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Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita  Inglês  Espanhol
Programa VI: Aspecto Religioso

Ano 3 - N° 130 – 25 de Outubro de 2009

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br

Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

Moisés e o povo israelita
 
 

Apresentamos nesta edição o tema no 130 do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, que está sendo aqui apresentado semanalmente, de acordo com programa elaborado pela Federação Espírita Brasileira, estruturado em seis módulos e 147 temas.

Se o leitor utilizar este programa para estudo em grupo, sugerimos que as questões propostas sejam debatidas livremente antes da leitura do texto que a elas se segue.

Se destinado somente a uso por parte do leitor, pedimos que o interessado tente inicialmente responder às questões e só depois leia o texto referido. As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto abaixo.

Questões para debate

1. Segundo as Escrituras, como se deu o início e qual a origem da Humanidade?

2. Quem foi e onde nasceu Moisés?

3. Além das dificuldades normais de uma longa viagem pelo deserto, que outras atribulações Moisés teve de enfrentar até chegar à Terra Prometida?

4. Moisés morreu antes ou depois da entrada do povo israelita na Terra Prometida?

5. Na história geral das religiões terrenas, que privilégio coube ao povo israelita?  

Texto para leitura 

Moisés vivia em Madian quando foi chamado ao cumprimento de sua missão  

1. A história de Israel está basicamente contida no Antigo Testamento, nos livros Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. O Gênesis abrange a história simbólica das origens da Humanidade, com destaque para o povo hebreu até a sua entrada no Egito. O Êxodo narra as agruras desse povo, sua saída do Egito e a aliança com o Senhor através dos Dez Mandamentos recebidos por Moisés no monte Sinai. O Levítico arrola as leis civis e religiosas, núcleo da legislação mosaica, destinada ao povo e especialmente aos sacerdotes e aos levitas. Números consigna outras leis e prescrições, especialmente o recenseamento do povo hebreu e a enumeração das famílias. E, por fim, o Deuteronômio recapitula preceitos e episódios, narrando, entre outros fatos, a morte de Moisés.  

2. Segundo as Escrituras, a Humanidade teve sua origem em Adão e Eva, que tiveram inicialmente dois filhos, Caim e Abel, e mais tarde Seth. Caim matou Abel, afastou-se do convívio dos pais, ligou-se a habitantes primitivos da Terra, casou-se e teve filhos. Mais tarde, Seth fez a mesma coisa, ou seja, associou-se aos habitantes dos vales, ou filhos da Terra. Desse e de outros cruzamentos é que surgiu o povo judeu propriamente dito, porque foi de um dos descendentes de Seth – Noé e seu filho Sem – que nasceu Abraão, que gerou a Isaac (filho de Sara) e Ismael (filho de Agar). De Isaac formou-se a nação judia; de Ismael, o povo árabe.  

3. Isaac casou-se com Rebeca e teve como filhos os gêmeos Esaú e Jacó. Este se casou com Raquel e teve uma prole numerosa, dentre eles José, que foi para o Egito e ali se tornou figura importante. A ida de José para a terra do Nilo é que deu início à emigração pacífica dos filhos de Israel para o Egito, onde os hebreus viveriam por quatrocentos anos, até o surgimento de Moisés, que iria libertá-los da opressão em que, segundo o livro de Êxodo, eles viviam naquele país.  

4. Werner Keller diz que Moisés foi um hebreu nascido no Egito e criado por egípcios, com um nome tipicamente egípcio. Moisés é a tradução de Mâose, comum no país do Nilo. Pertencente à tribo de Levi, sua história inicia-se quando ele assassina um egípcio que maltratava hebreus. Temendo a perseguição do faraó, foge para a terra de Madian, em direção do Oriente, a leste do Golfo de Akaba. Nessa região, conhecida como “Terra dos forjadores de cobre”, Moisés vivia uma vida tranquila quando certo dia, passando pelo monte Horeb, teve uma visão de uma chama de fogo que saía do meio de uma sarça. Uma voz o orienta então sobre a missão que lhe competia, ou seja, a libertação do povo hebreu do cativeiro no Egito.  

5. Moisés liberta seu povo à custa de enormes sacrifícios, amparado pelos prodigiosos dons mediúnicos que possuía. Conforme afirma Césare Cantu, em sua História Universal , Deus multiplicara seus prodígios para favorecer o povo escolhido e confundir o faraó, que, apesar de suas reiteradas promessas, não consentia na partida dos hebreus e, com o objetivo de dificultá-la, até os havia dispersado pelo Egito.  

O condutor dos hebreus morreu antes de entrar na Terra Prometida  

6. Havendo convocado os anciãos de Israel, Moisés falou-lhes do Deus único, o Deus que prometia livrá-los com seu braço poderoso e fazer deles o seu povo, exortando-os então a retirar-se com ele do Egito, em busca da Terra da Promissão.  

7. Concretizada a saída do povo hebreu, Moisés conduziu pelo deserto seiscentos mil homens em estado de pegar em armas, o que dava, somados todos, quase dois milhões de indivíduos, e os dirigiu para a Palestina. O caminho que haviam de percorrer podia ser de trezentas milhas; contudo, Moisés quis que a viagem demorasse um tempo bastante longo, necessário, segundo ele, para que o povo se despojasse por completo das ideias profanas contraídas em sua dilatada permanência no Egito.  

8. As atribulações da viagem, além de grandes, foram acrescidas da obstinação de um povo inculto e agreste que, enquanto seu profeta recebia no monte Sinai o Decálogo, sacrificava ao boi Ápis e respondia aos benefícios com murmúrios e lamentações.  

9. Moisés, como sabemos, morreu antes de entrar na Terra Prometida e nunca mais se levantou em Israel profeta igual a ele. Suas leis supõem uma ciência de tal sorte antecipada que pareceria um milagre. Destituído de qualquer ambição pessoal, não procurou o poder para si nem para seu irmão. O que ele objetivava era constituir uma nação estável que tivesse unidade, leis precisas e respeito a Jeová.  

10. Graças a ele, coube ao povo israelita o privilégio de transmitir ao mundo a ideia de um Deus único, soberano absoluto do céu e da Terra. Segundo Emmanuel, enquanto os cultos religiosos se perdiam na divisão e na multiplicidade, “somente o judaísmo foi bastante forte na energia e na unidade para cultivar o monoteísmo e estabelecer as bases da lei universalista, sob a luz da inspiração divina”. Por esse motivo, apesar dos compromissos e dos débitos penosos que parecem perpetuar os seus sofrimentos, “o povo de Israel deve merecer o respeito e o amor de todas as comunidades da Terra, porque somente ele foi bastante grande e unido para guardar a ideia verdadeira de Deus, através dos martírios da escravidão e do deserto” (O Consolador, questão 263).

Respostas às questões propostas

1. Segundo as Escrituras, como se deu o início e qual a origem da Humanidade?  

De acordo com o texto bíblico, a Humanidade teve sua origem em Adão e Eva, que tiveram inicialmente dois filhos, Caim e Abel, e mais tarde Seth.  

2. Quem foi e onde nasceu Moisés?  

Moisés foi um hebreu nascido no Egito e criado por egípcios, com um nome tipicamente egípcio. Pertencente à tribo de Levi, sua história inicia-se quando ele assassina um egípcio que maltratava hebreus.  

3. Além das dificuldades normais de uma longa viagem pelo deserto, que outras atribulações Moisés teve de enfrentar até chegar à Terra Prometida?  

Suas dificuldades foram acrescidas da obstinação de um povo inculto e agreste que, enquanto seu profeta recebia no monte Sinai o Decálogo, sacrificava ao boi Ápis e respondia aos benefícios com murmúrios e lamentações.  

4. Moisés morreu antes ou depois da entrada do povo israelita na Terra Prometida?  

Ele morreu antes de entrar na Terra Prometida.  

5. Na história geral das religiões terrenas, que privilégio coube ao povo israelita?  

Coube ao povo israelita o privilégio de transmitir ao mundo a ideia de um Deus único, soberano absoluto do céu e da Terra. Enquanto os cultos religiosos se perdiam na divisão e na multiplicidade, “somente o judaísmo foi bastante forte na energia e na unidade para cultivar o monoteísmo e estabelecer as bases da lei universalista, sob a luz da inspiração divina”.  

 

Bibliografia:  

O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, capítulo I, item 9.

A Caminho da Luz, de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, pp. 66 e 68.

O Consolador, de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, questão 263.

História Universal, de Césare Cantu, vol. 1, pp. 273 a 278.

Líderes Religiosos, de Ruth Guimarães, p. 75 a 78.

E a Bíblia tinha razão..., de Werner Keller, pp. 102 a 108.

Vocabulário Histórico-Geográfico dos romances de Emmanuel, de Roberto Macedo, pp. 74 a 78.

O Novo Dicionário da Bíblia, de J. D. Douglas, vol. II, p. 1.060.

Da Bíblia aos nossos dias, de Mário Cavalcanti de Melo, p. 133.

Êxodo, cap. 12, 14 e 15.



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita