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Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita  Inglês  Espanhol
Programa V: Aspecto Científico

Ano 3 - N° 116 – 19 de Julho de 2009

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br

Curitiba, Paraná (Brasil)  

Sinais precursores da
mediunidade: mediunidade
como prova

 
Apresentamos nesta edição o tema no 116 do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, que está sendo aqui apresentado semanalmente, de acordo com programa elaborado pela Federação Espírita Brasileira, estruturado em seis módulos e 147 temas.

Se o leitor utilizar este programa para estudo em grupo, sugerimos que as questões propostas sejam debatidas livremente antes da leitura do texto que a elas se segue.

Se destinado somente a uso por parte do leitor, pedimos que o interessado tente inicialmente responder às questões e só depois leia o texto referido. As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto abaixo.

Questões para debate

1. Por que a algumas pessoas é concedida a faculdade mediúnica?

2. Quais são os sintomas precursores da mediunidade?

3. Por que a maioria dos médiuns, sobretudo no início das suas tarefas na mediunidade, se envolve com problemas diversos ligados às suas faculdades?

4. Os médiuns, em sua generalidade, podem ser considerados missionários na acepção comum do termo?

5. Por que a existência de muitos médiuns é pontilhada de dificuldades, provações e desventuras? 

Texto para leitura 

A mediunidade manifesta-se por toda a parte, nos mais diferentes lugares

1. A mediunidade, na maioria das vezes, é um dom que o Espírito pede diante da sua necessidade de, uma vez encarnado, se conscientizar de forma indelével de sua condição de Espírito eterno. Ele é também instrumento de agilização do seu progresso espiritual.  

2. É por causa disso que, independentemente das próprias convicções, muitas vezes contrárias à realidade espiritual, surge a faculdade mediúnica ampliando a sensibilidade do homem para a percepção do ambiente espiritual que o circunda, e, atendendo a esse objetivo, se manifesta em crianças e em velhos, em homens e em mulheres, quaisquer que sejam o temperamento, o estado de saúde, o grau de desenvolvimento intelectual e o nível moral das pessoas. 

3. Ignorando, muitas vezes, os recursos mediúnicos de que é dotado, o indivíduo começa então a sentir-se envolto em problemas, muitas vezes sem causas definidas, tais como um mal-estar generalizado, o desequilíbrio emocional fácil, as enfermidades que aparecem e desaparecem sem explicações médicas claras, determinados desentendimentos no lar, problemas profissionais diversos e muitas outras formas de desarmonia pessoal, familiar, social e profissional. 

4. É em tais situações que, pressionada pelas circunstâncias e sem encontrar solução na religião que professa, a pessoa bate à porta do Centro Espírita, onde deverá sempre ser recebida com os mais nobres sentimentos de solidariedade, compreensão, esclarecimento e ajuda. 

Os sintomas precursores da mediunidade variam ao infinito

5. Algo bastante comum é o principiante espírita querer saber que tipo de faculdade mediúnica possui, e um dos recursos mais utilizados é procurar informar-se com os Espíritos por meio de outros médiuns, o que nem sempre é uma boa medida e não oferece segurança àquele que indaga, como explica Kardec em “O Livro dos Médiuns”, item 205. 

6. Os sintomas que anunciam a mediunidade variam ao infinito. Martins Peralva os enumera: reações emocionais insólitas, calafrios e mal-estar, sensação de enfermidade, irritações estranhas... Algumas vezes, porém, pode a faculdade mediúnica eclodir sem nenhum sintoma, espontânea, exuberante. É por isso que a paciência, a perseverança, a boa vontade, a humildade, o estudo e o trabalho constituem fatores de extrema valia na educação e no desenvolvimento da faculdade mediúnica. 

7. Registre-se, no entanto, que o mais comum é vermos a mediunidade vinculada à dor, sobretudo no seu início, o que não é difícil de compreender, uma vez que vivemos em um mundo de expiações e provas, habitado por seres encarnados e desencarnados com os quais nos afinizamos e em quem predomina a imperfeição moral, expressa na forma de inveja, ciúme, ódio, despeito, vingança e tantos outros filhos do orgulho e da ignorância. São as vibrações decorrentes dessas imperfeições que o médium iniciante, com a sensibilidade ampliada, passa a sentir, sem ter ainda condições de lhes oferecer resistência, o que lhe virá posteriormente com o trabalho nobre, a perseverança no bem, o estudo sério, a oração e a vigilância.  

8. Conquanto existam no mundo médiuns que vieram ao orbe com tarefas importantes definidas, os médiuns não são, em sua generalidade, missionários na acepção comum do termo. São almas que fracassaram desastradamente, que contrariaram sobremaneira o curso das leis divinas e que resgatam seu passado obscuro e delituoso, sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades. Essas palavras, grafadas por Emmanuel, fazem parte do livro “Emmanuel”, pp. 66 e 67, que Chico Xavier psicografou. 

A faculdade mediúnica constitui um instrumento de progresso valioso

9. Arrependidos, esses Espíritos procuram arrebanhar todas as felicidades que perderam, reorganizando, com sacrifícios, tudo quanto esfacelaram nos seus instantes de criminosas arbitrariedades e de condenável insânia. Não é, pois, de admirar que as existências dos médiuns em geral têm-se constituído em romances dolorosos, em vidas de amargurosas dificuldades, em histórias repletas de provações, continências e desventuras.  

10. Em tais casos, a mediunidade não é uma conquista do Espírito para a eternidade, mas uma concessão temporária, que constitui um instrumento extremamente valioso, embora difícil e complexo, o qual, se bem aproveitado, ensejará ao indivíduo uma ascensão espiritual mais rápida e o libertará dos débitos acumulados no passado. 

11. A mediunidade é, bem se vê, uma prova muitas vezes dolorosa, mas sempre necessária ao enriquecimento espiritual da pessoa. A exemplo dos “talentos” de que nos fala o Evangelho, dependendo do que fizer com ela, o médium granjeará “talentos” maiores e mais nobres, observando-se sempre, nesse particular, a regra evangélica de que a cada um será dado sempre de acordo com o seu merecimento. 

12. Todos somos médiuns, asseverou o Codificador do Espiritismo, mas nem sempre possuímos uma faculdade operante capaz de ser transformada ou caracterizada como mediunidade-tarefa. Nesse caso, todos os esforços por desenvolvê-la serão infrutíferos. Não devemos, no entanto, deixar-nos envolver pelo desânimo e, sim, abraçar com alegria outras tarefas na seara espírita, até mesmo nas reuniões mediúnicas, onde há espaço para a atuação dos médiuns passistas e dos médiuns esclarecedores, convictos de que, independentemente de possuirmos ou não uma mediunidade produtiva, o objetivo fundamental da nossa presença no mundo é servir sempre e fazer a parte que nos cabe na obra do Criador. 

Respostas às questões propostas 

1. Por que a algumas pessoas é concedida a faculdade mediúnica? 

R.: A mediunidade é, na maioria das vezes, um dom que o Espírito pede diante da sua necessidade de, uma vez encarnado, se conscientizar de forma indelével de sua condição de Espírito eterno. Esse dom é também instrumento de agilização do seu progresso espiritual. Eis por que a faculdade mediúnica é concedida a determinadas pessoas.  

2. Quais são os sintomas precursores da mediunidade? 

R.: Os sintomas que anunciam a mediunidade variam ao infinito. Martins Peralva os enumera: reações emocionais insólitas, calafrios e mal-estar, sensação de enfermidade, irritações estranhas... Algumas vezes, porém, pode a faculdade mediúnica eclodir sem nenhum sintoma, espontânea, exuberante. É por isso que a paciência, a perseverança, a boa vontade, a humildade, o estudo e o trabalho constituem fatores de extrema valia na educação e no desenvolvimento da faculdade mediúnica. 

3. Por que a maioria dos médiuns, sobretudo no início das suas tarefas na mediunidade, se envolve com problemas diversos ligados às suas faculdades? 

R.: Esse fato não é difícil de compreender, uma vez que vivemos em um mundo de expiações e provas, habitado por seres encarnados e desencarnados com os quais nos afinizamos e em quem predomina a imperfeição moral, expressa na forma de inveja, ciúme, ódio, despeito, vingança e tantos outros filhos do orgulho e da ignorância. São as vibrações decorrentes dessas imperfeições que o médium iniciante, com a sensibilidade ampliada, passa a sentir, sem ter ainda condições de lhes oferecer resistência, o que lhe virá posteriormente com o trabalho nobre, a perseverança no bem, o estudo sério, a oração e a vigilância.  

4. Os médiuns, em sua generalidade, podem ser considerados missionários na acepção comum do termo? 

R.: Não. Embora existam no mundo médiuns que vieram ao orbe com tarefas importantes definidas, os médiuns não são, em sua generalidade, missionários na acepção comum do termo. São almas que fracassaram desastradamente, que contrariaram sobremaneira o curso das leis divinas e que resgatam seu passado obscuro e delituoso, sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades, como informa Emmanuel em seu livro “Emmanuel”, que Chico Xavier psicografou. 

5. Por que a existência de muitos médiuns é pontilhada de dificuldades, provações e desventuras? 

R.: Conforme foi dito na resposta anterior, os Espíritos que fracassaram no passado, uma vez arrependidos, procuram arrebanhar todas as felicidades que perderam, reorganizando, com sacrifícios, tudo quanto esfacelaram nos seus instantes de criminosas arbitrariedades e de condenável insânia. Eis por que as existências de muitos médiuns constituem-se, de um modo geral, em romances dolorosos, em vidas de amargurosas dificuldades, em histórias repletas de provações, continências e desventuras.  

 

Bibliografia: 

O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, itens 200, 205 e 210.

O Consolador, de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, questão 383.

Emmanuel, de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, pp. 66 e 67.

Encontro Marcado, de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, p. 133.

Mediunidade e Evolução, de Martins Peralva, pp. 19 a 21.

Dimensões da Verdade, de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo P. Franco, pp. 19 a 21.



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita