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Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita  Inglês  Espanhol
Programa V: Aspecto Científico

Ano 3 - N° 103 – 19 de Abril de 2009

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br

Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

O médium: conceito e classificação

 
Apresentamos nesta edição o tema no 103 do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, que está sendo aqui apresentado semanalmente, de acordo com programa elaborado pela Federação Espírita Brasileira, estruturado em seis módulos e 147 temas.

Se o leitor utilizar este programa para estudo em grupo, sugerimos que as questões propostas sejam debatidas livremente antes da leitura do texto que a elas se segue.

Se destinado somente a uso por parte do leitor, pedimos que o interessado tente inicialmente responder às questões e só depois leia o texto referido. As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto abaixo.

Questões para debate

1. Como Kardec define o médium?

2. Na prática mediúnica, o que é realmente importante para o médium?

3. A mediunidade pode ser considerada um instrumento de aperfeiçoamento espiritual?

4. A sintonia mental tem alguma importância no exercício da mediunidade?

5. Onde, segundo o Espiritismo, se situam os maiores escolhos da mediunidade? 

Texto para leitura 

A faculdade mediúnica não constitui um privilégio exclusivo

1. Na lição 19 do Programa II deste Estudo Sistematizado, em que foram examinados os Princípios Básicos da Doutrina Espírita, já vimos o conceito de mediunidade e a classificação dos principais tipos e variedades de médiuns. (Consulte a respeito o texto publicado na edição 19 desta revista.) 

2. Ao rever o assunto, relembremos a definição de médium que Kardec inseriu no item 159 d´O Livro dos Médiuns: “Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva. É de notar, além disso, que essa faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos. Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos desta ou daquela ordem, donde resulta que formam tantas variedades quantas são as espécies de manifestações”. 

3. A definição dada pelo Codificador do Espiritismo é, sem dúvida, a mais completa e abrangente; mas é preciso que entendamos que a faculdade mediúnica não libera o homem, por si só, das influências dos Espíritos malévolos. A faculdade em si é, na realidade, neutra. O uso que o homem faz dela é o que importa. Ao empregá-la, podemos nos harmonizar com os bons Espíritos ou relacionar-nos com os maus. A sintonia é, portanto, fundamental na prática mediúnica.  

A mente permanece na base de todos os fenômenos mediúnicos 

4. Dando-nos a oportunidade de rejeitar as más influências espirituais e acatar as que provenham dos bons Espíritos, a mediunidade torna-se assim um instrumento de aperfeiçoamento espiritual. Como sabemos, os Espíritos benfazejos procuram inspirar-nos para o bem, enquanto Espíritos inferiores buscam induzir-nos ao mal.  

5. Em nossa caminhada evolutiva, somos todos instrumentos das forças com as quais sintonizamos. Todos somos médiuns dentro do campo mental que nos é próprio. Se o nosso pensamento flui na direção da vida superior, associamo-nos às energias edificantes. Se nos escravizamos às sombras da vida primitivista ou torturada, entramos em sintonia com forças perturbadoras e deprimentes. 

6. Cada criatura emite raios específicos e vive na onda espiritual com que se identifica. A mente, ensinam os instrutores espirituais, permanece na base de todos os fenômenos mediúnicos. Cada alma se envolve no círculo de forças vivas que transpiram do seu “hálito mental”. Agimos e reagimos uns sobre os outros, por meio da energia mental em que nos renovamos constantemente. 

O mais cruel inimigo dos médiuns é o orgulho 

7. Assevera Emmanuel que os médiuns, em sua generalidade, “são Espíritos que resgatam débitos do passado”, o que explica por que é difícil à criatura humana cumprir integralmente, sem enfrentar obstáculos, os deveres que a faculdade mediúnica lhe assinala na existência.  

8. No cap. XXXI d´O Livro dos Médiuns, Kardec inseriu diversas dissertações em que vultos importantes na obra da Codificação do Espiritismo tratam do tema que ora focalizamos.  

9. Vejamos trechos de algumas dessas mensagens:  

  • “Todos os homens são médiuns, todos têm um Espírito que os dirige para o bem, quando sabem escutá-lo.” (Channing.)
     
  • “O dom da mediunidade é tão antigo quanto o mundo. Os profetas eram médiuns.” (Pierre Jouty.)
     
  • “As faculdades de que gozam os médiuns lhes granjeiam os elogios dos homens. As felicitações, as adulações, eis, para eles, o escolho. (...) Nunca me cansarei de recomendar-vos que vos confieis ao vosso anjo guardião, para que vos ajude a estar sempre em guarda contra o vosso mais cruel inimigo, que é o orgulho.” (Joana D´Arc.)
     
  • “Quando quiserdes receber comunicações de bons Espíritos, importa vos prepareis para esse favor pelo reconhecimento, por intenções puras e pelo desejo de fazer o bem, tendo em vista o progresso geral.” (Pascal.)
     
  • “Falar-vos-ei hoje do desinteresse, que deve ser uma das qualidades essenciais dos médiuns, tanto quanto a modéstia e o devotamento. (...) Não é racional se suponha que Espíritos bons possam auxiliar quem vise satisfazer ao orgulho ou à ambição.” (Delfine de Girardin.)
     
  • “Todos os médiuns são, incontestavelmente, chamados a servir à causa do Espiritismo, na medida de suas faculdades, mas bem poucos há que não se deixam prender nas armadilhas do amor-próprio. (...) Lembrem-se sempre destas palavras: Aquele que se exalçar será humilhado e o que se humilhar será exalçado.” (O Espírito de Verdade.)


Respostas às questões propostas
 

1. Como Kardec define o médium?

R.: Médium é todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos.

2. Na prática mediúnica, o que é realmente importante para o médium?

R.: A faculdade mediúnica é, em si mesma, neutra. O uso que o homem faz dela é o que importa, porque ao empregá-la podemos nos harmonizar com os bons Espíritos ou relacionar-nos com os maus.

3. A mediunidade pode ser considerada um instrumento de aperfeiçoamento espiritual?

R.: Sim. Dando-nos a oportunidade de rejeitar as más influências espirituais e acatar as que provenham dos bons Espíritos, a mediunidade torna-se, com efeito, um instrumento de aperfeiçoamento espiritual.

4. A sintonia mental tem alguma importância no exercício da mediunidade?

R.: Sim. A sintonia é fundamental na prática mediúnica. Em nossa caminhada evolutiva, somos todos instrumentos das forças com as quais sintonizamos. Se o nosso pensamento flui na direção da vida superior, associamo-nos às energias edificantes. Se nos escravizamos às sombras da vida primitivista ou torturada, entramos em sintonia com forças perturbadoras e deprimentes.

5. Onde, segundo o Espiritismo, se situam os maiores escolhos da mediunidade?

R.: Os elogios, as felicitações, as adulações eis os maiores escolhos que se apresentam aos médiuns, que devem estar sempre em guarda contra o seu mais cruel inimigo, que é o orgulho.

 

Bibliografia: 

O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, cap. XIV, item 159, e cap. XXXI, itens X, XI, XII, XIII, XIV e XV.

O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, questão 159.

No Invisível, de Léon Denis, pp. 52 a 60.

Mediunidade e Evolução, de Martins Peralva, p. 15.

O Pensamento de Emmanuel, de Martins Peralva, p. 233.

Nos Domínios da Mediunidade, de André Luiz, psicografado por Chico Xavier, pp. 11, 15, 16 e 17.


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita