O Consolador:
Quando você teve
o primeiro
contacto com o
Espiritismo?
Depois que nos
mudamos para o
Brasil, em
1975.
O Consolador:
Houve algum fato
ou circunstância
que tenha
propiciado esse
contacto?
Sim, a
desencarnação do
meu pai em 1981.
O Consolador:
Qual foi a
reação de sua
família em face
desse contacto?
Meu marido não
gostou muito. Na
época, nossos
filhos eram
pequenos, mas
depois começaram
na
evangelização.
O Consolador:
Qual dos
aspectos do
Espiritismo –
ciência,
filosofia,
religião – que
mais a atrai?
Os três aspectos
da Doutrina me
interessam
muito, pois se
complementam.
O Consolador:
Que autores
espíritas mais
lhe agradam?
Emmanuel, André
Luiz, Bezerra de
Menezes, Joanna
de Ângelis,
Manoel Philomeno
de Miranda,
Allan Kardec,
Hermínio
Miranda,
Herculano Pires,
Léon Denis,
Yvonne do Amaral
Pereira...
O Consolador:
Que livros
espíritas que
tenha lido você
considera
indispensáveis
ao confrade
iniciante?
O Livro dos
Espíritos, O
Evangelho
segundo o
Espiritismo, O
que é o
Espiritismo, o
Espiritismo na
sua mais simples
expressão, todos
de Allan Kardec,
a coleção dos
livros de André
Luiz, de
Emmanuel etc.
O Consolador:
As divergências
doutrinárias em
nosso meio
reduzem-se a
poucos assuntos.
Um deles diz
respeito ao
chamado
Espiritismo
laico. Para você
o Espiritismo é
uma religião?
Sim, e os
Espíritos
Superiores nos
mostram que
Espiritismo é
uma filosofia,
uma ciência e
uma religião. O
Espiritismo nos
põe em ligação
direta ou
indireta com o
plano
espiritual. Não
imagino o
Espiritismo sem
Jesus.
O Consolador:
Outro
assunto em que a
prática espírita
às vezes diverge
está relacionado
com os chamados
passes
padronizados,
propostos na
obra de Edgard
Armond, embora
saibamos que o
mais comum no
meio espírita
tem sido a
simples
imposição de
mãos, tal como
recomendado pelo
escritor
Herculano Pires.
Qual a sua
opinião a
respeito?
O passe deve ser
o mais simples
possível, como o
ensinou nosso
Mestre Jesus,
mas devemos
estudar para
conhecer melhor
as correntes
energéticas e
assim cooperar
melhor com os
Amigos
Espirituais
encarregados
desse trabalho.
Sua eficácia não
depende da
padronização da
maneira de
aplicá-lo, mas
sim do desejo de
servir. No
Centro Espírita
de que
participo,
realizamos o
passe através da
imposição de
mãos. Todos os
passistas o
ministram com
base nesta
técnica. Mas
isso não quer
dizer que todos
o realizam
exatamente da
mesma maneira.
O Consolador:
Como vê a
discussão em
torno do aborto?
O aborto é um
tema de muita
importância na
nossa sociedade
e é
imprescindível
que o
Espiritismo dê a
sua
contribuição.
Isso quer dizer
esclarecer,
aconselhar e
explicar o
problema à luz
da Doutrina, sem
necessariamente
tomar posições
audaciosas. Não
devemos esquecer
que o
Espiritismo é
uma doutrina
expositiva e não
impositiva.
Creio que toda
posição extrema
é
contraproducente.
O Consolador:
A eutanásia é
uma prática que
não tem o apoio
da doutrina
espírita. Kardec
e outros
autores, como
Joanna de
Ângelis, já se
posicionaram
sobre esse tema.
Ultimamente,
porém, surgiu a
ideia da
ortotanásia,
defendida até
por médicos
espíritas. Qual
a sua opinião?
É uma questão um
pouco complicada
porque o
Espiritismo
defende a vida e
apoia a
utilização do
progresso médico
e científico
para
preservá-la. A
eutanásia é
sempre um crime
frente aos olhos
de Deus, pois
não temos o
direito de tirar
a vida de
ninguém; além do
mais, sabemos
que com essa
prática estamos
prejudicando o
Espírito,
tirando a
oportunidade de
reflexionar nos
derradeiros
momentos antes
da morte do
corpo físico.
Pessoalmente e
sinceramente
creio um pouco
difícil opinar
objetivamente
sobre o tema,
principalmente
considerando que
os mecanismos e
caminhos que nos
levam ao
desencarne
variam ao
infinito, e que
eles fazem parte
de nossa
experiência e de
nosso progresso
espiritual.
O Consolador:
Você tem contato
com o movimento
espírita
brasileiro?
Considera-o
atuante, ou
falta nele algo
que favoreça uma
melhor
divulgação da
doutrina?
Considero-o
muito atuante.
