A PSICOGRAFIA DO MÉDIUM
DIVALDO FRANCO
(8)
Poderia ele ser indicado
ao Prêmio Nobel de
Literatura?
(Parte 2 e final)
Prosseguindo na
comparação das obras do
escritor Tagore com as
do Espírito Tagore por
intermédio de Divaldo,
no último artigo
analisamos
literariamente somente
um dos versos de um dos
seus livros como
escritor, o Gitanjâ Li
(que quer dizer Oferenda
Lírica), bem como outro
verso da obra mediúnica
Estesia.
Ocupemo-nos de
outro verso de
Gitanjâ Li, o número
100, e outro verso do
livro Estesia, verso
XXVII, reconhecendo
também sua poesia e
magia:
Eu mergulho fundo no abismo do oceano das formas, na esperança de
obter a pérola perfeita
daquele que não tem
forma.
Não há mais navegar de porto em porto neste meu barco flagelado
pela tempestade.
Foi-se o tempo em que o
meu divertimento era ser
embalado pelas ondas. E
agora anseio por
morrer dentro do
que não morre.
Na sala-de-audiência, perto do abismo sem fundo onde floresce a
música das cordas sem som, eu empunharei esta harpa da minha vida.
Eu a modularei pelas notas do eterno; e quando ela tiver soluçado o
seu último segredo,
depositarei aos pés do
silencioso a minha harpa
silenciosa.
Na obra Estesia, verso
XXVII, encontramos a
mesma poesia:
Eu sei que só as lutas do ideal da verdade são legítimas.
Fiz-me timoneiro do meu barco para bem conduzir o destino e navego
pelo mar da ilusão.
As tempestades vencidas me trouxeram cansaço e as distâncias
conquistadas me
enriqueceram de tédio.
Agora, sentindo a minha desdita, tomas em tuas mãos o meu leme e me
pedes para confiar.
O que eu deveria ter feito, tu o farás num momento. Tu apagas a
minha lâmpada de luz
bruxuleante e acendes o
teu sol de imortalidade
sobre o meu corpo que
tomba inerte. Esta
viagem será de curso
rápido e duração sem
limite pelo novo oceano
por onde me conduzes,
meu amo, minha verdade
eterna, e eu me acalmo
feliz.
Façamos a análise
gramatical e literária
do verso 100 de
Gitanjâ Li e do
verso XXVII de Estesia:
Começando pelo Verso 100
de Gitanjâ Li:
Eu mergulho fundo no abismo do oceano
(SUBST)
das formas, na
esperança
(SUBST)
de obter a pérola
perfeita
(ADJET)
daquele que não tem
forma.
Não há mais navegar (VERB) de porto em porto
neste meu barco
(SUBST)
flagelado
pela tempestade
(SUBST).
Foi-se o tempo
(SUBST) em
que o meu divertimento
era ser embalado pelas
ondas. E agora anseio
por morrer
(VERB) dentro
do que não morre
(VERB).
Na sala-de-audiência, perto do abismo sem fundo onde floresce a
música
(SUBST)
das cordas
(SUBST)
sem som
(SUBST),
eu empunharei esta
harpa
(Subst)
da minha vida
(SUBST).
Eu a modularei pelas notas do eterno
(ADJET);
e quando ela tiver
soluçado o seu último
segredo, depositarei aos
pés
(SUBST)
do silencioso
(ADJET)
a minha harpa
(SUBST) silenciosa
(ADJET).
Foram dezenove vocábulos
principais, que são
encontrados em versos
das obras psicografadas
por Divaldo, do Espírito
Tagore.
-
BARCO
-
CONFIAR
-
CORPO
-
ETERNA (ADJET)
-
FELIZ
-
ILUSÃO
-
IMORTALIDADE
-
LÂMPADA
-
LEME
-
LUTAS
-
LUZ
-
MAR
-
NAVEGO
-
OCEANO (SUBST)
-
SOL
-
TEMPESTADES (SUBST)
-
VERDADE
-
VERDADE
-
VIAGEM
Todos estes vocábulos
são encontrados no livro
psicografado Estesia,
do Espírito Tagore, nos
versos III, LIV, XXVII
etc.
Fazendo a análise
gramatical e literária
do verso XXVII do livro
Estesia, além do mesmo
indiscutível lirismo,
encontramos as seguintes
coincidências de
palavras, sublinhados os
vocábulos que aparecem
em outros versos de
Gitanjâ Li:
Eu sei que só as lutas do ideal da verdade
(met) são legítimas.
Fiz-me timoneiro do meu barco para bem conduzir o destino
(met) e navego
(VERB)
pelo mar da
ilusão (met).
As tempestades (SUBST) vencidas me trouxeram cansaço (met) e as distâncias
conquistadas me
enriqueceram de tédio
(met).
Agora, sentindo a minha desdita, tomas em tuas mãos o meu
leme
(met) e
me pedes para confiar.
O que eu deveria ter feito, tu o farás num momento. Tu apagas a
minha lâmpada de
luz bruxuleante
(met) e acendes o teu
sol de
imortalidade sobre o
meu corpo que
tomba inerte (met).
Esta viagem será
de curso rápido e
duração sem limite
(met) pelo novo
oceano
(SUBST) por onde
me conduzes (met),
meu amo, minha
verdade eterna
(ADJET) e
eu me acalmo feliz.
FORAM ENCONTRADAS PELO MENOS DEZ METÁFORAS NESTE VERSO XXVII DO
LIVRO PSICOGRAFADO
ESTESIA:
Eu sei que só as lutas do ideal da verdade
(MET)
Fiz-me timoneiro do meu barco para bem conduzir o destino
(MET)
e navego pelo mar da ilusão (MET)
As tempestades vencidas me trouxeram cansaço
(MET)
e as distâncias conquistadas me enriqueceram de tédio
(MET)
tomas em tuas mãos o meu leme
(MET)
e me pedes para confiar.
Tu apagas a minha lâmpada de luz bruxuleante
(MET)
e acendes o teu sol de imortalidade sobre o meu corpo que tomba
inerte
(MET)
Esta viagem será de curso rápido e duração sem limite
(MET)
pelo novo oceano por onde me conduzes
(MET),
meu amo.
Interessante que no
verso LX de Estesia,
encontramos o mesmo
adjetivo raro que também
está no verso 68 do
Gitanjâ Li, o qual é
muitíssimo pouco
conhecido e utilizado,
que é ínvio, que
quer dizer
intransitável:
Vejamos, Estesia,
LX:
Em sofreguidão tenho-Te procurado pelos ínvios
(ADJET)
matagais e, quando
chego...
Lembramos que estas
coincidências na
comparação gramatical e
literária entre o
escritor Tagore (quando
encarnado) e o Espírito
Tagore ocorrem
igualmente nas outras
obras do Espírito Tagore
psicografadas por
Divaldo, comparadas com
outros livros do
escritor Tagore. Na
pequena obra, por
exemplo, Pássaros
Perdidos, do
escritor Tagore,
composta de vários
versos curtos de poucas
linhas, estes
pássaros
representaram as
melodias, os cantos do
coração, e os
sentimentos do poeta.
Comparando este livro
com o livro Pássaros
Livres, do Espírito
Tagore, psicografado
pelo médium Divaldo
Franco, constatamos
igualmente que ocorre
como que uma continuação
da obra Pássaros
Perdidos. Os
pássaros realmente
ficaram livres,
pois o poema ficou muito
mais desenvolvido, pois
seus versos ocuparam
páginas cada um e não
curtos versos; e o
vocabulário e o lirismo
se repetiram.
Diante deste estudo
analítico da obra do
Espírito Tagore por
intermédio de Divaldo,
com as obras do escritor
Tagore, concluímos pela
existência de muitas
incríveis coincidências
literárias, gramaticais
e o mesmo lirismo
metafórico e poético,
coincidências essas que
não podem passar
despercebidas.
Voltamos a destacar que
este tipo de comparação
gramatical e literária
foi feita com as obras
de outros Espíritos que
se comunicaram por meio
de Divaldo.
A conclusão é que um
estudo mais profundo
precisa ser feito pelos
negadores da
sobrevivência da alma
após a morte e da
possibilidade de eles se
comunicarem por meio de
médiuns, antes de
continuarem negando a
hipótese imortalista.
Infelizmente, dos vários
livros mediúnicos de
Divaldo vertidos para
mais de quinze idiomas,
os três livros
mediúnicos de Tagore
ainda não foram
traduzidos para o
inglês, caso contrário
certamente até os
encaminharíamos à
Academia de Estocolmo e
à Fundação Nobel na
Suécia, indicando
merecidamente o médium
Divaldo para o prêmio
Nobel de Literatura, só
para constatar qual
seria o resultado...
(A primeira parte deste
artigo foi publicada na
edição da semana
passada.)