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Ano 2 - N° 101 – 5 de Abril de 2009

 


A abstinência sexual
e a Aids


 

Em meados de março o papa Bento XVI fez uma visita de seis dias à África, o continente que tem a maior parcela da população contaminada pelo vírus da Aids no mundo. Dos anos 80 até hoje a doença já matou mais de 25 milhões de africanos.

Como era de esperar, o líder católico reafirmou ali a posição da Igreja contrária ao uso de preservativos. A Aids, afirmou o papa, “não pode ser derrotada com a distribuição de preservativos”. “A solução passa por uma renovação espiritual que traga consigo uma nova forma de comportamento.”

A proposta de abstinência sexual não é uma novidade nas manifestações públicas feitas pelos líderes da Igreja e foi até mesmo adotada por alguns governos africanos, como o do Quênia, em meados de 2001.

Com 2,2 milhões de pessoas infectadas pelo vírus HIV, o Quênia vivia, então, momentos difíceis em que não se sabia ao certo o que fazer para frear a expansão da epidemia que assolava o país. A situação era tão grave que o presidente queniano decidiu pedir à população do país que se abstivesse de manter relações sexuais durante dois anos para assim conter o alastramento da Aids.

Cientes de que esse apelo dificilmente seria atendido, as autoridades resolveram também importar 300 milhões de preservativos, medida duramente criticada pelos líderes religiosos do país, católicos e muçulmanos. Para estes, o governo deveria promover mais ativamente a abstinência sexual e não a distribuição de preservativos, o que, segundo sua visão, acabaria favorecendo o adultério e a prostituição e poderia, ainda, encorajar os jovens a praticar sexo prematuramente.

A questão já foi discutida por inúmeras vezes em nosso país. A Igreja entende, com fundamento nos estudos feitos por Malcolm Potts, especialista em HIV, que nenhum preservativo tem o poder de impedir a passagem do vírus. Segundo dados atribuídos a Potts, os preservativos que a Saúde Pública vem distribuindo conteriam poros de até 5 mícrons, cinquenta vezes maiores que o vírus HIV, que mede 0,1 mícron.

Diante desses números, recomendar o uso do preservativo a um indivíduo que não prima pelo comedimento no tocante às relações sexuais, equivaleria a confiar a um motorista bêbado a condução de um veículo, recomendando-lhe o uso do cinto de segurança.

Os anos se passaram e, como sabemos, a situação na África continua aflitiva e certamente exigirá sacrifícios que vão além das medidas propostas.

Podem os protetores espirituais, que tanto ajudam os homens, fazer alguma coisa pelos africanos? Esperamos que sim e vibramos para que isso se dê, certos, porém, de que a responsabilidade direta na questão sexual é dos encarnados. O comedimento, a fidelidade, o respeito ao próximo, eis fatores que não podem faltar no trato desse tema tão importante no mundo em que vivemos.


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita