Espiritismo
para crianças

por Marcela Prada

 

Tema: Ajuda, trabalho


Trabalhando juntos


 

Era uma vez um bode que andava pela mata, em busca de um local, para construir sua nova casa. Ele encontrou um lugar agradável, com o terreno limpo e
decidiu construí-la ali.

O bode, então, começou seu trabalho: cortou as madeiras e deixou-as empilhadas, prontas para serem utilizadas no dia seguinte.

Como já se havia esforçado bastante e logo chegaria a noite, ele foi embora descansar.

O que ele não sabia é que uma onça tinha tido a mesma ideia. Ela também queria construir sua casa ali. A onça acordava cedo e naquele dia já havia capinado todo aquele terreno, deixando-o limpo e pronto para a construção.

No dia seguinte a onça foi até o local e encontrou as madeiras cortadas.

– Que maravilha! Alguém percebeu que eu iria iniciar uma construção e resolveu me ajudar. Quanta gentileza! – exclamou ela.

A onça usou a madeira para erguer as paredes da casa. Ao fim da manhã ela estava satisfeita, vendo sua casa começando a tomar forma. Resolveu ir almoçar e descansar no período da tarde como era o seu costume.

À tarde o bode chegou. No período da manhã ele costumava dormir até um pouco mais tarde, se arrumar e se alimentar bem. Depois do almoço estava pronto e cheio de energia para o trabalho.

Chegando ao local da construção o bode teve a mesma reação da onça.

– Que beleza! Alguém passou por aqui e, percebendo que uma construção ia ser iniciada, resolveu ajudar!

O bode, então, continuou o trabalho de onde a onça havia parado.

Nos dias que se seguiram as coisas continuaram da mesma maneira. A onça trabalhava de manhã e o bode à tarde. Eles não se encontravam, mas percebiam o trabalho que o outro estava fazendo.

Um dia, finalmente, a casa ficou pronta. E muito bonita.

A onça acordou animada e levou suas coisas para a casa nova. Mas, quando o bode chegou à tarde, trazendo parte da sua mudança, os dois levaram um susto.

O bode quis entrar na casa e colocar suas coisas. A onça admirada, esclareceu que aquela casa era dela, pois ela mesma havia construído e se mudado para lá naquele mesmo dia.

O bode argumentou que ele é que havia construído a casa. Que ele havia terminado tudo na véspera e que, por isso, trazia agora a mudança.

Não demorou muito para os dois compreenderem o que tinha acontecido. Ficaram decepcionados, pois não vinham sendo ajudados. Estavam, sim, com o mesmo interesse de morar naquela construção.

Depois de se acalmarem e pensarem um pouco, a onça propôs:

– Amigo bode, mesmo sem ter sido sua intenção, reconheço que acabou me ajudando, pois fez metade do trabalho. Por isso, acho que nós dois deveríamos morar juntos.

O bode agradeceu a compreensão da onça e, assim, fez sua mudança para a casa nova.

Os dois até que estavam com boa vontade, mas no primeiro dia juntos já perceberam que a convivência seria um grande desafio. Seus hábitos eram muito diferentes. Além disso, a casa havia sido projetada para apenas um morador.

O bode compreendeu, também, que apesar de tudo o que ele tinha feito, foi a onça que havia iniciado a obra, preparando o terreno. Se o lugar não tivesse tão arrumado, talvez ele nem pensasse em construir sua casa ali.

Por isso, ele conversou com a onça, agradeceu a gentileza dela, mas foi embora para sua antiga casa.

O bode, porém, não desistiu de construir sua casa nova. Escolheu outro local e teve que começar do comecinho dessa vez, capinando, tirando as pedras e limpando todo o terreno.

Todos os dias ele trabalhava, mas o serviço estava demorando para aparecer. Até que, numa tarde, quando chegou ao local, viu que uma boa parte da construção havia sido feita.

Lembrando-se da experiência anterior, ele se preocupou.

– Essa não! Será que alguém está pensando em morar aqui, também? – desabafou, em voz alta.

– Não, não se preocupe, bode! Foi a onça quem trabalhou aqui de manhã. Ela pediu pra eu avisar que ela está contente em poder ajudar. E que a sua casa vai ficar ainda mais bonita do que a dela – disse o macaco, pendurado num galho.

O bode sorriu, aliviado.

Com a ajuda da onça a casa dele ficou pronta rapidinho e no dia em que ele se mudou a onça veio visitá-lo, no fim da tarde.

Foi um encontro muito feliz. Os dois se abraçaram, satisfeitos. Haviam conseguido contornar bem a situação.

Com compreensão e muito trabalho, haviam construído juntos duas lindas casas e uma grande amizade.

 

Adaptado da história popular “A Onça e o Bode”.     

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita