Desenvolver a mediunidade constitui obra do esforço aliado à perseverança
1. A organização mediúnica, como todas as edificações elevadas, não é nem pode ser fruto da improvisação. O médium não é uma inteligência ou uma consciência anulada no processo de comunicação entre as duas esferas. Edificar a mediunidade constitui, portanto, uma obra digna do esforço aliado à perseverança, no espaço e no tempo.
2. A faculdade mediúnica é um instrumento de alto valor na conquista de novos conhecimentos, na prestação de serviço ao próximo, no desenvolvimento de virtudes, na realização de experiências enriquecedoras e no resgate de débitos pessoais. Trata-se, pois, para o indivíduo realmente consciente desses valores, de uma rara oportunidade, conseguida muitas vezes a duras penas, que propicia uma mais rápida ascensão espiritual.
3. O surgimento da faculdade mediúnica independe de lugar, idade, condição social ou sexo. Pode surgir na infância, na adolescência, na idade madura ou na velhice. Pode revelar-se em casa, no templo, no Centro Espírita e mesmo em indivíduos materialistas.
4. Quando do seu aparecimento, é natural que seu desenvolvimento seja cercado de todo o cuidado, propiciando ao candidato ao mediunato um clima sereno alimentado pelo cultivo da oração e do estudo adequado para o conhecimento da Doutrina Espírita, das características próprias da mediunidade e do embasamento evangélico-moral que deve sustentar a sua prática e a oportunidade de trabalho nobre que lhe ensejará a experiência edificante.
Nem sempre a eclosão da mediunidade ocorre de modo ostensivo
5. Regra geral, nem sempre se dá a eclosão ostensiva da faculdade mediúnica e nasce, no principiante espírita, o desejo natural de saber se possui ou não faculdade mediúnica que mereça estudo e educação. Entendamos, porém, que somente a prática, o exercício metódico e perseverante dirão se o candidato ao mediunato estará apto a exercer tarefas no campo da mediunidade.
6. A prática mediúnica envolve uma série de entraves, quando não de perigos, decorrentes da maior sensibilidade do médium e provocados quer pelos que tomam a postura de adversários da atividade mediúnica ou do próprio médium, devido às suas falhas, que o deixam, muitas vezes, à mercê de Espíritos enganadores.
7. Ao enfatizar a importância do recolhimento no intercâmbio com os Espíritos sérios, Kardec asseverou que as evocações feitas estouvadamente e por gracejo constituem verdadeira profanação, que facilita o acesso aos Espíritos zombeteiros e malfazejos. Eis aí, portanto, um equívoco que não deve ser cometido pelos médiuns e experimentadores compenetrados da responsabilidade dessa tarefa.
8. A reunião de estudo e educação da mediunidade deve, ao contrário, proporcionar aos seus participantes as condições para que o exercício mediúnico se realize em perfeita harmonia com os princípios da Doutrina Espírita.
Ninguém deve participar de trabalhos mediúnicos antes de se educar
9. Lemos no opúsculo “Orientação ao Centro Espírita”, publicado pelo Conselho Federativo Nacional, que o candidato ao desenvolvimento mediúnico deve frequentar inicialmente, por certo tempo, as reuniões de estudo doutrinário e as de assistência espiritual. Se portador de processo obsessivo, deve também, além da frequência às reuniões mencionadas, inscrever-se para o atendimento programado pelo Centro Espírita para os casos de obsessão.
10. Recomenda também a referida obra que o candidato ao serviço mediúnico seja orientado para que controle as manifestações mediúnicas que veicula, reprimindo quanto possível a respiração ofegante, os gemidos, os gritos e as contorções, tanto quanto os batimentos de mãos e pés e quaisquer gestos violentos. Ele não deve participar de trabalhos mediúnicos antes de se educar satisfatoriamente, esquivando-se à ideia de que detém responsabilidades ou missões de avultada transcendência, mas, antes, reconhecendo-se portador de tarefas comuns.
11. André Luiz, em seu livro “Nos Domínios da Mediunidade”, esclarece que os centros cerebrais do médium representam bases de operação do pensamento e da vontade que influem em todos os fenômenos mediúnicos, desde a intuição pura à materialização objetiva. E adverte que esses recursos, que merecem a defesa e o auxílio das entidades sábias e benevolentes, quando os medianeiros se sustentam no ideal superior da bondade e do serviço ao próximo, podem em muitas ocasiões ser ocupados por entidades inferiores ou animalizadas, em lastimáveis processos de obsessão.
12. Essa é a razão por que nunca é demais afirmar que o conhecimento evangélico-doutrinário e sua aplicação são de real utilidade na prática da mediunidade, devendo o aprendiz do serviço mediúnico ser dócil à voz e ao comando dos Espíritos superiores para corrigir-se e adaptar seus desejos e aspirações aos interesses relevantes que promovem a criatura humana, esteja ou não encarnada, meta precípua do compromisso socorrista de todo aquele que se candidata a semelhante tarefa.
Respostas às questões propostas
1. Existe uma idade mais propícia ao surgimento da faculdade mediúnica?
R.: Não. O surgimento da faculdade mediúnica independe de lugar, idade, condição social ou sexo. Pode surgir na infância, na adolescência, na idade madura ou na velhice. Pode revelar-se em casa, no templo, no Centro Espírita e mesmo em indivíduos materialistas.
2. Quando a eclosão da faculdade mediúnica não é ostensiva, como a pessoa pode saber se possui ou não faculdade que mereça estudo e educação?
R.: Somente a prática, o exercício metódico e perseverante dirão se o candidato ao mediunato está apto a exercer tarefas no campo da mediunidade.
3. De onde provêm os maiores entraves à prática mediúnica?
R.: Esses entraves provêm dos que tomam a postura de adversários da atividade mediúnica ou do próprio médium, devido às suas falhas, que o deixam, muitas vezes, à mercê de Espíritos enganadores.
4. Que recomendações traz o opúsculo “Orientação ao Centro Espírita”, publicado pelo Conselho Federativo Nacional, relativamente ao desenvolvimento mediúnico?
R.: Recomenda o referido opúsculo que o candidato ao desenvolvimento mediúnico frequente inicialmente, por certo tempo, as reuniões de estudo doutrinário e as de assistência espiritual. Se portador de processo obsessivo, deve, além da frequência às reuniões mencionadas, inscrever-se para o atendimento programado pelo Centro Espírita para os casos de obsessão. Recomenda também a referida obra que o candidato ao serviço mediúnico seja orientado para que controle as manifestações mediúnicas que veicula, reprimindo quanto possível a respiração ofegante, os gemidos, os gritos e as contorções, tanto quanto os batimentos de mãos e pés e quaisquer gestos violentos. Por fim, lembra que ele não deve participar de trabalhos mediúnicos antes de se educar satisfatoriamente, esquivando-se à ideia de que detém responsabilidades ou missões de avultada transcendência, mas, antes, reconhecendo-se portador de tarefas comuns.
5. O conhecimento evangélico-doutrinário é de real utilidade na prática da mediunidade? Por quê?
R.: Sim. Diz André Luiz que os centros cerebrais do médium representam bases de operação do pensamento e da vontade que influem em todos os fenômenos mediúnicos, desde a intuição pura à materialização objetiva. Esses recursos merecem a defesa e o auxílio das entidades sábias e benevolentes, quando os medianeiros se sustentam no ideal superior da bondade e do serviço ao próximo, o que mostra a importância do conhecimento evangélico-doutrinário e sua aplicação.
Bibliografia:
O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, item 222.
Intercâmbio Mediúnico, de João Cléofas (Espírito), psicografado por Divaldo P. Franco, pág. 24.
Mediunidade e Evolução, de Martins Peralva, págs. 19 e 151.
Orientação ao Centro Espírita, opúsculo editado pelo Conselho Federativo Nacional, págs. 30 a 33.
Dicionário da Alma, de autores diversos, psicografado por Francisco Cândido Xavier, pág. 254.
Nos Domínios da Mediunidade, de André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier, pág. 34.
O Espírito da Verdade, de autores diversos, psicografado por Francisco Cândido Xavier, págs. 22 a 24