A obsessão apresenta graus diversos, de que resultam efeitos variáveis
1. Vimos que a obsessão pode ser entendida como o domínio que alguns Espíritos de natureza inferior costumam exercer sobre certas pessoas. Esse domínio apresenta graus variáveis, de que resultam efeitos também variáveis em grau e complexidade.
2. As principais variedades de obsessão são, segundo Kardec, a obsessão simples, a fascinação e a subjugação:
Obsessão simples: Verifica-se a obsessão simples quando um Espírito moralmente inferior se impõe a um médium, intromete-se nas comunicações contra a vontade do médium, impede que este se comunique com outros Espíritos e substitui os Espíritos que são evocados. Qualquer médium, principalmente quando lhe falta experiência, pode ser enganado por Espíritos mal-intencionados. O que, no entanto, caracteriza a obsessão simples é a persistência de um Espírito em perturbar as comunicações e a dificuldade que o médium encontra para livrar-se desse inconveniente.
Fascinação – A fascinação é entendida como uma ilusão criada diretamente pelo Espírito no pensamento do médium, inibindo seu discernimento ou sua capacidade de julgar as comunicações. O médium fascinado não se considera enganado. O obsessor consegue impedi-lo de reconhecer o engano, mesmo quando a mistificação é grosseira ou ridícula. As consequências da fascinação são mais graves, uma vez que o obsessor dirige a vítima, fazendo-a aceitar as mais absurdas teorias e ideias. Os Espíritos obsessores são geralmente, nos casos de fascinação, bastante espertos e ardilosos.
Subjugação – A subjugação é um envolvimento que anula a vontade da pessoa, fazendo-a agir de acordo com a vontade do obsessor. O obsidiado fica subordinado a um verdadeiro jugo. A subjugação pode ser moral ou corpórea. No primeiro caso, a pessoa é obrigada a tomar decisões quase sempre absurdas e comprometedoras; no segundo caso, o Espírito age sobre a organização física, provocando desde movimentos involuntários simples até lesões graves no corpo do encarnado.
Há várias formas de obsessão, não só de desencarnado sobre encarnado
3. Entendendo a obsessão como o domínio de uma mente sobre outra mente, ou seja, um processo de transmissão mental, compreende-se que ela pode apresentar outras características além daquela até aqui focalizada, ou seja, a atuação de um Espírito desencarnado sobre um encarnado.
4. Existem, em grande número, pessoas obsidiando pessoas. Caracterizam-se estas pela capacidade que têm de dominar mentalmente aqueles que elegem como vítimas. Esse domínio mascara-se com os nomes de ciúme, inveja, paixão ou ânsia de poder, e é exercido muitas vezes de maneira tão sutil, que a pessoa dominada julga-se extremamente amada e até mesmo protegida. Trata-se de obsessão de encarnado sobre encarnado. O marido que subjuga a esposa ou a esposa que tiraniza o marido são expressões desse tipo de obsessão.
5. O mesmo drama do domínio de uma mente sobre outra desenrola-se igualmente no plano espiritual. É a obsessão de desencarnado sobre desencarnado. Situações que ocorrem na erraticidade são muitas vezes reflexo daquelas que ocorrem na Crosta terrestre, e vice-versa.
A obsessão recíproca é uma das modalidades de obsessão
6. Conquanto possa parecer difícil, a obsessão também acontece de um Espírito encarnado sobre um desencarnado. É um fato mais frequente do que se pensa, pois muitas criaturas humanas vinculam-se obstinadamente aos entes amados que as precederam no túmulo.
7. Expressões de amor egoísta e possessivo levam à fixação mental naqueles que desencarnaram, retendo-os às reminiscências da vida terrestre, não lhes permitindo o equilíbrio necessário para enfrentar a nova situação na vida espiritual. Idêntico processo verifica-se quando o sentimento que domina o encarnado é de ódio, revolta etc.
8. Finalmente, a obsessão pode assumir ainda a expressão de obsessão recíproca. Assim como as almas afins e voltadas para o bem cultivam a convivência amiga e fraterna, existem criaturas que permutam vibrações de natureza inferior com as quais se comprazem. É uma espécie de obsessão recíproca, que tanto pode ocorrer entre encarnados quanto entre desencarnados, ou ainda entre estes e aqueles.
Respostas às questões propostas
1. Quais são, segundo Kardec, as principais variedades de obsessão?
R.: São a obsessão simples, a fascinação e a subjugação.
2. Em que se distingue a subjugação da fascinação?
R.: A fascinação é entendida como uma ilusão criada diretamente pelo Espírito no pensamento do médium, inibindo seu discernimento ou sua capacidade de julgar as comunicações. O médium fascinado não se considera enganado. O obsessor consegue impedi-lo de reconhecer o engano, mesmo quando a mistificação é grosseira ou ridícula. A subjugação é um envolvimento que anula a vontade da pessoa, fazendo-a agir de acordo com a vontade do obsessor. O obsidiado fica subordinado a um verdadeiro jugo, que pode ser moral ou corpóreo.
3. Que é obsessão simples?
R.: Verifica-se a obsessão simples quando um Espírito moralmente inferior se impõe a um médium, intromete-se nas comunicações contra a vontade do médium, impede que este se comunique com outros Espíritos e substitui os Espíritos que são evocados. O que, no entanto, caracteriza a obsessão simples é a persistência de um Espírito em perturbar as comunicações e a dificuldade que o médium encontra para livrar-se desse inconveniente.
4. Existem outras formas de obsessão além da mais conhecida em que um desencarnado atua sobre um indivíduo encarnado?
R.: Sim. Entendendo a obsessão como o domínio de uma mente sobre outra mente, ou seja, um processo de transmissão mental, compreende-se que ela pode apresentar outras formas além da mencionada.
5. Como pode um indivíduo encarnado obsidiar um Espírito desencarnado?
R.: A obsessão de um Espírito encarnado sobre um desencarnado é mais frequente do que se pensa, pois muitas criaturas humanas vinculam-se obstinadamente aos entes amados que as precederam no túmulo. Expressões de amor egoísta e possessivo levam à fixação mental naqueles que desencarnaram, retendo-os às reminiscências da vida terrestre, não lhes permitindo o equilíbrio necessário para enfrentar a nova situação na vida espiritual. Idêntico processo verifica-se quando o sentimento que domina o encarnado é de ódio, revolta etc.
Bibliografia:
A Gênese, de Allan Kardec, cap. XIV, itens 45 a 49.
O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, itens 237 a 254.
Obras Póstumas, de Allan Kardec, 1a parte, item 58.
Nos Bastidores da Obsessão, de Manoel Philomeno de Miranda, psicografado por Divaldo P. Franco, pp. 28 e 29.
Obsessão/Desobsessão, de Suely Caldas Schubert, pp. 34 a 41.