Silvana Scarpino:
“Os princípios
da
sustentabilidade
e da
responsabilidade
social
contemplam os
princípios
do Espiritismo”
|
Silvana Scarpino
(foto),
nossa
entrevistada
desta semana,
reside em São
Paulo-SP, onde
atualmente é
professora
universitária,
executiva de
negócios e
palestrante.
Colaboradora das
Casas André
Luiz, tem a
atividade
voluntária como
um dos grandes
ideais de sua
vida. Silvana
conseguiu ao
longo dos anos
vivenciar a
objetividade do
mundo dos
negócios sem
perder de vista
a
espiritualidade.
Foi para falar
da importância
da introdução
das ideias
espíritas no
mundo
corporativo que
ela gentilmente
nos concedeu a
entrevista
abaixo:
Como conheceu o
Espiritismo?
|
Desde menina
acompanhava
minha mãe em
diversas
reuniões de
“mesa branca”,
na década de
1970/80. O
objetivo era
buscar alívio
para as intensas
enxaquecas que
me atingiam. Fui
a diversos
centros
espíritas,
recebi muitos
passes, fiz
cirurgias e
participei de
várias reuniões
de orientações
aos Espíritos.
Convivi com
muitas pessoas
espíritas em
minha infância,
do
relacionamento
de minha mãe,
que sempre foi
católica. Meu
primeiro
exemplar d´O
Evangelho
segundo o
Espiritismo
ganhei em 1977
de uma amiga da
família. Mas foi
em 1987, com meu
noivo e hoje
esposo,
estimulados pelo
livro Nosso Lar,
que chegamos ao
Centro Espírita
Nosso Lar -
Casas André
Luiz, onde de
imediato
iniciamos o
curso de
doutrina
espírita e o
trabalho
voluntário com
os pacientes,
deficientes
mentais e
físicos, da
Unidade de Longa
Permanência.
Casamo-nos em
1988. |
Como a doutrina
codificada por
Kardec a auxilia
em suas
atividades
profissionais?
Por meio do
estudo da
doutrina
espírita
consegui
compreender e
então aceitar
melhor a
diversidade de
ideais e a
grande
competitividade
do mundo
corporativo.
Consegui, com
estudo paralelo
ao tratamento
espiritual,
“controlar”
minha ansiedade
e agir com meus
valores e
objetivos que
sempre foram
além dos
interesses
econômicos.
Tento sempre
possibilitar às
pessoas o
desenvolvimento
pessoal
associado à
prática do bem,
seja em qualquer
ambiente,
atuando com
ética,
transparência e
refletindo ante
as decisões: O
que eu gostaria
que fizessem a
mim caso
estivesse nessa
situação?
Agir voltado ao
bem, ao
desenvolvimento
e aos bons
resultados
corporativos não
significa
dizermos sim a
tudo e a todos,
mas agirmos com
bom senso,
vontade e
persistência nas
diversas
situações.
No contexto
atual do mundo
em que vivemos
uma transição,
as empresas
também estão
passando por
essa fase de
mudança em seus
valores e
objetivos? O que
mudou de algumas
décadas ou anos
pra cá?
A sociedade se
transforma
acompanhando o
processo de
evolução do
homem. Em um
mundo em que os
homens
compreendem que
seu bem-estar é
reflexo do
bem-estar do
próximo, ele
passa a agir na
busca de
resultados
compartilhados
na vida pessoal
e
consequentemente
na vida
corporativa. O
homem de negócio
contemporâneo
sabe que sua
empresa estará
bem posicionada
no mercado
quando os
consumidores
perceberem que
suas ações
corporativas
seguem uma
relação do ganha
X ganha,
resultados de
mão dupla e não
apenas no
próprio lucro.
Cada vez menos
espaço existe
para os
dirigentes da
velha guarda:
lucro alto a
curto prazo e
somente para si.
Os dirigentes de
vanguarda
compreendem que
a longevidade de
seus negócios
depende do lucro
justo a longo
prazo. A era da
Sustentabilidade
e
Responsabilidade
Socioambiental é
a nova era dos
negócios, não é
uma tendência
passageira. Ir
além de nossas
“obrigações”
corporativas
leva-nos à
sustentabilidade
nos negócios:
ser
economicamente
viável, sendo
ecologicamente
correto e
socialmente
justo.
Você acredita
que as ideias
espíritas podem
encontrar campo
fértil no
ambiente
empresarial?
Entendo que os
princípios da
sustentabilidade
e da
responsabilidade
social
contemplam os
princípios do
Espiritismo e a
observância das
leis de Deus.
Vemos aí a
Doutrina dos
Espíritos nos
processos
administrativos
e
mercadológicos.
É o caminho da
evolução do
mundo
corporativo;
logo, dos
homens. A
evolução é uma
lei natural e o
Espiritismo
esclarece-nos
sobre isso. O
Espiritismo faz
parte do mundo;
logo, das
empresas.
E a velha
questão da
competição que
viceja no mundo
corporativo?
Será possível
haver uma
espécie de
competição
saudável?
A
competitividade
faz parte do
espírito, do
processo de
evolução. A
competitividade
estimula e
promove o
desenvolvimento,
as novas
conquistas; é
importante para
o crescimento da
sociedade. A
competição é
saudável se
considerada como
um processo, uma
escalada para a
conquista de um
bem maior para
todos. Na fase
evolutiva em que
nos encontramos,
a competição faz
parte e pode ser
saudável se bem
compreendida e
bem aplicada,
isto é, se se
fizer para o bem
de todos e não
somente por
vaidade e
egoísmo.
Como você faz
para
organizar-se
quanto aos
papéis a
desempenhar, já
que são tantos –
palestrante,
mãe, esposa,
trabalhadora
espírita etc.?
Nasci mulher e
sou feliz por
isso. O mundo
corporativo me
fascina, mas
atrelado à minha
base, a família.
Ela é nosso
porto seguro,
onde nos
fortalecemos
para enfrentar
os desafios da
vida. Sigo
entendendo que
abdicar
significa
conquistar,
fazer bem o bem,
com paciência e
persistência.
Bom senso, fé e
muita vontade,
este é o meu
caminho!
Suas palavras
finais.
Todas as nossas
conquistas fazem
parte do
processo de
aprendizado para
o nosso
Espírito! Que
sejamos capazes
de muitas
conquistas,
grandes e
fartas, para que
nossa caminhada
siga o processo
natural do
crescimento
próprio e de
nosso próximo!
Afinal, a magia
de existir é ter
sempre novos
motivos para
celebrar! É
poder
transformar cada
instante em um
grande momento!
É fazer de cada
dia uma
oportunidade
para sonhar,
amar, cativar! A
FÉ RACIOCINADA e
a prática do
AMOR nos ofertam
as conquistas em
direção ao PAI!
Ótimas
oportunidades de
celebração a
todos!