Graças a Deus
temos muito
contato com o
movimento
espírita
brasileiro, com
a FEB (Federação
Espírita
Brasileira), com
o Conselho
Espírita
Internacional
(CEI), e
tentamos
participar em
tudo o que seja
possível. Nosso
país tem sido
muito ajudado
por essas
instituições,
seus dirigentes
e outros irmãos,
amigos fraternos
e compreensivos
das dificuldades
que enfrenta o
nascente
movimento
espírita
chileno. Por
exemplo, agora
em setembro
nosso querido
Divaldo vem a
Santiago pela
segunda vez; em
novembro teremos
o segundo
Seminário sobre
Mediunidade.
Tudo isto não
seria possível
sem o apoio de
todos eles.
Creio que
estamos no bom
caminho e só
podemos
agradecer,
porque muitos
são os
benefícios que
nos chegam
através do
Brasil e dos
brasileiros.
O Consolador:
Quando e como se
originou o
movimento
espírita no
Chile e como ele
vem sendo
conduzido?
Já li que
tivemos na
década de 1960
uma confederação
espírita, que
desapareceu aos
poucos, só
ficando alguns
centros
isolados.
Desconheço,
porém, as bases
nas quais foi
estruturada.
Nosso Centro
existe desde
1996, e desde
então fazemos
tudo o que é
possível para
divulgar nossa
amada Doutrina,
dentro dos
princípios
kardecistas, e
sempre nos
preocupamos em
esclarecer
ideias falsas e
preconcebidas em
relação ao
Espiritismo.
O Consolador:
Existem muitos
grupos espíritas
no Chile?
Grupos
organizados que
se reúnem
regularmente e
que se enquadram
nos padrões
kardecistas não
existem muitos.
Até agora, somos
o único grupo
que participa
ativamente das
atividades do
Conselho
Espírita
Internacional -
CEI.
O Consolador:
Como é a
aceitação dos
princípios
espíritas no seu
país?
Vivemos em um
país
essencialmente
católico onde os
dogmas estão
fortemente
enraizados na
sociedade.
Portanto, ainda
existe bastante
desconhecimento,
muitas ideias
preconcebidas e
um certo
misticismo com
respeito ao
Espiritismo.
Muitos ainda nos
consideram uma
seita, bruxos ou
exorcistas. Mas
percebemos que
pouco a pouco,
com uma
divulgação
discreta, mas
sustentada,
vamos
conquistando os
corações e as
mentes mais
preparadas para
compreender e
aceitar esses
princípios.
O Consolador:
Como você vê o
nível da
criminalidade e
da violência que
parece aumentar
no Brasil e no
mundo e como
nós, espíritas,
podemos cooperar
para que essa
situação seja
revertida?
Realmente temos
níveis
assustadores de
criminalidade e
de violência no
Brasil e no
mundo. Apesar
disto, não
podemos perder o
otimismo nem
fraquejar na
luta contra toda
forma de
violência. O
fato de obrar na
divulgação da
mensagem
espírita nos
diversos setores
da sociedade
constitui, sem
dúvida, uma
contribuição
essencial, mas,
para que
possamos
realmente
cooperar e
ajudar a
reverter a
situação, é
indispensável
que possamos
atuar com
exemplos,
aplicando assim
em nós mesmos os
ensinamentos que
promovemos para
os demais.
O Consolador: A
preparação do
advento do mundo
de regeneração
em nosso planeta
já deu, como
sabemos, seus
primeiros
passos. Daqui a
quantos anos
você acredita
que a Terra
deixará de ser
um mundo de
expiação e de
provas, passando
plenamente à
condição de
mundo de
regeneração?
Sou otimista, e
posso observar
que o mundo de
regeneração na
Terra já se
manifesta em
muitos corações.
Basta olhar o
que somos hoje e
o que éramos dez
anos atrás.
Quanto progresso
moral já
realizamos! Para
mim, esta
passagem é real,
efetua-se
discretamente,
lentamente,
pontualmente,
progressiva e
seguramente,
apesar da
violência que
ainda persiste.
No que se refere
à equidade
perfeita que
regulará as
relações
sociais, a
própria Doutrina
nos aclara que
isso dependerá
da diminuição da
predominância do
orgulho e do
egoísmo. E para
livrar-nos
desses dois
calos da
Humanidade é
mais do que
provável que uma
só encarnação
não basta...
O Consolador: Em
face dos
problemas que a
sociedade
terrena está
enfrentando,
qual deve ser a
prioridade
máxima dos que
dirigem
atualmente o
movimento
espírita no
Brasil e no
mundo?
Formar os
trabalhadores
espíritas para
que sejam
capazes de
formar e
evangelizar as
crianças,
divulgar a
Doutrina, agir
nas áreas da
assistência
social e,
sobretudo, atuar
pelo exemplo!
O Consolador: O
que o
Espiritismo
significa para
você?
Um caminho de
vida feliz, um
compromisso com
o progresso,
muito esforço
pessoal e
trabalho
constante. O
Espiritismo para
mim é muito
importante, pois
me ensina a
viver e a
conviver melhor
neste mundo.
Acesse o site
www.espiritismo.cl
para obtenção de
outras
informações
sobre o
movimento
espírita no
Chile.