WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco
 
Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 5 - N° 251 - 11 de Março de 2012

 

A velhinha da praça

 

Márcia, de doze anos, possuía um temperamento nada fácil. Estava sempre a reclamar de tudo, e só conseguia ver defeitos em todas as pessoas.

Em casa, ela reclamava da comida, das roupas malpassadas, dos irmãos, enfim de tudo.

E não se contentando em criticar todo mundo, Márcia ainda julgava que a franqueza era uma virtude. Assim, tudo o que pensava ela dizia para as pessoas, doesse a quem doesse.

Desse modo, seu relacionamento com a família, colegas da escola, vizinhos e até estranhos, era desagradável. Mesmo o momento de festa, onde deveria imperar a alegria e a descontração, era tumultuado por seus comentários. Criticava a decoração, a comida, os trajes e tudo o mais.

Arre! Era um alívio para todos quando ela não estava presente!

Assim, as pessoas foram se afastando dela, temendo-lhe a língua venenosa. Somente a família a suportava, por não ter outra opção. E quando os pais a alertavam para essa franqueza rude, falando-lhe sobre o mal que fazia às pessoas, ela retrucava:

— Como assim? Eu falo a verdade! Não foi isso que vocês, meus pais, me ensinaram?

— Minha filha, a verdade não é para ser usada como um chicote, ferindo as pessoas! Mesmo porque, nenhum de nós é perfeito! — dizia a mãe.

— Filha, antes de mais nada, temos que nos colocar no lugar do outro. Você gostaria que agissem assim com você? É preciso usar a fraternidade nos nossos relacionamentos — afirmava o pai.

Márcia, porém, não se convencia com os conselhos dos pais. Afinal, havia aprendido que a verdade deve ser dita sempre.

Com o passar dos meses, Márcia foi percebendo que ninguém mais a procurava. Quando sentia falta das amigas e telefonava para elas, estas davam logo uma desculpa para não se encontrarem com ela.

Então, Márcia resolveu ir à casa das vizinhas, porém, ao ver que era ela, conversavam um pouco e logo, alegando tarefas a realizar, ela tinha que ir embora. Na escola, as colegas mantinham a mesma distância e, assim, no recreio, ela ficava sempre sozinha.         

Um dia, Márcia saiu da escola muito triste e não estava com ânimo de voltar para casa. Passando por uma pracinha, sentou-se num banco, pensativa. Logo, uma senhora idosa sentou-se perto dela.

— Desculpe-me, mas você está com uma carinha tão tristonha! Gostaria de conversar um pouco? Afinal, já tive filhos, netos, e acho que tenho alguma experiência da vida.

Márcia estava realmente muito triste e, ao ver aquela senhora que lhe dirigia a palavra, quando ninguém mais queria saber dela, resolveu desabafar:
 

— Não sei o que está acontecendo comigo! Ninguém mais quer minha amizade. Nem mesmo na minha casa gostam de mim!

— Bem, minha querida, nada acontece sem ter um motivo. Então, conte-me o que está acontecendo. Quem sabe posso ajudá-la? Todo mundo me chama de vovó Brígida.

Márcia começou a falar sobre sua família, as amigas, as vizinhas, que não a procuravam mais, e terminou dizendo:

— Sempre fui muito franca com todo mundo, e as pessoas não suportam ouvir a verdade! Devo mentir para ter a amizade delas?...

A senhora pensou um pouco, depois, fitando Márcia, mostrou em torno:

— Veja que lindo jardim, Márcia! Quantas flores! Você gosta de plantas?

— Gosto muito, vovó Brígida. Minha mãe tem um lindo jardim.

— Ah!... Márcia, você já viu sua mãe jogar água fervendo nas plantas?

A menina levou um susto, e respondeu incontinênti:

— Não! Nunca! Minha mãe não faria isso, vovó Brígida! Queimaria suas plantinhas!...

A senhora olhou-a com carinho e concordou:

Isso mesmo, querida. Ela não faria isso. E sabe por quê?

— Eu sei. Porque minha mãe ama suas plantas, seu jardim.

Nesse momento, um passarinho veio voando e pousou na palma da senhora, que aproveitou para indagar:

— Exatamente! Mas talvez ela faça isso com algum pássaro ou animal de estimação?

— Não! Nunca! Temos um cãozinho que é muito bem tratado! Se minha mãe jogasse água fervendo nele, o pobrezinho ficaria todo queimado!... — disse a menina, horrorizada.

A velhinha fitou Márcia com muito carinho e concluiu:

— Exatamente. Sabe, minha filha, quando nós amamos as pessoas, assim como às plantas, aos pássaros e aos animais, também não jogamos água fervendo nelas. Porque queremos preservá-las, desejamos vê-las bem, alegres, saudáveis e lindas!

Naquele momento Márcia entendeu o que a senhora quis dizer: que ela andara jogando água fervendo nas pessoas e isso as queimara, acabando com o sentimento de amizade que tinham por ela!...

Como já fosse tarde, a menina agradeceu à senhora, despedindo-se dela e deixando-lhe o seu endereço:

— Vovó Brígida, a senhora me ajudou muito hoje. Espero que vá nos visitar. Quero que conheça meus pais.

— Vou, sim, Márcia! E quando quiser me ver, moro ali naquela casa, defronte desta pracinha. Sabe, minha filha, como não tenho muito que fazer, fico olhando a praça e, vez por outra, vejo alguém. Como gosto de conversar, atravesso a rua e venho para cá, pois muitas vezes há alguém que precisa de ajuda.

Márcia entendeu. Dona Brígida viera porque a tinha visto chorar sozinha.

— Deus abençoe a senhora! Obrigada por tudo. A partir de hoje, prometo-lhe que não vou mais jogar água fervendo nas pessoas.

                                                                  MEIMEI                


(Recebida por Célia X. de Camargo, em Rolândia-PR, em 13/02/2012.)



 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita