois foi graças a ele ter aceitado a ajuda de Susi que pôde ter seus bichinhos de volta.

Susi aprendeu a ter confiança em si mesma. Ela ainda era criança, mas já era esperta e bondosa e percebeu que, com essas qualidades, ela sempre poderia ser muito útil.

E todo o reino aprendeu sobre coelhos. E que eles não comem só cenouras!


(Inspirado na história “Os Coelhos do Pequeno Rei” encontrada em 
www.ririro.com)


 


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