O sono é necessário ao refazimento das energias físicas
1. Chama-se emancipação da alma o desprendimento do Espírito encarnado, o que lhe possibilita afastar-se momentaneamente do corpo físico a que se encontra ligado. É preciso entender, porém, que durante a existência corporal nunca o Espírito se acha completamente separado do corpo. Existe a ligá-los o veículo perispiritual e é por meio desse laço que o Espírito recebe o aviso, qualquer que seja a distância a que se ache do corpo material, de que se faz necessária a sua presença. Seu retorno ao invólucro corporal faz-se então com a rapidez do relâmpago.
2. A emancipação da alma é fenômeno que pode ocorrer em várias circunstâncias da existência corporal. O sono é uma delas, o qual é, para a grande maioria das pessoas, o estado em que o corpo material repousa para refazimento das suas energias físicas.
3. Se a atividade do Espírito, valendo-se do seu instrumento corpóreo, fosse incessante, sem nenhuma trégua, o corpo seria levado à exaustão e, por consequência, à morte. Foi por isso que Deus, em sua sabedoria, estabeleceu na existência humana a fase noturna do sono, na qual o corpo físico repousa e pode, assim, reparar suas energias.
4. O sono tem, porém, uma significação muito mais profunda e consequências muito mais amplas no conjunto integral da vida humana. Enquanto o corpo material jaz adormecido, não necessitando da presença do Espírito para comunicar-lhe atividades físicas ou mentais, este se liberta, afasta-se do corpo, reintegra-se em suas faculdades perceptivas e ativas diretas, passando a agir a distância. É comum, logo que se desprendem da matéria, irem os Espíritos, durante o sono, para junto de seres que lhes são afins e mesmo superiores, com os quais viajam, conversam e se instruem.
Durante o sono, a alma não repousa como o corpo físico
5. Evidentemente, há muitos que, enquanto o corpo repousa, vão a mundos inferiores à Terra ou a regiões espirituais do próprio planeta onde os chamam velhas afeições, em busca de gozos muitas vezes mais baixos do que os conhecidos em nosso mundo e com os quais se deleitam.
6. Graças ao sono, os Espíritos encarnados estão sempre em contato com o mundo dos Espíritos, e essa é uma das razões que fazem com que os Espíritos superiores concordem, sem grande repugnância, em encarnar entre nós. Quis Deus que, tendo de entrar em contato com o vício, pudessem eles ir retemperar-se na fonte do bem, a fim de igualmente não falirem. O sono é a porta que Deus lhes concede para que possam ir ter com os seus amigos espirituais. É uma espécie de recreio depois do trabalho, enquanto aguardam a grande libertação que os restituirá ao meio que lhes é próprio.
7. Entendamos, assim, do modo mais claro possível em assunto tão delicado: Durante o sono, a alma não repousa como o corpo. O Espírito jamais está inativo. Estando afrouxados os laços que o prendem ao corpo material, ele se lança pelo espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos, sejam estes amigos, familiares ou companheiros de trabalho. E desse fato temos o testemunho dos sonhos, uma experiência conhecida e vivenciada por muitas pessoas.
8. Com efeito, se o corpo físico dorme, como pode o indivíduo, durante o sono, sentir-se vivo, movimentar-se, perceber ambientes diversos e entrar em relação com outras pessoas, até mesmo com criaturas que já partiram para o mundo espiritual? Que são os sonhos senão o resultado de nossa atividade espiritual durante o sono?
Os sonhos são a prova de que a alma se emancipa durante o sono
9. Respondendo diretamente a uma questão formulada por Kardec a respeito do assunto, os Espíritos superiores ensinaram que é pelos sonhos que podemos julgar da liberdade do Espírito durante o sono corporal. O sonho é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono, o que tanto pode ser um fato ocorrido no passado como algo que ainda vá ocorrer na presente existência.
10. Nem sempre nos lembramos do que ocorre durante o sono devido à grosseria da matéria que compõe o nosso corpo físico, que dificilmente conserva as impressões registradas pelo Espírito, porque estas não lhe chegaram por intermédio dos órgãos corporais, mas sim por meio do veículo perispiritual.
11. Não é difícil compreender tal explicação. No estado de vigília, as percepções se fazem com o concurso da organização corporal. Os estímulos são selecionados pelos órgãos dos sentidos e transmitidos através das vias nervosas sensitivas ao cérebro, onde se gravam as impressões, para serem reproduzidas a cada evocação no fenômeno da memória biológica. No estado de sono, nada chega ao Espírito pelas vias corporais; as impressões não lhe passam pelo cérebro. Dada, porém, a permanência da ligação entre o Espírito e o corpo, nada impede que, excepcionalmente, as percepções da alma emancipada repercutam no cérebro e, então, ocasionalmente, o homem se lembra do que presenciou, viu ou ouviu durante o sono. Ele dirá então que sonhou.
12. Provam também a emancipação da alma durante o sono as visitas espíritas entre pessoas vivas, do que há vários relatos na literatura espírita, especialmente nos clássicos.
Respostas às questões propostas
1. O que se entende por emancipação da alma?
R.: Chama-se emancipação da alma o desprendimento do Espírito encarnado, o que lhe possibilita afastar-se momentaneamente do corpo físico a que se encontra ligado. A emancipação da alma é fenômeno que pode ocorrer em várias circunstâncias da existência corporal. O sono é uma delas.
2. Qual é a finalidade principal do sono?
R.: Se a atividade do Espírito, valendo-se do seu instrumento corpóreo, fosse incessante, sem nenhuma trégua, o corpo seria levado à exaustão e, por consequência, à morte. Foi por isso que Deus estabeleceu na existência humana a fase noturna do sono, na qual o corpo físico repousa e pode, assim, reparar suas energias. Esse, o principal objetivo do sono.
3. Que outro fato importante o sono possibilita à criatura humana?
R.: Enquanto o corpo material jaz adormecido, não necessitando da presença do Espírito para comunicar-lhe atividades físicas ou mentais, este se liberta, afasta-se do corpo, reintegra-se em suas faculdades perceptivas e ativas diretas, passando a agir a distância. Esse fato é que permite que os Espíritos, durante o sono, entrem em contato direto com seres que lhes são afins e mesmo superiores, com os quais viajam, conversam e se instruem.
4. Que são os sonhos?
R.: Como vimos na questão anterior, durante o sono a alma não repousa como o corpo. O Espírito jamais está inativo. Estando afrouxados os laços que o prendem ao corpo material, ele se lança pelo espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos. O sonho é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono, o que tanto pode ser um fato ocorrido no passado como algo que ainda vá ocorrer na presente existência.
5. Por que nem sempre sonhamos?
R.: Isso se dá porque nem sempre nos lembramos do que ocorre durante o sono devido à grosseria da matéria que compõe o nosso corpo físico, que dificilmente conserva as impressões registradas pelo Espírito, porque estas não lhe chegaram por intermédio dos órgãos corporais, mas sim por meio do veículo perispiritual.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, questões 401 a 403.
O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, item 118.
O problema do ser, do destino e da dor, de Léon Denis, p. 76.
Mecanismos da Mediunidade, de André Luiz, obra psicografada por Chico Xavier, p. 151.