WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual
Capa desta edição
Edições Anteriores
Adicionar
aos Favoritos
Defina como sua Página Inicial
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

 
Entrevista Espanhol Inglês    
Ano 4 - N° 172 - 22 de Agosto de 2010

ORSON PETER CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br
Matão, São Paulo (Brasil)

 

Dalva Silva Souza:

“Lamartine Palhano Júnior permanece conosco”

Um depoimento sobre a vida e a obra de um dos mais brilhantes pesquisadores do Espiritismo no Brasil que, ao desencarnar no
ano 2000, deixou uma lacuna imensa e uma grande saudade

 

Nossa entrevistada desta semana, Dalva Silva Souza (foto), nasceu em Volta Redonda-RJ, onde participou de todos os ciclos da evangelização infanto-juvenil da Associação Espírita Estudantes da Verdade, e reside desde 1982 em Vitória, capital do Espírito Santo, onde está vinculada à Comunidade Espírita Esperança e à Federação Espírita do Estado.

Autora dos livros “Os Caminhos do Amor” (FEB); “Magnetismo Curador” e “Imortalidade dos Poetas Mortos”, em coautoria com Lamartine Palhano Jr. (publicados pela FESPE); “Os Caminhos da Liberdade”    e     “Conflitos Conjugais”

(publicados pela FEEES); “Manual para falar em público”, em coautoria com Leila Brandão e Cylene Guida (publicado em 2004 pela Editora Celeiro, RJ); “Manual para Pais e Professores de Adolescentes”, em coautoria com Leila Brandão (publicado em 2005 pela Editora Celeiro); “A morte não é bem assim”, em coautoria com Leila Brandão e Cylene Guida (publicado em 2008 pela Editora CELD – RJ), Dalva conviveu diretamente com o trabalho do notável pesquisador espírita Lamartine Palhano Júnior, como o leitor poderá ver por suas respostas às perguntas que compõem a presente entrevista.

O Consolador: Situe o cidadão Lamartine Palhano para o leitor, fazendo uma síntese biográfica, espírita e profissional do saudoso confrade.

Lamartine Palhano Júnior foi um dos mais brilhantes pesquisadores do Espiritismo no Brasil. Nasceu em Coronel Fabriciano-MG em 15/12/1946, mas, desde criança, vivia em Vitória-ES. Era apaixonado pela Doutrina Espírita. Aos 18 anos, já colaborava ativamente com a equipe do DIJ da Federação Espírita do Estado do Espírito Santo, nos idos de 1964. Sua vida acadêmica foi muito produtiva: graduou-se em farmácia, tinha mestrado na área de bacteriologia e doutorado em ciências pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Destacaram-se seus estudos sobre a tuberculose e os artigos que publicou em revistas científicas internacionais. Foi professor de microbiologia e patologia em Universidades do Estado do Espírito Santo.

O Consolador: Você o conheceu pessoalmente?

Conheci Palhano logo que cheguei ao Espírito Santo, em 1982, nas reuniões de domingo da Casa Espírita Cristã (Vila Velha). Tornamo-nos amigos mais tarde, em 1988, quando ele esteve na Comunidade Espírita Esperança (Vitória), para o lançamento de seu livro “A Verdade de Nostradamus”. Nessa oportunidade, convidou-me para participar de uma pesquisa que tinha a ver com minha área de atuação. Relatou-me que estava reunindo textos poéticos ditados pelos artistas “mortos” a vários médiuns, com a finalidade de elaborar uma análise comparada dos textos. O objetivo era mostrar a permanência de aspectos do estilo individual dos poetas nas composições mediúnicas, o que, então, atestaria a veracidade da autoria afirmada pelos médiuns, comprovando a sobrevivência da alma ao fenômeno da morte. Entusiasmei-me com a ideia e passamos a trabalhar juntos nesse e em outros projetos. Essa pesquisa foi, mais tarde, publicada; trata-se do livro “A imortalidade dos poetas mortos”.

O Consolador: Quantos e quais livros ele publicou?

É difícil relacionar todas as obras, especificando ano e editora, porque são muitas. Palhano produziu obras de cunho diverso, para leitores diferentes, abrangendo sua produção desde os leitores mirins até o leitor maduro, o estudioso e o pesquisador. Dentre outras, escreveu: A verdade de Nostradamus; Rosma, o Fantasma de Hydesville; Eusápia, a feiticeira; Transe e Mediunidade; A Carta de Tiago; A Estrela de Belém; Jesus aos 12 anos; O Sonho de Aurélio; O pastorzinho de Belém: Maria de Nazaré na voz dos poetas (em coautoria com Walace F. Neves e Amira Mattar); Dossiê Jeronymo Ribeiro e Fenelon Barbosa (em coautoria com Walace F. Neves); Aos efésios; Aos gálatas, A carta da redenção; O diário de um espírita; As chaves do reino; Dossiê Peixotinho; Evocando os Espíritos; João Batista, o profeta do Cristo; Laudos espíritas da loucura; O livro da prece; O significado oculto dos sonhos; Reuniões mediúnicas; Viagens psíquicas no tempo. Três obras resultaram de trabalhos de que participei com muita alegria: Espiritismo, Religião natural; Magnetismo curador e Imortalidade dos poetas mortos. Alguns desses livros foram publicados pela Lachâtre, outros pelo CELD.

O Consolador: Qual a origem desses livros? O que o motivou às publicações?

Palhano tinha uma grande motivação para estudar continuamente e compartilhar conhecimentos. Penso que essa foi a origem dos livros que escreveu: o desejo de compartilhar tudo o que aprendia em suas pesquisas. É preciso dizer que isso o levou a fundar a FESPE (Fundação Espírito-Santense de Pesquisa Espírita) e o CIPES (Círculo de Pesquisa Espírita do Espírito Santo), instituições que se tornaram marco da pesquisa espírita no Brasil. Em todo o tempo que com ele trabalhei, pude constatar a força do seu idealismo e de seu amor à Doutrina. “O Espiritismo tem sido uma bandeira que me aponta o céu, tendo ao mesmo tempo o seu mastro fincado na Terra”, afirmava ele.

O Consolador: Quais deles você considera mais expressivos?

Ele produziu livros que atendiam aos diversos centros de interesse que o empolgavam; não dá para destacar um na extensa bibliografia que deixou e é difícil destacar um aspecto como mais expressivo da contribuição dele ao movimento espírita, porque ele atuava em muitas frentes: evangelização, campanhas, cursos, visitas fraternas, trabalhos mediúnicos, ação de departamentos, pesquisas, produção de artigos e livros, enfim, era um grande trabalhador da nossa seara.

O Consolador: Como era o grupo a que ele se vinculava e no qual realizava suas experiências?

A Fundação Espírito-Santense de Pesquisa Espírita era uma instituição espírita "sui generis", porque não era um centro espírita ou um instituto, mas uma entidade, cujos objetivos principais se endereçavam exclusivamente à pesquisa e à divulgação do Espiritismo; uma instituição fomentadora do pensamento espírita em todos os seus aspectos, portanto. Participamos ativamente das atividades da FESPE, desde a sua fundação, Walace Fernando Neves, Mário Alberto Pereira de Castro júnior, Amira Mattar Pereira de Castro, Elza Valadão Archanjo, Hélio Bergo, Maria Yonnita Feitosa de Aguiar, Júlio David Archanjo, José Eustáquio Drumond e eu. Em seus poucos anos de trabalho, essa instituição compôs um considerável acervo de produções dentro do Movimento Espírita Estadual, Nacional, e expandiu-se para o exterior, tendo em vista sua participação no Congresso Mundial de Espiritismo em Madri (novembro de 1992), quando a professora Maria do Carmo Schneider apresentou uma pesquisa sua, que teve o apoio da FESPE, relacionada às ideias espíritas na produção poética de Victor Hugo e a tese “Espiritismo – Religião Natural”, trabalho que Palhano e eu elaboramos.

O Consolador: Qual o aspecto mais marcante das pesquisas que ele realizava?

Era a coerência com a base doutrinária, a fidelidade ao pentateuco kardequiano.

O Consolador: Cite algum caso importante da vida pessoal espírita de Palhano.

Palhano passou um período de grande sofrimento, pois foi acometido de um câncer que lhe impôs um tratamento difícil, mas esse período de dor não o abateu ou imobilizou; ao contrário, foi justamente nesse período que ele teve a ideia de criar todo o movimento de pesquisa, reunindo em torno de si pessoas também motivadas a realizar esse trabalho em prol do Espiritismo.

O Consolador: Das pesquisas realizadas, qual você destaca?

Os trabalhos que nasceram do laboratório mediúnico montado por ele, quando foi Diretor do Departamento de Orientação Mediúnica da Federação Espírita do Estado. Foram muitos os livros, mas creio que se podem destacar: Laudos Espíritas da Loucura, Viagens Psíquicas no Tempo, O Livro da Prece, Transe e Mediunidade e Reuniões Espíritas.

O Consolador: Algo mais que gostaria de acrescentar?

Esse grande companheiro, cuja partida para o Mundo Espiritual se deu no ano 2000, deixou uma lacuna imensa e uma grande saudade, mas Palhano permanece conosco, não só na extensa bibliografia que deixou, como também nas mensagens que frequentemente nos envia pela mediunidade de diferentes companheiros de tarefas, dando-nos ciência de que, ultrapassada a última fronteira, entrou em uma etapa nova de trabalho e prossegue em atividade, agora sem as dificuldades e limites com os quais se confrontou aqui e tão bem soube superar.

O Consolador: Suas palavras finais.

Seria interessante que todos nós buscássemos resgatar a memória daqueles que se dedicaram ao Espiritismo como Palhano fez, para que possamos, por nossa vez, prosseguir, empunhando a bandeira que tão valentemente eles portaram, contribuindo assim para que a Doutrina Espírita cumpra a sua finalidade de renovação do ser humano.

 

 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita