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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 3 - N° 136 - 6 de Dezembro de 2009

 

Aprendendo a repartir

 

Bruno era um menino que pensava apenas em si mesmo. 

Não repartia nada com ninguém. Quando ganhava dos avós ou dos tios algum doce, chocolate ou balas, escondia tudo no seu armário. E tão bem o fazia que ninguém conhecia seu esconderijo, nem sua mãe. Era seu tesouro. Sabem para quê? Para poder   comer  tudo  depois,  na  hora   em   que

estivesse sozinho.   

A mãe reprovava seu comportamento dizendo: 

— Bruno, meu filho, temos que aprender a repartir o que temos com os outros. Não podemos ser egoístas e desejar tudo para nós. À medida que a gente dá, também recebe. 

Mas o garoto respondia, mal-educado: 

— Eu, hein! Se fui eu que ganhei, tudo é meu! Não abro mão.  

Seus irmãozinhos menores, Breno e Bianca, comiam os doces que tinham ganhado e Bruno ficava só olhando, pensando no prazer que teria depois ao apreciar tudo sozinho no seu quarto. 

Mas Bruno ia brincar e se distraía, esquecendo que havia guardado os presentes. E o tempo ia passando. 

Um belo dia, os irmãos de Bruno entraram em casa trazendo um pacote de balas e de pirulitos cada um. Vinham contentes, exibindo os doces que tinham ganhado de um senhor que passara na rua distribuindo guloseimas para as crianças. 

Bruno, que estava dentro de casa, nada ganhou, e fez bico: 

— Eu quero também! Eu quero! Dá um pouco pra mim? 

Mas Breno retrucou, decidido, com a aprovação de Bianca, a caçula: 

— Não dou não. Você nunca reparte nada com ninguém!   

Bruno, irritado e com cara de choro, respondeu: 

— Egoístas! Não faz mal. Tenho muita coisa guardada. Não preciso de nada! Vocês vão ver!  

E correu para o quarto, seguido de perto pelos irmãos, curiosos de ver onde ficava o esconderijo que Bruno escondia tão cuidadosamente e que eles nunca tinham conseguido descobrir. 

Bruno abriu a porta do guarda-roupa, retirou uma gaveta e, no fundo, num espaço vago, bem escondidinho, lá estava tudo o que ele tinha ganhado e que conservara. 

Com ar de triunfo, enfiou a mão e foi retirando chocolates, doces, bolos, balas, diante dos olhos arregalados dos pequenos. Mas, ó surpresa!... Com espanto, Bruno notou que os seus doces estavam com aspecto muito feio: os chocolates estavam velhos, os doces tinham se estragado, os bolos estavam azedos, as balas meladas. 

Terrivelmente decepcionado, Bruno percebeu naquele instante que, em virtude do seu egoísmo, não repartira nada com ninguém. E, pior que isso, constatou que ele mesmo não aproveitara as coisas tão gostosas que lhe tinham dado com tanto carinho.  
 

Agora, infelizmente, estava tudo estragado e teria que ser jogado no lixo. 

Sentou-se na cama e, cobrindo a cabeça com as mãos, começou a chorar. Seus irmãos que, apesar de pequenos, tinham bom coração, aproximaram-se dele e Breno disse: 

— Não fique triste, Bruno. 

E, sob seu olhar surpreso, repartiram fraternalmente com ele tudo o que tinham ganhado naquele dia.   

— Eu não mereço a generosidade de vocês. Aprendi neste momento importante lição. Entendo agora o que mamãe quer dizer quando afirma que, à medida que a gente dá, recebe. Eu nunca dei nada e nada mereço. Mas, apesar disso, vocês provaram que têm um bom coração. A partir de hoje, vou procurar ser menos egoísta. Prometo!
 

                                                        Tia Célia


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita