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Ano 3 - N° 131 - 1o de Novembro de 2009

 


 

Finados
 


A origem do dia de Finados nos leva ao ano de 998, há mais de 1.000 anos, quando o abade da Ordem dos Beneditinos em Cluny, França, instituiu em todos os mosteiros da Ordem naquele país a comemoração dos mortos no dia 2 de novembro, culto que a Santa Sé aplaudiu e oficializou para todo o Ocidente.

Como sabemos, é um dia especial para os católicos, dia em que é costume a ida aos cemitérios para uma reverência especial aos entes queridos que partiram.

Se existem pessoas que o observam somente para atender a uma tradição, há pessoas que, inequivocamente, dedicam esse dia a uma espécie de reencontro espiritual com seus amados.

E os chamados mortos? Eles se sensibilizam com tais lembranças?

O Espiritismo afirma-nos que sim.

Ficam eles contentes e sensibilizados com a lembrança dos seus nomes. Se são pessoas felizes, essa lembrança aumenta ainda mais sua felicidade; se são infelizes, o fato constitui para eles um alívio.

No dia consagrado aos mortos, eles atendem ao apelo do pensamento dos que buscam orar sobre seus despojos, como em qualquer outro momento. Nesse dia, os cemitérios ficam repletos de Espíritos, mais do que em outros dias, porque há evidentemente em tal ocasião um número maior de pessoas que os chamam.

É um erro, porém, pensar que é a multidão de curiosos que os atrai ao campo santo. Não. Cada um que ali comparece age assim por causa de seus amigos e não pela reunião dos indiferentes que, muitas vezes, visitam os cemitérios como maneira de passar o tempo.

Reportando-se ao dia de Finados, Charles Nodier (Espírito) explica que nessa data os Espíritos vão aos cemitérios porque os pensamentos e as preces dos seres amados ali se apresentam. E aproveita para nos deixar – a nós que ainda estamos encarnados – uma lição preciosa: "Conforme a maneira por que tiverdes vivido aqui embaixo, sereis recebidos perante Deus. Que é a vida, afinal de contas? Uma curtíssima emigração do Espírito na Terra; tempo, entretanto, em que pode amontoar um tesouro de graças ou preparar-se para cruéis tormentos". (Revista Espírita de 1860, pág. 408.)

Segundo o que aprendemos no Espiritismo, não é indispensável comparecer ao cemitério para homenagear o ente querido que partiu. A visita ao túmulo é um modo de manifestar que se pensa no Espírito ausente – serve de imagem –, mas é a prece que santifica o ato de lembrar, pouco importando o lugar, se ela é ditada pelo coração.

Isso significa que as pessoas impedidas de locomover-se, seja pelas condições de saúde, seja pela idade avançada, poderão enviar pelas ondas poderosas do pensamento o seu abraço, a sua vibração, o seu carinho aos entes queridos que voltaram à pátria espiritual antes de nós.



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita