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Ano 2 - N° 82 - 16 de Novembro de 2008

 

O mundo precisa de entendimento, não
de guerras

 
O mundo festejou muito na semana passada a eleição de Barack Obama como novo presidente dos Estados Unidos, cuja ascensão ao importante cargo não constituiu novidade apenas pela cor de sua pele, mas por sua origem modesta, desvinculada dos grupos econômicos que tradicionalmente se revezam no comando daquela nação.

No Brasil tivemos também eleições para os dirigentes de nossas cidades e, mais uma vez, o tema ética na política foi lembrado, dividindo-se os eleitores entre aqueles que entendem que a ética é fundamental em qualquer assunto, especialmente no que diz respeito à escolha dos novos governantes, ao lado dos que pensam de forma diferente.

Essa questão poderia ser resolvida com facilidade com um raciocínio singelo.

Vamos supor que devemos escolher o síndico de um edifício em que vivem 30 casais. Um dos candidatos já desviou recursos do condomínio em ocasião anterior. Despesas por ele contabilizadas não eram reais. Obras por ele pagas tiveram seu preço adulterado. Ele, enfim, enriqueceu à custa do dinheiro dos condôminos. Pergunta-se: Devemos escolhê-lo de novo? É atitude inteligente repetir uma experiência negativa já vivenciada?

Ora, o governante de uma cidade, de um estado-membro ou de uma nação é, em verdade, alguém que, entre outras coisas, desempenha o papel de um síndico.

Se ele não é honesto, não dá nenhuma importância à ética, é claro que não serve para o cargo e, evidentemente, não poderia nem mesmo ser candidato.

Em estudo publicado no livro Obras Póstumas, Kardec escreveu sobre as aristocracias e previu que o mundo chegaria um dia, na escolha de seus governantes, a optar pela chamada aristocracia intelecto-moral, em que, ao lado da ética, o candidato reúna também qualidades intelectuais suficientes para bem desempenhar suas funções.

No caso americano, a esperança que nos dá a eleição de Barack Obama origina-se, em parte, desse sentimento, ou seja, de que, dentre todas as hipóteses formuladas pelos partidos, ele seja o que mais se aproxima do ideal antevisto por Kardec, não só no aspecto intelectual, mas especialmente no aspecto moral.

O mundo em que vivemos, apesar de sua notória inferioridade moral, não pode mais resolver seus problemas à força das armas. Já passou a hora de tentar pôr em prática o lema dos revolucionários franceses – Liberdade, Igualdade, Fraternidade -, mas, para isso, é preciso, como em todos os empreendimentos humanos, que as pessoas entendam que a medida se revele importante e seja dado o primeiro passo.

O entendimento entre os povos, e não a guerra, é que resolverá de forma definitiva os problemas do mundo.
 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita