Wellerson
Santos:
“Muito ainda
temos a aprender
e estudar para
que
o
conhecimento
alargue as
nossas mentes”
O jovem confrade
mineiro
lembra-nos que o
dia em que nos
amarmos
verdadeiramente,
como Jesus nos
ama, nossa vida
adquirirá um
maior sentido e
seremos felizes
|
Wellerson Santos
(foto),
nosso
entrevistado da
semana, nasceu
em Campo da
Mata, interior
do Estado de
Minas Gerais, e
atualmente
reside em Belo
Horizonte,
capital mineira.
Fiel aos
princípios
doutrinários, é
apreciador das
obras básicas de
Kardec. Médium,
orador e
escritor
espírita, vem
percorrendo
diversas cidades
de nosso país
proferindo
palestras de
divulgação
doutrinária.
Embora tenha
somente 33 anos, Wellerson traz
boa bagagem na
tribuna
espírita, onde
debutou na
adolescência.
Na presente
entrevista, ele
nos fala sobre
seu trabalho no setor de divulgação do
|
Espiritismo e
outros assuntos
que certamente
interessarão aos
nossos leitores. |
O Consolador:
Você é muito
jovem e já está
em andanças
divulgando a
Doutrina
Espírita. Desde
quando começou a
fazer palestras?
Tive a bênção de
nascer em um lar
espírita. Desde
menino, meu avô,
Ulisses dos
Santos, com quem
fui criado, me
incentivou a
leitura de O
Livro dos
Espíritos e
dos livros de
bolso do
venerando
Espírito
Emmanuel. Quando
completei doze
anos, nas
reuniões
públicas do
Centro Espírita
Paulo de Tarso,
instituição que
minha família
ajudou a fundar
em Carmo da
Mata, interior
de Minas Gerais,
eu, frequentemente,
era posto para
ler e comentar
pequeninas
mensagens,
durante quinze
minutos, nas
reuniões
públicas. Quando
me mudei para a
Capital mineira,
com quinze anos,
logo ingressei
na Mocidade
Espírita Joanna
de Ângelis,
pertencente à
Fraternidade
Espírita Irmão Glacus, casa em
que atualmente
trabalho. Logo,
nos primeiros
meses, busquei
orientação
espiritual com o
Mentor da
referida
instituição e
por meio da
psicografia do
médium Ênio Wendling vim a
saber dos meus
compromissos no
campo da
oratória. A
partir daí, fiz
o Curso de
Expositores e
passei a
realizar
pequenas
palestras nas
reuniões da
própria Mocidade
e,
posteriormente,
nas reuniões
públicas da casa
de Glacus.
Atualmente,
tenho sido
convidado a
realizar
palestras,
seminários,
conferências, no
interior do
nosso e em
outros Estados
do Brasil. Tenho
tentado levar
adiante o meu
compromisso
firmado com a
Doutrina
Espírita,
divulgando o
Evangelho de
Jesus onde quer
que o solicitem.
O Consolador:
Pelos lugares
onde tem passado
com palestras,
quais suas
percepções do
Movimento
Espírita?
Nos últimos
tempos, graças
ao incansável
trabalho de
adeptos
fervorosos da
nossa amada
Doutrina, a
divulgação do
Espiritismo
tem-se
avolumado. Nossa
Doutrina é nova,
apenas 153 anos,
e muito temos a
realizar.
Conforme disse
Allan Kardec sob
a orientação do
Espírito de
Verdade, os bons
ainda são
tímidos. Nós, os
cristãos,
precisamos
transpor as
barreiras da
comunicação,
levando a
mensagem
consoladora aos
corações
sofridos. Certa
ocasião,
entrevistando o
querido confrade
Richard
Simonetti, em
relação ao
Sesquicentenário
de O Livro
dos Espíritos,
ele me disse que
nós espíritas
possuímos um
excelente
produto, mas um
péssimo
marketing.
Concordo com o
estudioso e
escritor
espírita. O
Movimento
Espírita
Brasileiro tem
crescido, mas
podemos, com
certeza, fazer
muito mais se
nos unirmos. Em
cada cidade pela
qual passei,
tenho notado
dificuldades
semelhantes
enfrentadas
pelos confrades
espíritas, mas,
de modo geral,
poderia dizer,
sem sombra de
dúvida, que
todos têm-se
esforçado para
fazer o melhor.
Acredito que
precisamos ainda
nos fortalecer,
falar apenas uma
língua,
utilizando-nos,
para isso, das
obras
kardequianas. O
Pentateuco de
Kardec é a base
fundamental que
fornece
respaldo,
orientação
segura, de modo
a se evitar
dissensões,
opiniões
pessoais e
fanatismos.
O Consolador:
Como vai o
Movimento
Espírita na
cidade de Belo
Horizonte? As
casas ali são
unidas?
O Movimento
Espírita
mineiro,
conforme está
registrado nos
Anais do
Espiritismo,
sempre foi muito
atuante, haja
vista o trabalho
inolvidável do
venerando médium
Francisco
Cândido Xavier.
Na atualidade,
possuímos a
União Espírita
Mineira - Casa
Máter do
Espiritismo em
Minas Gerais -,
que tem buscado,
enquanto
Federativa,
nortear os
passos de suas
filiadas
realizando
encontros,
seminários,
palestras para
os Conselhos
Regionais que
coordenam as
atividades em
suas respectivas
cidades. Em Belo
Horizonte temos
mais de uma
centena de
instituições
espíritas, mas
vejo que,
infelizmente, os
trabalhos, de
certo modo,
ainda são
isolados. Cada
Casa Espírita
desempenha e
realiza da
melhor forma
possível suas
atividades, mas
poucas são as
que se unem para
a realização de
grandes eventos.
No meu modo de
ver, para que o
Movimento
Espírita, não
apenas o
mineiro, mas o
brasileiro,
possa se
fortalecer será
necessário uma
Unificação Maior
de valores. E
como exemplo a
ser seguido, na
empreitada da
Unificação, não
podemos deixar
de lembrar o
trabalho
incansável
realizado pelo
inesquecível
Adolfo Bezerra
de Menezes.
O Consolador:
Como afloraram
suas faculdades
mediúnicas?
A mediunidade
eclodiu em mim
em tenra idade.
Recordo-me de
que por volta
dos quatro para
cinco anos de
idade eu já via
Espíritos em
minha
residência, no
interior de
Minas Gerais.
Por diversas
vezes, meu avô e
alguns
familiares
surpreenderam-me
dando aulas
improvisadas a
crianças
invisíveis aos
olhos carnais.
Por ser de uma
família
espírita, eles
compreendiam o
acontecido e me
esclareciam.
Confesso que, no
início, tive
muitas
dificuldades em
lidar com os
fenômenos, tinha
medo, porque nem
sempre os
Espíritos que se
me apresentavam
eram
equilibrados. O
tempo passou e
na adolescência,
já em Belo
Horizonte, a
mediunidade
psicofônica
aflorou de forma
dolorosa, por
processos
obsessivos.
Àquela época me
adentrei por uma
estrada
diferenciada, a
Umbanda, embora
frequentasse
concomitantemente
a Casa Espírita.
Acredito que
aquele deveria
ser um período
de grande
aprendizado para
o meu Espírito.
E durante um
largo período
fui auxiliado
pelos Espíritos
do culto
africanista,
trabalhando,
inclusive, na
mediunidade. O
Espírito Manoel
Philomeno de
Miranda pela
mediunidade de
Divaldo Pereira
Franco, no livro
Loucura e
Obsessão,
traz lições
belíssimas
acerca dos
cultos
afro-brasileiros.
O tempo passou,
e,
posteriormente,
desvinculei-me
definitivamente
do culto
africanista e
passei a
trabalhar como
médium nas
reuniões de
desobsessão do
Centro Espírita
Oriente,
instituição
espírita da
cidade de Belo
Horizonte.
Inicialmente,
havia sido
convidado a
auxiliar, na
referida
reunião, como
médium
vibracional, e
após algumas
semanas, quando
me assentei à
mesa, passei a
servir de
instrumento para
os Espíritos.
Permaneci ali
por alguns
meses, tendo que
me afastar por
questões de
emprego.
Posteriormente,
buscando
orientação
espiritual na
Fraternidade
Espírita Irmão
Glacus, fui
direcionado para
a reunião de
Educação
Mediúnica, onde
muito aprendi.
Foi nessa
reunião, em
especial, que a
mediunidade de
psicografia
despontou de
forma mais
ostensiva,
apesar de antes
já haver
recebido páginas
esparsas em
outras reuniões.
Com a ampliação
da atividade da
oratória
espírita e
trabalhando das
13h às 22h
horas, todos os
dias da semana,
precisei me
afastar da
reunião
mediúnica a fim
de priorizar as
palestras e de
atender aos
convites que
surgiram ao
encontro do meu
compromisso já
referido
anteriormente
pelo Irmão
Glacus. Hoje,
realizo a
psicografia em
meu lar, junto a
um grupo de
suporte, em
horários
determinados
pela
Espiritualidade.
Tenho recebido
várias mensagens
que sempre
submeto ao crivo
doutrinário dos
companheiros
mais
experientes.
Algumas delas já
se encontram no
prelo, com o
aval da
Espiritualidade
Superior,
aguardando
publicação.
O Consolador:
Você realiza um
trabalho sobre a
vida dos
apóstolos.
Conte-nos essa
experiência.
Fui convidado
pelo
Departamento
Doutrinário da
Fraternidade
Espírita Irmão
Glacus a
realizar
palestras,
durante todo o
ano de 2000, nas
reuniões
públicas da
instituição.
Nessas
exposições,
discursava sobre
a vida dos doze
apóstolos, um em
cada mês. Ao
final das
palestras,
diversas pessoas
me procuravam
pedindo-me
referências e
perguntando se
existia algo
publicado sobre
o assunto. Até
que, em certa
ocasião, dois
amigos queridos,
Andreia e
Samuel,
convidaram-me a
gravar um DVD
sobre a vida de
Jesus e dos
Apóstolos.
Aceitei o
convite e, na
noite de
gravação da
conferência,
lançamos o
primeiro CD da
Série Apóstolos:
André – O
Apóstolo da
alegria. O
objetivo é
gravar doze CDs,
um para cada
apóstolo. Além
do primeiro, já
citado, foram
também lançados
os CDs Simão
Pedro – O
Apóstolo da
liderança e
Tiago Maior – O
Apóstolo da
energia.
Utilizei-me de
fontes
históricas,
bíblicas e
espíritas para
compilar esse
trabalho. O
trabalho
relativo aos
doze apóstolos é
o meu tesouro, a
minha joia
preciosa. Eu
tive um imenso
prazer e alegria
em pesquisar,
buscar a fundo a
vida
extraordinária
desses doze
homens que
acompanharam o
Mestre e que nos
servem de
exemplo, embora
eles sejam pouco
conhecidos no
meio cristão e
espírita.
Realmente esta
foi uma
experiência
ímpar, trazendo
ao meu espírito
valorosos
ensinamentos.
O Consolador:
Como foi o
desenvolvimento
de sua obra em
parceria com o
médium Wagner
Gomes da Paixão?
Tive a
oportunidade de
conhecer Wagner
na minha
adolescência, em
Brumadinho,
cidade vizinha a
Belo Horizonte,
por meio de um
tio que o havia
convidado para
palestrar na
Casa Espírita de
que, à época,
ele era
presidente. Após
esse breve
contato,
encontrei-me com
Wagner outras
vezes na União
Espírita Mineira
e em eventos
esporádicos
dentro do
Movimento
Espírita. No ano
de 2008, a União
Espírita
Mineira, por
ocasião da
comemoração dos
seus 100 anos de
fundação,
realizou um
Congresso. Tive
então a grata
satisfação de
cobrir o evento
para o jornal
Evangelho e
Ação, órgão de
divulgação da
instituição na
qual milito
atualmente,
entrevistando
diversos
confrades.
Wagner estava na
lista dos
entrevistados e
prontamente me
recebeu. Após a
realização do
trabalho,
enviei-lhe o
material, para
que ele pudesse
fazer as
correções
devidas e,
posteriormente,
a publicação.
Após a edição da
matéria, Wagner
me informou que
várias pessoas
haviam comentado
com ele a
respeito do teor
das perguntas
realizadas com
os
entrevistados.
Surgiu então a
vontade de fazer
um livro,
falando sobre
diversos
assuntos e
temas, desde os
mais simples até
os mais
complexos.
Wagner com muito
carinho aceitou
o convite e
passei a
elaborar
perguntas com o
auxílio especial
de Lincoln, um
grande amigo.
Fizemos toda a
obra via
internet, este
poderoso meio de
comunicação que
pode ser
utilizado de
forma útil em
nossas vidas.
Finalizado o
livro, a
Federação
Espírita de
Santa Catarina
editou-o.
Diálogo Espírita
é um livro com
409 perguntas,
respondidas,
criteriosamente,
por Wagner à luz
da Doutrina
Espírita,
pautado,
especialmente,
em Kardec,
Emmanuel e André
Luiz.
O Consolador: A
mídia tem dado
grande destaque
ao Espiritismo.
Você, como
divulgador,
tem-se
aproveitado
disso? De que
maneira?
A mídia é um
poderoso veículo
de comunicação
que a sociedade
terrestre
possui.
Infelizmente,
nem sempre ela
está
compromissada
com fatos
verdadeiros e/ou
pesquisas
idôneas. Embora
a mídia,
televisiva e
impressa, esteja
realizando um
trabalho de
divulgação da
temática
espiritualista,
nós espíritas
devemos tomar
muito cuidado e
estar prontos
para esclarecer.
Por ocasião do
Centenário de
nascimento de
Chico Xavier seu
nome foi
estampado nos
jornais,
revistas e
programas
televisivos, mas
quantos enganos
e tropeços por
falta de
informações
verídicas.
Particularmente,
enquanto
divulgador da
Doutrina
Espírita, não
tenho me
aproveitado
disso, senão
quando chamado
na tentativa de
esclarecer algum
lamentável
engano.
Claramente que
nessa análise
não incluo a
Imprensa
Espírita que, de
forma valorosa,
tem crescido
bastante,
alargado suas
potencialidades
e luzes. Porém
ainda temos
muito a fazer e
a avançar na
conquista do
espaço
midiático, para
que os
verdadeiros
princípios
kardequianos se
espalhem
devidamente,
alentando
corações e
iluminando
mentes.
O Consolador:
Percebe-se em
suas palavras o
apreço pelo
estudo. Quais
obras você
indica aos
leitores de
nossa revista
para que eles
tenham um sólido
conhecimento
doutrinário?
Diria aos
leitores que
primeiramente
leiam Kardec.
Muito ainda
temos a aprender
e estudar para
que o
conhecimento
alargue as
nossas mentes,
possibilitando,
por conseguinte,
o entendimento
das obras
subsidiárias que
vieram depois.
Após o estudo
sério das obras
da Codificação,
indico o estudo
de André Luiz,
na série Mundo
Espiritual, de
Emmanuel e das
obras memoráveis
de Yvonne do
Amaral Pereira,
Zilda Gama, tão
esquecidas,
Divaldo Franco e
outros que vêm
tentando
realizar um
trabalho sério e
compromissado
com a Verdade.
Minha indicação
seria esta, mas
devo ressaltar
que o espírita
empenhado sabe
ler tudo que lhe
chega às mãos e
utilizar do
critério
ensinado por
Paulo de Tarso:
“Discerni tudo e
ficai com o que
é bom” (I Ts
5:21).
O Consolador:
Pode deixar o
contato para os
leitores que
quiserem
conhecer mais
sobre o seu
trabalho?
Podem visitar o
meu blog:
http://wellersonespiritismo.blogspot.com/
O Consolador:
Qual é a
mensagem final
que você deixa
para os nossos
leitores?
A mensagem que
posso deixar é a
exortação
proferida pelo
nosso Divino e
Amado Mestre
Jesus: “Amai-vos
uns aos outros
como eu vos
amei” (João
13:14). O dia em
que nos amarmos
verdadeiramente
como Ele nos
ama, a nossa
vida adquirirá
um maior sentido
e seremos
felizes. Chegará
o dia, que não
está nem muito
longe, nem muito
perto, em que
todos nós
faremos parte de
um único
rebanho, sob a
tutela
de um só pastor.