WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco
 
Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 5 - N° 227 - 18 de Setembro de 2011

 

A lição do jardineiro
 

Alberto, de nove anos, morava numa grande mansão. No jardim enorme, que um jardineiro cuidava com amor, somente Alberto brincava.

Seu quarto era repleto de brinquedos, jogos e livros. Tudo que existia de mais caro e de mais moderno, ele pedia e o pai comprava. No entanto, apesar de sentir-se satisfeito com tudo que lhe pertencia, Alberto vivia sempre sozinho, pois seus pais não gostavam que ele trouxesse amiguinhos para casa. 

Assim, ele aproveitava para brincar com os colegas na escola, e ficava triste ao voltar para casa, onde tinha de tudo, mas onde se sentia muito solitário. 

Um dia, sentado no gramado, ele desabafou com o jardineiro que trabalhava ali perto:

— João, eu deveria me considerar muito feliz por ter tantas coisas, esta linda casa, o jardim, a piscina só para mim, além de ganhar tudo que desejo, não acha?

O jardineiro parou o que estava fazendo, tirou o chapéu de palha da cabeça enxugando o suor do rosto e sentou-se perto do menino para descansar

um pouco.  

— Acho sim, Alberto! Mas você não é feliz?

— Não sei, João. Meus colegas não têm nada disso e são mais alegres do que eu — respondeu o menino.

Rodando o chapéu nas mãos, o jardineiro considerou:

— Certa vez, Jesus contou a parábola de um homem rico cujo campo tinha produzido bastante e ele não tinha onde colocar todos os bens. Resolveu o fazendeiro derrubar os celeiros e construir outros maiores, para ficar tranquilo por muitos anos, aproveitando seus bens. Mas ao deitar Deus lhe disse: Louco! Se você morrer esta noite, tudo o que você guardou para quem ficará? Isso acontece com a pessoa que guarda muitos tesouros para si e não é rica diante de Deus. Então, Jesus nos mostra que a felicidade não depende das coisas que a gente possui, porque nada é nosso de verdade.   

— Como assim?... Então, o que realmente nos pertence?

— Alberto, Deus nos dá os bens materiais para nosso uso, mas quando partimos para o mundo espiritual nada podemos levar, porque as coisas materiais não são nossas de fato. Só podemos levar o que é do Espírito: o que aprendemos, as qualidades e potencialidades que desenvolvemos e o bem que praticamos.

— Então por que Ele nos deu tudo isso? — indagou o menino, mostrando a propriedade.

— Deus sempre nos concede as condições que precisamos para o nosso crescimento espiritual. Quando recebemos riquezas, significa que ela não deve ser utilizada apenas para uso próprio, mas com um propósito útil, como ajudar as pessoas que têm menos, dar empregos e gerar benefícios para a sociedade. Eu, por exemplo, sou grato ao seu pai, que me deu trabalho e condição de manter minha família. Entendeu?   
 

— Ah!... Então, pensando assim, eu não tenho nada?!... — disse ele, olhando para o jardineiro, como se tivesse acordado naquele instante.

— Você é muito jovem, Alberto! Vai crescer e poderá fazer muitas coisas.

Ele calou-se diante do que ouvira, pensando que o tempo era precioso e que não podia desperdiçá-lo. Sentia-se mais pobre do que o mais miserável dos seus colegas.

Alberto voltou para casa sem conseguir esquecer as palavras do jardineiro. Lamentou não ter conversado com João há mais tempo, pois seus pais não se interessavam por religião.

Pensou... pensou... e depois de muito pensar, à hora do jantar, ele disse ao pai:

— Papai! Tomei uma decisão. Amanhã vou trazer meus amigos para almoçar aqui em casa.

Surpreso ante a firmeza do filho, o pai concordou, desde que os amigos de Alberto não quebrassem nem sujassem nada.

No dia seguinte, para surpresa geral, Alberto trouxe os colegas. Foi uma festa! Brincaram no jardim e nadaram. O almoço estava delicioso e as sobremesas melhores ainda.

Depois, o garoto levou-os até seu quarto e deu aos colegas roupas e calçados, além de brinquedos, jogos e livros. No final do dia estavam todos felizes, e o mais feliz de todos era ele mesmo. Então, passou a entender melhor por que cada um só tem realmente o que doa. Nunca se sentira tão feliz! 

Ao despedir-se dos colegas, ele viu várias crianças pobres que passavam e pararam no portão, vendo os colegas de Alberto no jardim e desejosas de participar daquela alegria. Nos rostos tristes e macilentos, ele notou que tinham fome. Fez menção de se aproximar delas, mas, temerosas, elas correram. Quando chegou ao portão, haviam desaparecido.    

Aquelas crianças o impressionaram muito. De noite, quando o pai chegou, encontrou-o bem diferente, de rosto corado e olhos brilhantes.

— E então, meu filho? Como foi seu dia?

— Papai! Nunca fui tão feliz em toda a minha vida! Dei um monte de coisas e sinto-me mais leve e feliz! Ah!... Estive pensando! Gostaria de transformar esta casa numa espécie de escola de artes para crianças, com aulas de música, desenho, pintura e muito mais. O que acha?

— Mas por que, filho? — perguntou o pai, surpreso e assustado, olhando para a mãe.

— Porque só ontem aprendi mais do que em toda a minha vida. Aprendi que, na verdade, nós recebemos de Deus tudo o que temos, porém só é nosso realmente o que damos aos outros, entende? Eu sei, papai, que você já ajuda as pessoas dando emprego na fábrica. Porém esta casa é muito grande para nós três apenas! Se nos mudarmos para uma casa menor, podemos usar este espaço de maneira mais útil e agradável para todos! 

O pai notou que o filho parecia mais maduro. Tinha ideias claras e parecia certo do que queria. 

— Filho, como mudou tanto? Só pensava em comprar! O que aconteceu?

O menino sorriu e, antes de responder, cochichou no ouvido da criada. Logo depois, surgiu o jardineiro; chapéu nas mãos, envergonhado da sua sujeira.

Alberto chamou-o:

— Entre, João. Papai, eu devo minha mudança a João. Sim, ao nosso jardineiro, que com suas palavras me mostrou uma nova realidade.

— As ideias não são minhas. Só lembrei uma lição de Jesus ­— disse o jardineiro humilde. ­­­

A partir desse dia, João passou a estar mais ligado à família, auxiliando-os no estudo do Evangelho de Jesus, que lhes trouxe um novo sentido à vida, baseado no amor ao próximo, na fraternidade e na solidariedade.

À medida que o conheciam melhor, os pais de Alberto passaram também a admirá-lo pela sua grandeza de alma e pelos seus conhecimentos. João tinha curso superior, mas por necessidade aceitara o cargo de jardineiro. Logo, João estava trabalhando na fábrica em função de mais responsabilidade. 

Quanto aos pais de Alberto, graças a João puderam conhecer melhor o Evangelho de Jesus e a Doutrina Espírita, que lhes abriram o entendimento para as realidades do espírito.  

                                                                  MEIMEI

(Recebida por Célia X. de Camargo, em 1º de agosto de 2011.)                                



 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita