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Ano 3 - N° 139 - 3 de Janeiro de 2010

 


Fim de ano


 

E eis que se findou mais um ano!

Terá sido um ano feliz? Evidentemente que não, pois se alguns poucos puderam rejubilar-se ao final de 2009, não podemos ignorar que a grande maioria dos homens, aqui e no exterior, ainda espera o advento de dias efetivamente felizes, em que a paz reine nos corações e a consciência não mais se debata intranquila.

A Religião poderá trazer-nos esses dias, porque a felicidade real não está de modo algum vinculada às posses mundanas.

Que ninguém se esqueça de que o homem nasce nu e de igual modo retorna ao plano espiritual. A ideia de se colocar joias, ouro e outras relíquias de valor em nossa tumba, que acalentou os sonhos dos faraós, não passa de uma iniciativa vã, visto que esses bens têm enorme valor no plano em que estamos mas nenhuma utilidade terão no outro mundo.

O homem milionário, que supomos extremamente feliz devido às suas posses, daria certamente toda a sua fortuna ou parte dela em troca da vida de um filho que a morte levasse. Esse amor de pai, a amizade fraterna que cultivamos ao longo da existência, a paz interior que os familiares queridos nos inspiram, nada disso pode ser medido em termos monetários, o que mostra que as aspirações humanas realmente legítimas são, em última análise, as que podem conduzir a criatura ao encontro do Criador, objetivo final da Religião.

Em que pesem tais considerações, vive-se na Terra uma época de materialismo desenfreado. Não nos reportamos aqui apenas ao materialismo ideológico, mas ao materialismo prático, que encontramos até mesmo na vida dos chamados religiosos.

O egoísmo é, não há como contestar, a raiz desse materialismo, que responde por várias distorções que maculam a civilização do nosso tempo e gera essa febre mundial pela acumulação de bens.

O comportamento materialista é também, na realidade, um atestado de falta de fé e uma demonstração da falência das religiões que não têm conseguido incutir nas cogitações dos homens, salvo uma vez por semana, por ocasião dos cultos religiosos, uma réstia de luz que os norteie em sua jornada terrena.

“Nós vivemos, nós vivemos, nós – os mortos – vivemos...” – eis o recado dos Espíritos daqueles que já partiram para o além-túmulo.

Que sentido terá para nós esse aviso? Sem qualquer cogitação de ordem filosófica, ele tem pelo menos este: que a morte não existe, que a existência terrena é uma faceta da vida do Espírito, que a alma é imortal e que nos importa desenvolvê-la com todas as forças do nosso ser, visto que é ela que sobrevive no final desse processo.

Assim pensando, esperamos que este ano que agora se inicia nos leve a compreender melhor os apelos da religião que professamos e que seja ele o princípio de uma vida de paz e de renovação dos nossos hábitos.

Adeus ao Ano velho recém-findo.

Boas-vindas ao Ano Novo que ora se inicia!


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita