A
chacina
do Rio
É
difícil
entender,
examinando
os fatos
de
longe, o
que
teria
provocado
o ataque
desferido
pelo
jovem
Wellington
Menezes
de
Oliveira
no dia 7
último,
que
deixou
12
crianças
mortas
na
Escola
Municipal
Tasso da
Silveira,
em
Realengo,
no Rio
de
Janeiro.
Teria o
assassino
tido um
surto
psicótico?
Estaria
ele sob
o efeito
de
drogas
alucinógenas?
Pode ter
havido,
no caso,
alguma
influência
de
natureza
obsessiva?
Como, em
condições
normais,
dificilmente
alguém
comete
atos
desse
porte, é
provável
que haja
ocorrido
no caso
uma ou
mais de
uma das
hipóteses
aventadas.
Gerson
Simões
Monteiro
comenta,
em
artigo
publicado
nesta
mesma
edição,
um caso
narrado
por
Allan
Kardec
na
Revista
Espírita
de 1859,
no qual
a
própria
vítima
informou
que o
criminoso
agira
sob a
influência
direta
de um
Espírito.
Esta é,
pois,
uma
hipótese
possível,
fato que
levou o
articulista
a
sugerir,
na parte
final do
seu
artigo,
que
devemos
vigiar
sempre
os
pensamentos
malévolos,
uma vez
que
estes
têm a
propriedade
de
atrair
entidades
votadas
ao mal.
São, de
acordo
com o
Espiritismo,
realmente
inegáveis
as
influências
que os
desencarnados
exercem
sobre as
criaturas
humanas.
O
assunto
é
tratado
na
questão
459 de
“O Livro
dos
Espíritos”,
em que
Kardec
indagou:
–
Influem
os
Espíritos
em
nossos
pensamentos
e em
nossos
atos? Os
imortais
responderam:
“Muito
mais do
que
imaginais.
Influem
a tal
ponto
que, de
ordinário,
são eles
que vos
dirigem”.
Na
Revista
Espírita
de 1858,
ao
relatar
o caso
ocorrido
com o
jovem
F...,
que
sofrera
um
doloroso
processo
de
fascinação,
o
Codificador
do
Espiritismo
ajuntou
as
seguintes
explicações:
1.
Os
Espíritos
exercem
sobre os
homens
uma
influência
salutar
ou
perniciosa;
não é
preciso,
para
isto,
ser
médium.
2.
Não
havendo
a
faculdade,
eles
agem de
mil e
uma
maneiras.
3.
A
influência
dos
Espíritos
sobre
nós é
constante,
e todos
acham-se
expostos
a ela,
quer
acreditem
ou não.
4.
Três
quartas
partes
de
nossas
ações
más e de
nossos
maus
pensamentos
são
frutos
dessa
sugestão
oculta.
5.
Não há
outro
critério,
senão o
bom
senso,
para
discernir
o valor
dos
Espíritos.
Qualquer
fórmula
dada
para
esse fim
pelos
próprios
Espíritos
é
absurda
e não
pode
emanar
de
Espíritos
superiores.
Em
muitos
dos
pensamentos
que
temos
surgem-nos
em
determinadas
situações
ideias
diferentes
sobre o
mesmo
assunto
e, por
vezes,
ideias
que se
contradizem.
Com
certeza
estamos
sendo,
nesses
momentos,
alvo da
influenciação
dos
Espíritos,
fato que
nem
todos
percebemos,
especialmente
quando
ela se
dá de
forma
sutil e
oculta,
como se
verificou
no
conhecido
caso
Custódio
Saquarema,
relatado
pelo
Espírito
de
Humberto
Campos
em seu
livro
"Cartas
e
Crônicas",
psicografado
pelo
médium
Francisco
Cândido
Xavier.
Uma
forma de
distinguir
nossos
pensamentos
dos que
nos são
sugeridos
é
compreender
que,
normalmente,
pertence
a nós o
primeiro
pensamento
que nos
ocorre.
Mas o
mais
importante
é saber
que,
independentemente
de
sugestões
ou não,
a
responsabilidade
pelos
atos é
nossa,
cabendo-nos
o mérito
pelo bem
que daí
resultar
ou o
demérito
se a
ação for
negativa.
Se a
distinção
no
tocante
à origem
dos
pensamentos
nem
sempre é
possível,
neutralizar
a
influência
espiritual
é algo
factível,
como
ensinam
os
Espíritos
superiores
na
resposta
dada à
questão
469 de
“O Livro
dos
Espíritos”.
Disseram
os
imortais:
“Fazendo
o bem e
pondo a
vossa
confiança
em Deus,
repelireis
a
influência
dos
Espíritos
inferiores
e
destruireis
o
domínio
que
sobre
vós
tentam
exercer.
Guardai-vos
de
escutar
as
sugestões
dos
Espíritos
que vos
suscitam
maus
pensamentos,
que vos
insuflam
a
discórdia
e que
vos
induzem
às más
paixões.
Desconfiai
sobretudo
dos que
exaltam
o vosso
orgulho,
pois que
vos
apanham
pelo
ponto
fraco.
Por isso
Jesus
vos faz
repetir
na
Oração
Dominical:
Não nos
deixeis
cair em
tentação,
mas
livrai-nos
do mal.”
É
interessante
também
que o
leitor
leia com
atenção
o que
ensina a
questão
122 “b”
de “O
Livro
dos
Espíritos”,
que nos
assegura
que os
maus
Espíritos
desistem
de
obsidiar
as
pessoas
que
conseguem
elevar-se
moralmente
e
conquistam,
dessa
forma, o
autodomínio,
o
equilíbrio,
a
harmonia
interior
que
caracterizam
o
verdadeiro
homem de
bem.
Esses
cuidados
faltaram
certamente
ao jovem
Wellington,
que, ao
suicidar-se,
escapou
à
justiça
dos
homens,
mas não
à
justiça
divina,
à qual
deverá
prestar
contas,
seja
qual for
o motivo
que o
tenha
levado a
matar as
indefesas
crianças
de
Realengo.
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