editores
responsáveis
pelas
entrevistas
publicadas pela
revista.
As questões que
compõem a
entrevista foram
divididas em
três blocos:
problemas e
questões da
atualidade,
temas de
natureza
doutrinária e
assuntos
pertinentes ao
movimento
espírita. Dada a
sua extensão,
ela será
publicada em
duas partes,
nesta e na
próxima edição
de O
Consolador.
Eis, na íntegra,
a primeira
parte:
Problemas e
questões da
atualidade
O Consolador:
Como você vê a
oficialização do
casamento entre
homossexuais e a
adoção de filhos
por parte deles?
Consideramos que
qualquer
oficialização
que se
estabelece no
mundo
corresponde à
formalização de
situações que já
existem, ou que
precisam ser
normatizadas
para evitar
distorções nos
julgamentos de
diversificadas
situações, em
respeito ao
conceito formal
de justiça.
Assim, se se
fala de
oficialização de
casamentos entre
pessoas do mesmo
sexo é que essas
pessoas já estão
se unindo sem
qualquer
formalização,
deparando-se, a
partir disso,
com problemas
cujas soluções
exigem um
pronunciamento
da lei que
regulamenta a
vida de um povo
ou de uma
sociedade.
Independentemente
do nome que se
deseje dar a
essas uniões, a
realidade é que
tais uniões
existem. Seus
parceiros podem
conviver pouco
ou muito tempo
juntos; podem
fazer aquisições
de variada
índole em nome
da dupla ou
durante o
período em que
estão juntos os
indivíduos. Como
ficará, perante
a sociedade
organizada, a
situação de um e
de outro
parceiro? Em
caso de
falecimento de
um deles, há ou
não há direitos
a pensões e
outros
benefícios, após
uma vida passada
em comum? Todos
os quadros com
os quais nos
defrontamos e
que tomam corpo
na sociedade
precisam ser
estudados e
disciplinados
pela legislação.
Não há como
fazer vistas
grossas e fazer
de conta que tal
coisa não
existe. Logo,
não há como
fugirmos dessa
oficialização em
nome de qualquer
tradição ou
preconceito, uma
vez que os fatos
aí estão
afrontando os
tempos e
exigindo um
posicionamento
oficial das
autoridades,
pois não há lei
que possa
impedir de fato
que duas pessoas
do mesmo sexo
tenham vida em
comum, que se
entendam, que se
cuidem ou que se
amem.
No que respeita
à adoção de
filhos, estamos
diante de uma
questão de bom
senso. O que
será melhor para
uma criança:
viver nas ruas,
ao abandono,
sujeito a todos
os perigos que
inundam as ruas
─
ou em
instituições
que, por mais
respeitáveis que
sejam, não
conseguem se
converter num
lar para nenhuma
criança
abandonada
─
ou ser amparada
pela
generosidade e
pelo carinho de
duas pessoas do
mesmo sexo e que
vivem juntas? O
Espírito Camilo
sempre me
ensinou que o
amor, em si
mesmo, não tem
sexo e que é
muito valorosa a
atitude de quem
quer que seja
que se decida a
adotar uma
criança. Somente
a hipocrisia ou
a indiferença
para com a
criança órfã ou
abandonada pode
criar
impedimentos
para tal adoção.
O Consolador: Há
muitos debates
sobre
células-tronco
embrionárias.
Considerando
como são
formados os
embriões
resultantes da
fertilização in
vitro, é-nos
difícil entender
que a todos eles
estejam ligados
Espíritos, visto
que, para um
mesmo casal,
produzem-se
diversos
embriões, dos
quais alguns são
implantados e
outros mantidos
em baixíssima
temperatura. Se
tudo correr bem
na gestação, é
comum que os
embriões
congelados sejam
esquecidos e,
por conseguinte,
jamais
utilizados. Em
alguns países,
como a
Inglaterra, a
lei estipula um
prazo, findo o
qual eles são
eliminados.
Ainda que não se
tratando de uma
posição do
Espiritismo, e
sim um argumento
pessoal, como
você vê essa
questão?
Sendo uma pessoa
vinculada às
ciências, vejo
como muito
delicada essa
questão, tendo
em vista muitos
posicionamentos
extremadamente
apaixonados e
que nos remetem
aos tempos
distantes das
posições
ultramontanas em
relação ao
progresso
científico.
É comum que os
religiosos, em
geral, evoquem
para si o
direito de atuar
nas suas crenças
como bem o
desejem
─
ainda que toda a
sociedade se
depare,
incontável
número de vezes,
com
posicionamentos
argumentativos e
práticas
ardilosos,
anti-sociais e
mesmo criminosos
contra o povo
─,
sem admitirem
qualquer
intromissão de
cientistas,
nenhuma opinião
que se oponha
aos seus
intentos ou que
não façam parte
dos seus
quadros, quase
sempre
distanciados dos
verdadeiros fins
dos ensinamentos
imortais
deixados por
Jesus Cristo e
por outros
Missionários
espirituais da
humanidade.
Contudo, quase
sempre os mesmos
religiosos
arrogam-se o
direito de não
somente opinar
mas de
determinar sobre
as reflexões e
práticas da
Ciência, como se
fossem
detentores da
absoluta
verdade.
Afora os
posicionamentos
políticos,
laboratoriais,
comerciais e
demais
interesses
particulares que
se atiram nos
caminhos dos
cientistas-pesquisadores
─
que costumam
estar presentes
nessas
discussões,
fazendo lobbies
em favor de
empresas ou de
grupos, com os
quais se deve
ter muita
cautela pelo
cinismo e pelas
pressões com que
atuam
─,
sou de parecer
que aos
religiosos
caberia
ressaltar e
propagar a
realidade
espiritual do
ser humano,
trabalhar na
educação moral
dos indivíduos,
o que lhes
possibilitaria
tomar as
melhores
decisões diante
do mundo e
diante da
Espiritualidade,
deixando àqueles
que assumiram
responsabilidades
perante a
Ciência o labor
que lhes cabe,
oferecendo,
quando
solicitados, os
seus mais
lúcidos
pareceres que
deverão ser tão
lúcidos quão
desapaixonados.
O que não me
parece coerente
é que os
religiosos
desejem governar
todos os ângulos
de visão da
sociedade, como
se tivessem o
privilégio da
verdade sobre os
demais
pensadores.
Indiscutivelmente,
encontraremos
abusos que à
justiça caberá
questionar e
corrigir,
evocando os
preceitos éticos
imponentes. O
que creio não
ser razoável é
partirmos do
princípio de
que, por adotar
posições muitas
vezes
materialistas ou
ateístas (em
relação aos
preceitos e
dogmas das
religiões
institucionais),
devam os
cientistas ser
considerados
como não sérios
ou como
irresponsáveis.
Entendo que
deveremos
respeitar esse
grande pugilo de
pesquisadores
que têm
oferecido suas
vidas em prol de
uma sociedade
melhor,
permitindo que
realizem seus
empreendimentos,
seus trabalhos,
suas pesquisas.
Tenho ouvido do
Espírito Camilo
que muitos
desencarnados,
retidos em
situações de
complexos
conflitos e
sofrimentos no
além, são
visitados e
indagados quanto
ao interesse que
tenham de servir
de instrumentos
ao progresso da
Ciência no
mundo,
apresentando-se
para animarem
embriões que se
prestarão às
pesquisas.
Findadas as
experiências,
essas entidades
que
reencarnariam em
delicadas
situações de
enfermidades
físicas, mentais
ou
sócio-econômicas,
ou todas
conjugadas,
logram obter
melhorias
significativas
nos processos em
que estão
incursas. São
muitas as que
aceitam e que
são levadas a
tais lidas nas
esferas do
trabalho
científico.
É real que nem
todos os
embriões,
tendo-se em
vista as fases
iniciais em que
são tomados,
estão ligados a
inteligências
espirituais, mas
outros tantos
estão, sim,
animados por
essas entidades
referidas, ou
seja, as que se
apresentam para
servir de
“cobaias” nas
atividades de
pesquisas
científicas.
Há, por outro
lado, uma
questão que se
quer calar. Por
que há defesas
tão extremadas
dos possíveis
embriões com
ligações
espirituais,
enquanto que não
há a mesma
paixão pelas
crianças já
reencarnadas,
malnascidas,
abandonadas nas
ruas ou nos
orfanatos? O que
deve passar pela
mente geral
relativamente a
tais crianças e
os citados
embriões? Por
que não
costumamos ver
ninguém
solicitar aos
laboratórios
detentores dos
embriões algum
deles como
filho? Diante
das quantidades
que são atiradas
fora, após os
períodos
exigidos por
lei, é de
estranhar que
ninguém reclame
uns dois ou três
para serem
cuidados,
implantados na
condição de
filhos, de modo
a salvá-los da
destruição...
O Consolador: A
eutanásia, como
sabemos, é uma
prática que não
tem o apoio da
doutrina
espírita.
Surgiu, no
entanto,
ultimamente, a
idéia da
ortotanásia,
defendida até
mesmo por alguns
médicos
espíritas. Qual
a sua opinião a
respeito?
O mais
importante na
esfera da
ortotanásia será
sempre o uso do
bom-senso, pois
uma coisa é
deixar o
indivíduo morrer
naturalmente,
quando se veja
que sua
vitalidade vai
baixando de
nível como uma
chama que se
apaga. Outra
situação, porém,
será ver alguém
sofrendo e
cruelmente não
lhe aplicar
qualquer
sedativo ou
medicamento,
deixando que
morra em meio ao
desespero ou à
dor intensa. Nem
a eutanásia nem
a ortotanásia,
quando fuja ao
bom-senso e se
aproxime da
crueldade. Que
os conhecimentos
médicos vigentes
possam ajudar os
que se acham à
beira da
desencarnação,
facilitando-lhe
um tranqüilo
retorno ao
Invisível sem
comprometimento
negativo de
médicos,
enfermagem ou
familiares.
O Consolador:
Como você vê o
nível da
criminalidade e
da violência que
parece aumentar
em todo o país e
no mundo, e como
os espíritas
podemos cooperar
para que essa
situação seja
revertida?
Nada obstante as
informações dos
Imortais de que
estão renascendo
no planeta
muitos Espíritos
ainda
inferiorizados,
no que se
relaciona às
suas condições
morais, não
deveremos perder
de vista a
proeminência da
educação como
bem frisou Allan
Kardec, em O
Livro dos
Espíritos.
Faz-se
necessária uma
educação moral
capaz de bem
formar os
caracteres dos
indivíduos.
Como espíritas,
torna-se
fundamental a
observância dos
cuidados com a
auto-educação (a
partir dos
esforços pelo
autoconhecimento),
a fim de que nos
capacitemos para
orientar e
educar os
próprios filhos
que são vítimas,
muitas vezes, da
incúria ou do
desmazelo dos
seus pais que
estão mais
preocupados com
o sucesso social
dos filhos do
que com a sua
felicidade.
A educação,
contudo, é um
processo que
terá êxito em
longo prazo,
visto que
corresponde a
uma modificação
gradual de
mentalidade e à
adoção e fixação
de novos valores
por parte das
criaturas. Há,
no entanto,
providências que
podem ser
tomadas por quem
de direito, no
sentido de
diminuir a
gravidade dos
quadros de
violência
vigentes
atualmente no
mundo, e isso
tem a ver com a
legitimidade,
maturidade e
respeitabilidade
moral das
autoridades
constituídas e
que estão à
frente das
sociedades,
assim como tem
relação com a
necessidade de
imputar-se
responsabilidades
aos cidadãos e
fazer com que
aqueles que
cometem
desatinos sejam
levados aos
trabalhos de
quitação perante
suas vítimas,
sejam indivíduos
ou grandes
grupos sociais.
Enquanto
persistir, em
nome de escusos
interesses e
criminosos
desinteresses, o
clima de
impunidade, como
se nada
estivesse
acontecendo,
pela falta de
coragem de
pôr-se o guizo
no pescoço do
gato, é certo
que a situação
tanto do Brasil
quanto do
restante do
mundo não
sofrerá
significativas
alterações.
O Consolador: A
preparação do
advento do mundo
de regeneração
em nosso planeta
já deu, como
sabemos, seus
primeiros
passos. Daqui a
quantos anos
você acredita
que a Terra
deixará de ser
um mundo de
provas e de
expiações,
passando
plenamente à
condição de um
mundo de
regeneração, em
que, segundo
Santo Agostinho,
a palavra amor
estará escrita
em todas as
frontes e uma
eqüidade
perfeita
regulará as
relações
sociais?
Muito embora
possamos
desenvolver
alguma ansiedade
em torno desse
futuro anunciado
pelos Imortais,
o certo é que
não temos
nenhuma
possibilidade de
datar essas
ocorrências, uma
vez que estarão
sempre pendentes
dos movimentos
dos progressos
humanos.
As bases
geológicas do
planeta estão
dando seus
passos na
direção do
amadurecimento
ciclópico do
mundo. Contudo,
o aspecto moral,
grande definidor
de tudo, depende
das disposições
morais da
humanidade.
Não nos cabe
nenhuma tormenta
com relação a
esses tempos.
Cada um de nós
deverá assumir a
parte que lhe
corresponde
nesse esforço
individual e
coletivo para a
construção desse
mundo melhor que
anelamos. Então,
trabalhemos com
dedicação e
verdade,
cuidando de
realizar o que
nos compete, e
deixemos tudo o
mais nas mãos de
Deus, pois só
Ele sabe a
respeito dos
tempos, como o
afirmou nosso
Mestre Jesus.
O Consolador:
Em dados citados
no livro O
Clamor da Vida,
da Dra. Marlene Nobre, afirma-se que são feitos
cerca de 60
milhões de
abortamentos por
ano no mundo. A
vida, como se
vê, não é
valorizada como
devia. Qual é
sua avaliação
sobre o assunto
e como os
espíritas
poderíamos
contribuir para
diminuir
esses números
assustadores?
Acredito que
esse quadro
gritante se deve
à cultura
materialista que
vemos ganhar
corpo a cada dia
em nossas
sociedades.
Mesmo famílias
de rotulagem
cristã e, em
particular,
cristã-espírita,
entram nessa
excitação
materialista.
Tudo o que tem
sentido e valor
são o salário
que se ganha, as
coisas que se
consomem, os
títulos que se
conseguem ou as
posições
sócio-político-econômicas
que se desfrutam
no mundo. Se
nessas coisas
estão os maiores
valores do
indivíduo, claro
fica que tudo o
mais estará em
segundo ou em
terceiro plano,
inclusive o
filho que se
leva no ventre.
A visão
materialista do
mundo tem levado
muitas
inteligências a
menoscabar a
excelência da
vida terrestre,
impulsionando
muita gente para
o consumo
desassisado de
drogas variadas,
de buscas de
“adrenalinas”
suicidas, de
homicídios sem
nenhum propósito
e do suicídio
propriamente
dito.
O dever dos
espíritas não é
tomar para si a
renovação do
mundo, dando
péssimo exemplo
de insustentável
messianismo, uma
vez que a
mensagem de
Jesus Cristo foi
dirigida a todos
que dela puderam
tomar
conhecimento.
Vivendo como
pessoas de bem e
fazendo esforços
para dominar as
más inclinações,
conforme a
definição
kardequiana de
verdadeiro
espírita,
indubitavelmente
estaremos dando
uma importante
quota das nossas
vivências para
contribuir na
diminuição desse
horrendo
espetáculo de
desapreço pela
vida.
O Consolador: O
fanatismo
religioso atinge
quase todas as
religiões e,
infelizmente,
parece que não é
diferente no
meio espírita.
Qual é a sua
mensagem àqueles
que incorrem
nesse erro?
O fanatismo de
qualquer
natureza está
comumente
vinculado à
ignorância.
Quanto menos as
pessoas se
interessam pelo
estudo do
Espiritismo,
tanto mais
facilidade
encontrarão para
fanatizar-se,
uma vez que o
fanatismo
costuma ser
conseqüência da
crença
irracional de
quem não sabe,
mas que bate no
peito admitindo
saber.
Um pouco mais de
dedicação à
leitura
atenciosa, às
reflexões e aos
esforços por
vivenciar os
elementos
conhecidos, ao
propiciar maior
utilização da
razão crítica,
menos
possibilitará
alguém de
tornar-se
fanático no
Movimento
Espírita.
O Consolador:
Como deve agir o
espírita diante
das solicitações
de esmola, nas
ruas,
particularmente
por parte de
crianças?
Sempre cri que
bom-senso e água
fluidificada não
fazem mal a
ninguém. Cabe
sempre uma visão
mais global
sobre o momento
do pedido.
Muitas vezes
pode-se levar a
criança a comer
ou beber algo,
pois a criança
não precisa de
dinheiro. Quando
ela pede
dinheiro está
atendendo à
determinação de
algum adulto que
a explora, seja
pela necessidade
desatendida,
seja pelo vício.
Importantíssimo
é que a
sociedade da
qual fazemos
parte
conseguisse se
mobilizar e
cobrar das
autoridades
político-administrativas
as providências
para os casos
que
testemunhamos na
cidade,
diariamente.
Assim, seria
sempre mais
significativa a
contribuição
para com as
instituições
sociais que se
incumbem de
cuidar dessas
crianças que
vivem quase
sempre em
situação de
grandes riscos.
O Consolador: O
desmatamento da
floresta
amazônica
caminha a largos
passos, e dentre
as causas que o
acentuam está a
pecuária. Aliás,
o Brasil é um
dos maiores
exportadores de
carne bovina do
mundo. Como deve
o espírita
posicionar-se
ante a
alimentação
baseada em carne
bovina, haja
vista que, entre
outras coisas,
ela também
contribui para
esse
desmatamento?
O espírita agirá
como um cidadão
comum, tratando
de cumprir os
seus deveres
sociais e
políticos com
seriedade,
levando em conta
que o problema
do desmatamento
amazônico não
tem por vilões
os rebanhos de
gado, mas o
egoísmo e o
cinismo de
vastas
lideranças
políticas do
nosso país, que
fazem vistas
grossas para a
situação, uma
vez que seus
interesses
pessoais podem
estar em jogo
nesse lance.
Observemos que
tanto se desmata
para criar
rebanhos de gado
quanto para
plantar soja e
outros produtos.
A ser levado
tudo ao pé da
letra do que
dizem as
diversas mídias
– quase nunca
apresentam a
real situação ou
o que está por
detrás dela –
teríamos que
deixar de usar
tanto carnes
como vegetais.
Enquanto os
governantes
fizerem de conta
que não estão
sabendo que os
habitantes da
floresta, sempre
os mais
espertos, é
claro,
mancomunados com
políticos
inescrupulosos e
gente envolvida
nos respectivos
órgãos públicos,
é que extraem a
madeira nobre da
Amazônia, que
permitem a
extração ilegal
de minérios do
subsolo regional
de suas nações
indígenas, e que
permitem muito
da biopirataria
existente em
nosso país, a
tendência será
ficar tudo como
está... tendendo
a piorar.
Enquanto nossos
governos fizerem
vistas grossas
para essa
quantidade
enorme de ONGs
plantadas na
Amazônia,
aculturando a
seu modo nossos
nativos,
doutrinando-os a
seu bel-prazer
(de olho em
suas/nossas
riquezas
diversas), mas
que não têm
nenhum interesse
por “prestar
serviços” no
Marajó, por
exemplo, onde
existe
muitíssima
necessidade e
abandono
governamental,
nenhum interesse
em se instalar
no sertão
nordestino, onde
a seca, a fome e
a esperteza de
alguns
“coronéis”
imperam, essas
dificuldades não
serão sanadas.
Acusar
pontualmente o
gado ou a soja
nos faria atacar
o lado frágil da
questão,
deixando de lado
o fulcro mais
grave do
problema.
Temas de
natureza
doutrinária
O Consolador: As
divergências
doutrinárias em
nosso meio
reduzem-se a
poucos assuntos.
Um deles diz
respeito ao
chamado
Espiritismo
laico. Para
você, o
Espiritismo é
uma religião?
Sim.
Indubitavelmente,
para mim o é.
O Consolador:
Você acha válida
a proposta de
Kardec
pertinente à
atualização
periódica dos
ensinamentos
espíritas, em
face do avanço
da ciência? Em
caso afirmativo,
como devemos
implementar essa
medida?
Acho estranho
que Kardec haja
feito essa
proposta de
atualização
periódica dos
ensinamentos
espíritas
─
uma vez que os
referidos
ensinamentos não
são da cogitação
científica, já
que a Ciência
formal vem se
mantendo sob a
égide do
materialismo por
meio da grande
massa dos seus
representantes
encarnados
─,
por ter ele
mesmo escrito na
Introdução de
O Livro dos
Espíritos,
parte VII:
Vede, portanto,
que o
Espiritismo não
é da alçada da
Ciência.
Na medida em que
avança a
Ciência, maiores
confirmações
temos encontrado
para as teses
que fundamentam
o Espiritismo.
Até hoje,
nenhuma das
descobertas
científicas
conseguiu abalar
os alicerces da
formosa Doutrina
que, ao
contrário, mais
se fortifica
diante dos
espíritas
estudiosos e da
mentalidade
geral dos que a
acompanham à
distância. No
bojo desses
avanços
contemporâneos
da Ciência,
temos encontrado
muitas mudanças
de entendimentos
científicos,
muitas trocas de
nomenclaturas,
incontáveis
descobertas que
enriquecem o
terreno das
investigações.
Porém, nenhum
desses valores
que nos hão
chegado em razão
das humanas
pesquisas tem
arranhado o
pensamento
fulgurante e
vanguardista do
Espiritismo.
Qualquer
informação
mediúnica
assinada, ínsita
na Codificação,
não é maior que
o corpo
doutrinário do
Espiritismo, que
se fundamenta na
existência de
Deus, na
existência e
imortalidade da
alma, na
pluralidade das
existências
(reencarnação),
na pluralidade
dos mundos
habitados e na
comunicabilidade
dos Espíritos
(mediunidade).
Nenhuma ciência
conseguiu ferir
esses
princípios.
Há muitos
confrades
afoitos, mal
informados, ou
sem muita
intimidade com o
pensamento
científico
─
refiro-me ao
pensamento
científico
acadêmico e não
de livros
jornalísticos de
informações
científicas
─,
que estão sempre
“ouvindo dizer”
isso ou aquilo e
que se mostram
muito apressados
em efetuar
mudanças no
corpo da
Doutrina
Espírita,
pautados em suas
crenças de que a
Ciência já tenha
superado o
Espiritismo... É
uma pena! Isso
demonstra que
podem ter alguma
leitura das
obras
kardequianas mas
não o
entendimento
aprofundado que
se espera de
quem pretende
fazer
modificações no
trabalho alheio.
Há pessoas que
propõem e até
publicam
propostas de se
alterar, por
exemplo, o termo
fluido, usado
por Kardec em
suas obras, pelo
termo energia,
utilizado
cientificamente.
Sem dúvida seria
uma aberração
tal modificação,
caso fosse
implementada.
Por suas
características
e definições,
fluido e energia
nas ciências têm
significados
teóricos muito
diferenciados.
Um se define, a
outra não. Por
outro lado, o
que Kardec chama
de fluido, no
Espiritismo, não
é o mesmo fluido
da
físico-química,
e assim por
diante.
O melhor em tudo
isso será o
nosso maior
estudo e
aprofundamento
das questões e
teses espíritas,
a fim de que,
compreendendo
melhor o ensino
dos Imortais, a
ele nos
ajustemos,
procurando
modificar-nos
para assumir a
posição de sal
da Terra da qual
nos incumbiu
Jesus.
O Consolador: O
tema anjos de
guarda vez por
outra é
focalizado na
mídia. Em que
momento e de que
maneira eles
agem em favor
dos seus
protegidos? Como
é a relação
deles conosco?
Muitas vezes,
vemos esse tema
dos Anjos de
Guarda ser
tratado nas
diversas mídias
empobrecido por
místicas
deformantes ou
por fantasias de
tal modo
ingênuas que
conseguem
diminuir o
sentido divino
dessas presenças
junto às
criaturas
encarnadas.
Pelo que nos
ensinam os
Imortais, em
O Livro dos
Espíritos,
esses Anjos
atuam sobre
nossas vidas
desde o
nascimento até à
morte e muitas
vezes nos
acompanham na
vida espiritual,
depois da morte,
e mesmo através
de muitas
existências
corpóreas.
Entendemos que,
para estarem
ligados aos seus
tutelados desde
o berço, é que,
antes dele, na
erraticidade, já
auxiliavam os
seus protegidos
na ponderação e
preparo das
existências que
deveriam
vivenciar no
planeta.
A relação desses
Anjos conosco é
a de um pai com
relação aos
filhos; a de
guiar-nos pela
senda do bem,
auxiliar-nos com
seus conselhos,
consolar-nos nas
nossas aflições,
levantar-nos o
ânimo nas provas
da vida.
O Consolador: Em
alguns meios
divulga-se a
tese de que as
crianças índigo
representam uma
nova geração, a
que Kardec se
teria referido
em A Gênese.
Em sua opinião,
o tema crianças
índigo
enquadra-se na
seriedade e
racionalidade
com que devem
ser tratados os
conceitos
espíritas?
É muito
conhecido o
impulso que
temos nós, os
humanos, pelas
novidades que
vão surgindo ao
nosso redor, e
tudo o de que
gostamos,
julgamos
importante ou
especial,
desejamos de
modo velado ou
declarado trazer
para o universo
do Espiritismo.
Foi o que
ocorreu com a
tese dos
psicólogos
americanos Dr.
Lee Carrol e
Dra. Jan Tober.
Muito embora os
referidos
autores
americanos
tenham feito
questão de
afirmar que seu
trabalho era um
relatório
inicial e não a
palavra final
sobre certo tipo
de crianças que
vinham nascendo,
o fato é que
isso já chegou
em nosso meio
popular, e não
foi diferente no
meio espírita,
como algo
pronto, acabado
e “espírita”.
Lastimável!
Vale a pena
verificar como é
que os
supracitados
psicólogos
americanos
definem uma
criança índigo
(Dra. Jan Tober
informa ter
chamado assim a
esse tipo de
crianças, por
ser a cor índigo
a que via ao
redor delas): é
aquela que
apresenta um
conjunto de
características
psicológicas
incomuns e um
padrão de
comportamento
ainda não
classificado
pela ciência.
Esse tipo de
comportamento
faz com que
todos os que
interagem com
ela
(principalmente
seus pais)
tenham de se
adaptar a
circunstâncias
diferentes e a
um tipo
específico de
criação. Até
aqui, não vemos
nada que seja
diferente do que
observamos em
nossas crianças,
aquelas com as
quais temos tido
contato
diariamente,
dando-nos conta
de que são, de
fato, crianças
diferentes, não
importando os
nomes com que as
rebatizemos.
Contudo, todas
elas estão no
mundo sob
cuidados
pater-maternais
para evoluírem
para Deus. Todos
sabemos que não
é fácil
entender,
nortear,
corrigir,
educar, enfim,
esses pequenos,
tendo em vista
as bagagens que
trouxeram de
outras vivências
reencarnatórias.
O psicólogo
argentino Egidio
Vecchio, que se
radicou em Porto
Alegre, no Rio
Grande do Sul,
também
dedicou-se aos
estudos dessas
crianças índigo,
somando seus
esforços aos de
notáveis
estudiosos como
Ingrid Cañete e
Teresa Guerra.
Afirma ele num
dos seus livros
que na década de
1970 vieram ao
mundo seres
humanos muito
especiais,
portadores de
uma mudança
potencial em seu
DNA.
Descobriu-se que
têm uma missão a
cumprir e um
grande potencial
a desenvolver.
Como nós, também
dotados do
livre-arbítrio,
portanto podem
não aceitar esse
encargo. Não são
predestinados.
Nenhuma
diferença vemos
nos dizeres de
Vecchio daquilo
que temos
aprendido, há
mais de 150
anos, nos
ensinamentos
espíritas.
Todos nós
chegamos ao
mundo com uma
missão a
cumprir, seja de
grande ou de
pequeno porte,
seja em nível do
grupo familiar
ou em termos
sociais e mesmo
missões
mundiais.
Reencarnamos,
exatamente, para
fazer brilhar a
nossa luz,
conforme
orientou Jesus
Cristo, ou seja,
para desenvolver
nossos
potenciais
espirituais, ou
intelecto-morais,
se assim o
quisermos.
Notemos como
continua Vecchio
a falar sobre os
índigos: Essas
crianças, fruto
dessa evolução
genética que
está
acontecendo,
necessitam de
apoio para
adaptarem-se e
desenvolverem-se
entre nós. Para
elas é
necessária uma
pedagogia
adequada ao seu
grau de
evolução, porque
são portadoras
de ferramentas
psicológicas e
espirituais
muito além
daquelas que a
psicologia
tradicional
conhece. Se bem
compreendidas e
orientadas, as
crianças índigo
mudarão a vida
do planeta de
forma assombrosa
e nunca
imaginada até
hoje.
Não há nenhuma
novidade nisso,
para quem lida
com
ensino-aprendizagem,
para quem lida
com crianças e
escolaridade. É
gritante o
atraso em que se
encontra a
instituição
escolar, mundo
afora. Chegamos
a constatar que
das instituições
do mundo a que
mais resiste a
mudanças é
exatamente a
escolar. Parece
um afrontoso
paradoxo. As
nossas crianças
que são tão mal
cuidadas pela
escola
contemporânea
com suas
características
velhas, com suas
metodologias,
suas provas,
suas notas,
etc.,
antiquadas, que
conseguem matar
o poder criador
dos alunos pelas
atitudes
ingênuas,
laissez-faire,
excessivamente
diretivas ou
ditatoriais de
profissionais
malformados,
caso tivessem
esses recursos
aos quais se
refere Egidio
Vecchio, com
certeza não
teríamos os
altos índices de
êxodo escolar,
as altas taxas
de reprovações;
não veríamos o
horror com que
grande número de
crianças se vê
obrigado a ir à
escola, a
alegria com
folgas, feriados
ou com a
ausência dos
professores.
Num mundo de
computadores e
internets, de
blogs e orkuts,
desejar manter
as crianças
presas a um
espaço físico
por meio de
“cuspe e giz”,
convenhamos que
não precisarão
ser tão índigos
para viverem
“indignadas” (o
trocadilho é
proposital) com
o sistema.
No século XIX,
Kardec já falava
da transição por
que passava o
mundo. Logo, não
é um fenômeno
novo.
Possivelmente,
somente agora os
psicólogos
americanos se
deram conta de
que deveriam
estudar tal
coisa. Mas, com
certeza, não foi
a partir de 1970
que essas coisas
começaram a
acontecer no
planeta. Leiamos
o que nos diz o
livro A
Gênese,
publicado em
1868: A época
atual é de
transição;
confundem-se os
elementos das
duas gerações.
Colocados no
ponto
intermédio,
assistimos à
partida de uma e
à chegada da
outra, já se
assinalando cada
uma, no mundo,
pelos caracteres
que lhes são
peculiares.
Têm idéias e
pontos de vista
opostos as duas
gerações que se
sucedem. Pela
natureza das
disposições
morais, porém,
sobretudo das
disposições
“intuitivas” e
“inatas”,
torna-se fácil
distinguir a
qual das duas
pertence cada
indivíduo.
Observemos como
continua Kardec:
Cabendo-lhe
fundar a era do
progresso moral,
a nova geração
se distingue por
inteligência e
razão geralmente
precoces, juntas
ao sentimento
“inato” do bem e
a crenças
espiritualistas,
o que constitui
sinal
indubitável de
certo grau de
adiantamento
“anterior”. Não
se comporá
exclusivamente
de Espíritos
eminentemente
superiores, mas
dos que, já
tendo
progredido, se
acham
predispostos a
assimilar todas
as idéias
progressistas e
aptos a secundar
o movimento de
regeneração.
Aprendemos,
assim, desde a
época de Allan
Kardec, que, se
bem compreendida
e orientada,
toda e qualquer
criança que
chega à Terra
mudará a vida do
planeta, de
maneira bastante
significativa,
jamais imaginada
atualmente.
Quando o lar e a
escola se
tornarem locais
de satisfação,
de aprendizado e
de segurança
para as nossas
crianças de
agora e para as
que virão,
conseguiremos
auxiliar a todos
os Espíritos
que, chegados ao
mundo para
desempenhar seus
papéis
missionários, de
homens e
mulheres de bem,
possam realizar
com êxito aquilo
que vieram fazer
sobre o solo do
mundo.
O que lamento é
que, com tantos
ensinamentos do
Espiritismo,
desde O Livro
dos Espíritos
até A Gênese,
a respeito do
conduzimento
educacional das
nossas crianças,
sem que nunca
tenha isso
provocado
qualquer furor
educacional,
nenhuma emoção
ou frisson
social, bastou
que chegasse ao
nosso país a
tradução do
livro de Carrol
e Tober para que
o Movimento
Espírita, em
consideráveis
expressões e
localidades, se
sentisse abalado
em suas crenças
e práticas, sem
dar-se conta de
que o que vinha
acontecendo, e
ainda ocorre, é
uma agigantada
defasagem entre
a nossa
confissão labial
de fé espírita e
a nossa
integração ao
espírito do
Espiritismo.
O Consolador: Há
controvérsias
com relação às
medidas que
podem ser
tomadas no
sentido de
protelar ou de
acelerar o
processo
desencarnatório.
Têm os
encarnados meios
de prolongar a
vida física, a
ponto de
interferir no
procedimento dos
Espíritos?
Aprendemos com
os nobres
Benfeitores
Espirituais que,
como as nossas
existências
planetárias
estão sob os
cuidados de
entidades
sublimadas, que
respondem junto
a nós em nome de
Jesus Cristo, a
protelação (a
moratória) ou a
aceleração (a
antecipação) do
processo de
nossa
desencarnação
estão, do mesmo
modo, sob essas
divinas
responsabilidades.
Temos sabido de
incontáveis
circunstâncias
que podem levar
os Guias
Espirituais a
interceder a
favor da
permanência
física de alguém
no mundo, assim
como de outras
que os fazem
atuar em prol da
antecipação do
período da
reencarnação,
desde que haja
interesses
superiores em
jogo,
significando uma
contribuição
para o progresso
de quem deverá
permanecer ou de
quem deverá
partir.
Indivíduos que,
na época
prevista para
seu desenlace,
estejam
realizando
processos
espirituais
renovadores
junto a
familiares de
relacionamentos
complexos; que
estejam
conseguindo se
libertar de
difíceis
conflitos ou
dependências
tormentosas, o
que lhes
permitirá
grandes
arrancadas
espirituais, ou
que se encontrem
executando
atividades em
benefício de
alguma obra de
formosa
expressão, o que
lhes propiciará
feliz contributo
ascensional,
esses costumam
receber o
beneplácito de
abençoadas
moratórias.
Muitos que
estejam se
enredando em
situações
comprometedoras,
planeta afora,
fascinados com
as liberdades
que ninguém
consegue frear;
muitos que
chegaram à Terra
com bagagem
espiritual
respeitável, mas
que se estão
deixando levar
por certos
níveis de
orgulho e
vaidade
comprometedores
de seu valor
espiritual; os
que vieram para
operacionalizar
determinadas
missões, para o
que foram
investidos anos
e anos de
preparativos no
Mundo Invisível,
e que estão
atirando fora as
oportunidades,
costumam ser
“chamados de
volta” ao Grande
Lar, a fim de
que reavaliem
suas condutas
terrenas, para
que não
comprometam seus
valores
conquistados e
para que refaçam
os planejamentos
quanto ao
futuro, de tal
modo que, então,
não se perturbem
nos mesmos
caminhos e
situações que os
puseram em
perigo.
Tanto as
moratórias
quanto as
antecipações não
costumam ser do
conhecimento
direto do
beneficiado. As
leis do nosso
Criador
funcionam
silenciosamente
e atendem os
Seus filhos, em
suas
variadíssimas
necessidades,
sem qualquer
alarde. Assim, é
improvável que
os encarnados,
de maneira
consciente,
consigam esses
resultados,
tornando-se
capazes de
interferir na
programação do
Benfeitores da
Vida Maior,
desenvolvida
sobre nós sob o
comando de
Jesus.
O Consolador:
Considerando que
a vivência
diária da moral
cristã é um dos
grandes desafios
dos espíritas,
como superar o
orgulho e o
egoísmo que
porventura
residam em nós,
evitando assim o
personalismo?
Aqui, devemos
recordar-nos
daquilo que
indagou Kardec
aos Imortais,
desejoso de
conhecer um modo
prático e eficaz
para
melhorar-nos
nesta vida e de
resistirmos à
atração do mal.
Vejamos que o
Codificador
pediu aos
Espíritos algo
que fosse
factível, ou
seja, prático,
ao mesmo tempo
que desse
resultado, quer
dizer, eficaz.
Obteve por
resposta a
instrução de um
sábio da
Antigüidade:
Conhece-te a ti
mesmo.
Será muito
difícil
trabalhar por
desfazer orgulho
e egoísmo,
enquanto não
tivermos clara
consciência de
sua existência
devastadora em
nosso íntimo.
Somente a partir
dessa
constatação que
façamos é que,
então,
buscaremos
caminhos,
planos, no
sentido de
atacar o que nos
seja incômodo.
Na próxima
edição a
entrevista
focalizará
assuntos
pertinentes ao
movimento
espírita no
Brasil e no
exterior.